Agust&Kitty • myg + pjm

the past

quem é vivo sempre aparece né

Min Jongkyu sempre foi um homem misterioso, sério e amedrontador aos olhos de Yoongi. Eles nunca passavam muito tempo juntos, e o menino não se importava realmente, porque morria de medo de seu pai.

Se lembrava de sempre se esconder atrás de sua mãe quando o homem estava por perto e se dirigia a ele — o que era muito raro. Yoongi era muito mais feliz quando este não aparecia em casa por dias e ele podia apenas ser uma criança tão comum quanto poderia em uma família mafiosa.

O maior e mais memorável momento de felicidade em sua infância, também era o único ato de bondade que seu pai já tinha praticado, mas não por vontade própria é claro. Min Jongkyu podia não ser um bom pai, mas era um ótimo marido, amava sua esposa e fazia de tudo para agradá-la, inclusive adotar uma pobre criança, que provavelmente seria mandada para um orfanato se descobrissem as condições em que vivia com seus pais viciados que não se importavam nem um pouco com o bem-estar do menino.

Ter Jungkook em sua vida certamente o fez muito mais feliz e o tornou uma pessoa muito melhor do que teria sido como um filho único. Se não fosse pela criança alegre e insistente, Yoongi jamais teria tido a experiência de interagir com alguém quase da sua idade, brincar o dia inteiro sempre que podia, ter um amigo ou qualquer coisa que fosse normal para crianças. Isto porque era muito perigoso que frequentasse a escola ou fosse a um parquinho.

Min Goeun, que sempre foi uma mãe amorosa e uma mulher incrível, por anos conseguiu esconder dos garotos a fonte de toda a vida confortável que eles tinham e os horrores da "profissão" de Jongkyu.
Conseguiu proteger Jungkook, que nunca foi considerado como filho para o homem, mas é claro que nem seus pedidos carinhosos ou as discussões fervorosas com seu marido foram capazes de manter Yoongi, o herdeiro de toda aquela podridão, longe daquilo por muito tempo.

Ele tinha pouco mais de quatorze anos quando Jongkyu resolveu que já era velho o bastante para começar a aprender.

Os anos seguintes da sua vida foram difíceis. Viu coisas que meninos da sua idade jamais deveriam ver e fez coisas que tinha certeza que nenhum deles sonhariam em fazer. Se não fosse pela presença de sua mãe, Jungkook, ainda tão inocente quanto um garoto de nove anos pode ser em uma casa de criminosos, e de seu novo e único amigo — um filho de um dos sócios de seu pai que estava na mesma situação —, Yoongi provavelmente não teria aguentado.

Como o pai costumava dizer, ele era fraco.

O Kim, como se acostumou a chamar, era dois anos mais velho e já tinha passado por tudo aquilo ou até pior, então tentava sempre animá-lo e ser positivo para que Yoongi seguisse, não importava o quanto seus olhos mostrassem que estava preocupado com o garoto.

O seu aniversário de quinze anos provavelmente foi o pior dia de sua vida e onde tudo ficou mais sério. Costumava passar esse dia com sua mãe e Jungkook fazendo qualquer programa divertido dentro de casa, já que sair significava serem seguidos por um monte de seguranças e estarem sujeitos a ataques, e acordou preparado para aquilo, mas aquele ano foi diferente.

Seu pai entrou em seu quarto logo cedo o mandando se levantar com um sorriso enorme no rosto, o que fez o garoto ficar completamente confuso e desconfiado. Em seguida, apertou a sua mão e lhe desejou um feliz aniversário, dizia ter uma surpresa para ele. Aquilo o deixou ainda mais chocado, até então não tinha certeza que seu pai sabia quando era o seu aniversário, porque nunca recebeu parabéns ou qualquer presente.

Deveria ter confiado em seus extintos e fugido ou convencido sua mãe a ajudá-lo.

Mais tarde, Yoongi foi colocado de frente para um homem muito mais velho em um galpão. Ele estava ajoelhado e lágrimas caiam sem parar de seus olhos desesperados. O Kim mais velho explicou que aquele era um traidor e que ele merecia a morte.