[02] Não saia de casa

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“Estamos suscetíveis a morte o tempo todo, então qual o sentido da vida?”

— Eu, definitivamente, não acredito que você fez aquilo! — Jimin exclamou, se soltando do cinto e respirando fundo. A adrenalina ainda se fazia presente em sua corrente sanguínea, causando-lhe taquicardia.

— Foi preciso — Jeon respondeu, poupando certos detalhes como: "eu não sabia o que fazer, então passei por cima".

— Ótimo, agora o carro tá todo fodido e muito provavelmente inutilizável — passou a destra pelo rosto, arrastando-a pela testa úmida de suor e jogando a franja para trás.

O parabrisa estava todo quebrado e sujo com um sangue escuro, viscoso, escorrendo pelo vidro destruído até o capô. Era nojento o suficiente para fazer o Park vomitar de novo, por deus, não nascera para a violência.

— Deixa de drama — resmungou, não dando muita atenção a suas palavras, mas não conseguindo desviar os olhos da cena perigosa a sua direita.

— Sinceramente... — fechou os olhos, e ao abrí-los, olhou pela janela, vendo apenas três daquelas coisas vagando pela rua. — Por que nos trouxe para sua casa?

— Sei seu nome, Park, não o seu endereço — respondeu cínico, sempre em um tom de voz cítrico.

— Você mesmo disse que costuma observar as pessoas, só imaginei que-

— O que te faz pensar que eu observo você, uh? — indagou de repente, não tardando eu fugir do assunto tão rápido quanto o trouxe. — Esqueça isso, não vem ao caso. Só tente não fazer barulho ao descer dessa porcaria — saiu do carro após ter certeza de que ele estava devidamente desligado.

Jimin fez o mesmo, sendo cauteloso, não estava nem um pouco afim de atrair as poucas criaturas que se rastejavam por alí, farejando sua próxima presa, sua próxima refeição.

Seguiu o Jeon até a entrada da frente, enquanto ele procurava pela chave da casa em sua mochila. Quando a encontrou, encaixou na maçaneta e girou, abrindo a porta de madeira devagar, ouvindo só um rangido suave. Entrou primeiro, seguido do ruivo, que olhou em volta, capturando cada detalhe da casa pouco mobiliada e organizada.

Havia algumas caixas empilhadas no canto da sala de estar, ao lado de latas de tinta e um cochonete. Jimin realmente estranhou aquilo, e pela falta de móveis, julgou que a mudança era recente. Afinal, por que parecia que Jungkook estava morando sozinho?

— Onde estão seus pais? — a pergunta escapou antes que pudesse controlar a língua.

O maior estacou no lugar, paralisado por alguns segundos antes de virar o corpo e olhar para o nada. Ele não o deu respostas de imediato, deixando claro que aquele assunto era incômodo, mas não permitiu que o silêncio perpetuasse por muito tempo.

— Prefiro não responder a pergunta — foi o que disse, voltando a andar. — É pessoal demais.

— Tudo bem, eu entendo — agiu de forma compreensiva, pois imaginava que insistir provavelmente o machucaria.

Seguiu Jungkook até a cozinha, onde se acomodou no balcão e o observou verificar os armários. Parecia em busca de algo, e sem saber o que era, permaneceu no seu canto e não interviu, afinal, aquele não era seu lar. Ele reclamou, revirou o interior do armário e bufou ao terminar sua procura que resultou em nada.

— Inferno!

Passou a mão pelos fios compridos e saiu da cozinha com Jimin em seu encalço, indo direto para as escadas. Subiu os degrais descontando toda sua frustração neles ao pisar duro, chegando no andar de cima e seguindo diretamente para seu quarto.

Stay Alive · jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora