O aniversário de Harry

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Trinta e um de julho de 1995, data especial para duas pessoas no mundo bruxo. Uma era famosa, conhecida por cada bruxo e bruxa na Inglaterra. A outra nem ao menos importava ao mundo bruxo, era apenas mais uma bruxa – ou assim pensavam muitos.

Harry Potter – 'O-menino-que-sobreviveu' – estava fazendo quinze anos e os comemorava na casa do recém inocentado padrinho, okay, todos já imaginam.

Há poucos dias, Sirius Black fora inocentado com o uso do fato conhecido pelos familiares e mais próximos da família Potter – bem como um registro secreto e escondido do banco Gringotts – do vínculo de apadrinhamento que Sirius compartilhava com Harry.

Esse pequeno detalhe deu inocência imediata a Sirius, pois uma estipulação desse vínculo era que, se o padrinho causasse dano intencionalmente ao afilhado – e a traição resultaria em um perigo inevitável para Harry – ele morreria antes de cumprir tal feito. Como tal, Sirius estava "muito bem vivo, e irritado, obrigado" – palavras do Maroto em pleno julgamento.

Mas, em outro lugar não muito longe de onde Harry Potter estava – na verdade, apenas a alguns cômodos de distância –, outra bruxinha estava completando quinze anos nessa data. Bianca Ártemis Evans-Potter, ou apenas Evans como ela se apresentava, também fazia aniversário. Mas claro, para todos os de fora de sua pequena matilha peluda, o aniversário dela seria apenas no dia seguinte.

Devido a toda a confusão dos últimos dois anos, todos os membros vivos da Ordem da Fênix se encontravam na sede, Grimmald Place n°12, e entre eles, Remus Lupin e sua família - sua matilha, como o lobo carinhosamente chamava fora do radar do público – estavam residindo lá desde que os planos para inocentar Sirius surgiram.

Remus é um lobisomem membro dos Marotos originais; melhor amigo de Sirius Black e foi o de James Potter também, padrinho de Bianca e tio postiço de Vicktor Zhang e Harry Potter. Não que fosse realmente algo publicamente conhecido, mas Remus morou por praticamente uma década em Nova York, onde criou sua afilhada Bianca e recebeu Vicktor, alguns anos depois, em sua matilha de três – quatro? Cinco? Quantas pessoas agora haviam em sua matilha? – pessoas.

Vicktor, assim como Remus, era um lobisomem, o que lhe poderia causar muitos problemas caso viesse a conhecimento geral enquanto ele fosse estudante. Ele não estava arriscando seu último ano escolar, estando estudando em Hogwarts, como o pai e tio adotivo antes dele. Vicktor acabara por seguir os passos do tio postiço e entrou na Gryffindor exibindo orgulhosamente seu símbolo, enquanto seu pai fora um Ravenclaw curioso e muito orgulhoso disso.

Mas nossa atenção real é para a atual ruivinha que dormia embaixo de um lençol preto e verde, vestida com um moletom com o emblema da casa da serpente de Hogwarts – a que cabe ressaltar, não era dela até três meses atrás, quando ela "pegou emprestada" de seu melhor e amigo em Hogwarts, Blaise Zabine.

BIANCA! – berrou um loiro ao pé de seu ouvido. Em resposta ao berro, um grito veio de baixo do lençol e o loiro foi lançado para longe, rindo.

Uma cabeça ruiva surgiu na cama com as bochechas infladas e raiva queimando no olhar. Pegando os óculos e a varinha que descansavam na mesinha ao lado de sua cama, a ruiva encarou o ser que a acordou com um maldito berro.

– Vicktor! – rosnou a garota ao reconhecer o primo. Qual era o problema de sua família com berros? Todos tinham vozes de banshee (isso era um exagero dela, mas ninguém nunca a acusou de não ser dramática depois que a conheciam de verdade) e ela odiava vozes altas mais do que ambos os lobisomens. Culpa de sua própria loba? Possível, Bianca não descartaria isso ser possível considerando seu relacionamento esquisito com sua forma animaga, mas ela naturalmente não suporta vozes altas – Seu idiota! Pra que me acordou assim!? – pondo-se de pé, ela andou até onde o loiro ainda ria no chão e estendeu a mão para ajudá-lo a de levantar.

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