Em choque

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J.P.

Depois que eu descobri sobre a gravidez da Alice e sua perda, eu quis ir correndo para ver ela. Conversei com a Erica. E ela me entendeu. Ela sabe o quanto somos amigos.
_ Porque você não vai visitar ela? _ ela falou.
_ Mas e você? Não vai comigo? _ perguntei.
_ Eu fico aqui. Tenho que preparar muitas coisas para o  nosso casamento amor. E você precisa ir ver sua madrinha. _ ela disse.
Ela era um anjo de pessoa.
Arrumei minha mala e estava decidido. Eu iria viajar no outro dia.
Durante a viagem, fiquei pensando em como seria a reação dela ao me ver. Será que gostaria? O que eu diria? E se ela estivesse muito mal?
Bom, quando cheguei na cidade. Liguei para o Edu me encontrar. Eu nem sabia onde ela estava morando.
_ Que saudade cara. _ ele falou me dando um abraço apertado quando me viu.
Retribui o abraço. Mas logo perguntei por ela.
_ Me leva na casa da Alice por favor. _ falei. _ Preciso ver como ela está!
Entrei no carro do Edu e fomos. Paramos na porta de uma casa muito grande. Aquelas que só a faixada da casa custa minha vida inteira e tudo o que eu já gastei.
_ Uooool! _ falei.
_ Sim. Lá dentro é maior ainda. O cara tem dinheiro né. _ o Edu falou rindo.
_ Do que adianta ter dinheiro se não tem caráter. _ falei. _ E ele está na cidade? _ continuei.
_ Acho que não. O carro dele não está na garagem. _ Edu falou enquanto olhava pelo buraquinho do portão.
Toquei a campainha e um senhor veio atender a porta. Ah claro. Eles devem ter um mordomo.
_ Bom dia. Pois não? _ o senhor falou.
_ Eu gostaria de falar com a Alice. _ falei.
_ E qual é seu nome? _ ele indagou.
_ João Paulo. _ respondi.
_ Espere um momento. Vou chamar ela e ver se ela quer recebê-lo.
Como assim? Olhei com cara de tacho para o Edu.
_ Sistema de segurança da casa. Só entra quem tem permissão. _ ele me explicou.
_ OK. Mas sou eu! _ falei como se fosse muito óbvio.
_ Sim. Mas o mordomo não te conhece.
Nesse momento o portão abriu. Eu entro ou espero alguém me buscar. Resolvi entrar. Quando eu estava subindo as escadas ela apareceu. Veio correndo em minha direção. Deu um pulo em meu colo, o que me fez a segurar enquanto lhe abraçava. Ela me abraçou muito forte. E chorava muito. As lágrimas escorriam pelo seu rosto e molhava o ombro da minha camisa cinza velha.
_ Eu estava morrendo de saudade de você! _ falei.
Ela me respondeu com um soluço. E me abraçou mais uma vez.
O mordomo nos conduziu até a sala. Nos sentamos no sofá. Ela ainda chorava. Peguei ela no colo, como quem pega uma criança e tentei acalmar ela.
_ Ei. Estou aqui agora. Não chore. _ falava enquanto acariciava seus cabelos.
Uma mulher, veio de uma das direções da sala trazendo uma bandeja com um copo de suco e outro com água e açúcar.
_ Vem. _ eu disse. _ Bebe essa água para você se acalmar um pouco.
_ Quanto tempo você vai ficar? _ ela perguntou em meio ao choro.
_ O tempo que você quiser minha linda! _ falei.
Naquela hora eu esqueci do mundo lá fora. Esqueci da Erica, do meu casamento, dos empregados que estavam ao nosso redor, do Edu que olhava tudo. Parecia que tudo tinha paralisado e só existiam nós dois.
Aos poucos ela foi se recompondo. Ela me chamou para ir para a varanda. Onde era mais tranquilo para conversar. O Edu foi embora.
_ Ei. Porque você não me contou? _ eu perguntei.
_ Ahh. _ ela suspirou. _ Aconteceu muita coisa.
_ Mas eu sou seu amigo. Você podia ter me contado. _ falei abraçando ela.
Ela então me contou tudo. Desde o dia em que descobriu que descobriu que estava grávida até o dia anterior da minha chegada.
Eu fiquei em estado de choque. Como que ela conseguiu passar por tudo isso sozinha.
_ Você deveria ter me ligado. Eu juro que eu largava tudo para voltar. _ falei.
_ Eu não queria atrapalhar a vida de ninguém. _ ela falou baixinho com a voz quase sumindo.
_ Você poderia ter morrido! _ falei fechando os olhos e tentando esquecer tudo.
_ Eu me sinto tão péssima por isso. _ ela desabou.
_ Ei. _ falei. _ Eu entendo você. Agora estou aqui. A gente vai dar um jeito nessa situação.
Eu queria mesmo era quebrar a cara daquele desgraçado do Gustavo.
_ Quando ele chega? _ perguntei.
_ Hoje a noite. Você precisa ir embora. Antes dele chegar. _ ela falou.
_ Sem essa. _ falei. _ Quero ver ele se explicar para mim.
Ela estava muito magra. Muito fraca. Provavelmente mal comia. Pedi que preparassem pizza de calabresa para ela. Era a favorita dela.
Eu contei a ela sobre a Erica. Ela não apresentou muita felicidade ao saber do meu casamento. Acho que ela estava desencantada com essas coisas.


Continua...
Bjooooooos.

O idiota que eu ameiOnde histórias criam vida. Descubra agora