[CONCLUÍDA]
Jeon Jeongguk nunca quis ser confundido com um super-herói. Ele só queria receber sua aprovação em todas as matérias do primeiro semestre da faculdade e entrar de férias logo, quando um incidente bobo deu a entender que ele era o Amigo d...
[AUTORA]: Escutem a primeira parte do capítulo com a música "Tonight" do Seokjin. Ela está disponível na mídia acima.
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Capítulo 3 » Onde a mudança se esconde
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Kim Taehyung era uma pessoa sensível e chorona.
Talvez fosse o fato de ter sido criado em um ambiente amoroso, com pais que sempre lhe incentivaram a falar sobre o que estava sentindo e não ter vergonha disso. Talvez fosse culpa do seu mapa astral, ou simplesmente, sua personalidade. Mas, independente do motivo, ele era assim: chorou horrores ao assistir "Sociedade dos poetas mortos" com Jeongguk, assim como chorou quando viu um cachorro ser atropelado na rua e quando foi em uma exposição de arte pela primeira vez.
Ele sabia que era chorão e por esse mesmo motivo, Kim Taehyung não conseguia entender porque, aos quinze anos de idade, não conseguia derramar uma lágrima sequer no velório e enterro dos seus pais.
Seria a repentinidade da notícia? Talvez. Ele certamente não estava esperando ser acordado com o telefone da casa tocando incessantemente, de madrugada. Nunca havia passado pela sua cabeça a possibilidade de ser o primeiro a ouvir sobre o acidente no laboratório que matou seus pais, muito menos ser encarregado de ligar para a casa da própria avó e contar o ocorrido.
Ficou o velório inteiro recebendo parentes, conhecidos, colegas de trabalho dos pais e vizinhos. A enxurrada de conversas oferecendo apoio, melhoras e lamentações entrou por um ouvido e saiu por outro enquanto Taehyung se esforçava para não tremer demais e para manter uma feição neutra, controlada. Ele odiou cada minuto da cerimônia, odiou as figuras mortas dos pais submetidas a uma exposição aos vivos, odiou o choro inconsolável da avó, assim como odiou a sala decorada com flores atrativas e velas cheirosas, como se estivessem comemorando alguma coisa. Para completar, havia as fotos grandes dos pais, sorrindo eternamente em uma ocasião que não havia motivos para sorrir.
Taehyung não tinha uma religião e não sabia se acreditava na vida pós morte, mas duvidava muito que, onde quer que os pais estivessem, estavam felizes com o que havia acontecido.
Então, porque havia malditos retratos deles sorrindo logo acima de seus corpos eternamente adormecidos e imóveis?
Quando essa tortura acabou e eles seguiram para o enterro, a ficha do garoto começou a cair. Seus pais estavam mortos. Nunca mais receberia broncas por deixar a toalha molhada em cima da cama, ou por não prestar atenção nos irmãos direito e permitir que um deles caíssem. Seu pai nunca mais faria samgyeopsal na janta, assim como sua mãe jamais terminaria de ler "Harry Potter" consigo. Eles não veriam o filho mais velho se formar na escola e não acompanhariam o crescimento dos gêmeos. O acidente no laboratório químico levou não somente a vida de Kim Haewon e Kim Changwoo, como também levou oportunidades.
