🍌 - α τrαgє∂iα

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  Acordei bem cedo assim que o relógio marcou 14:30 e caminhei até a cozinha, como sempre, batendo meu dedinho do pé na mesa ;-;
  Separei três tomates, duas cebolas, um copo de leite e duas massinhas de modelar para levar na lancheira da Hello Kitty (tava escrito Barbie, eu comprei na feira: PIRATARIA É CRIME).
  Fui em direção ao ponto de ônibus, e assim que o táxi chegou eu fui a pé até o colégio da desgraça do meu irmão, que eu amo muito. Chegando lá dei de cara com a diretora dinossaura que estava varrendo o teto com uma enxada.
  Ela me olhou torto porque meus pés estavam sujos de lama por conta da chuva. Enfim, o sol ardia num calor chuvoso de 65° graus abaixo de zero.
  Fui ver meu irmãozinho que estava sentado de pé na privada da cozinha do pátio onde as crianças brincavam com bonecas infláveis e canivetes. Ele sorriu chorando ao me ver.
- Trouxe meu lanche sua vadia? - Ele fez uma cara triste de surpresa.
- Não. - Disse entregando a lancheira pra ele. - Tá aqui sua lavagem, meu rinoceronte.
  Me sentei longe ao lado dele para observar as crianças de olhos fechados. Havia uma menininha possuída pelo ritmo Ragatanga sentada no chão balançando as pernas.
  Ela me olhava com seus olhos e eu não sabia o que fazer. Então, a desgraçada começou a correr junto com aquelas outras pestes do demônio e passou correndo perto de mim umas trinta vezes.
  Eu já tinha me estressado, mas eu tava odiando amar o que ela fazia. Meu irmão continuou bebendo a ração que eu lhe trouxe com muita vontade, mas fez cara de nojo.
- Ingridina? - Ele se virou de costas pra mim me perguntando. - Você conhece aquela menina?
- Não conheço Theolícia. Mas eu vou dar na cara dela.
- Não faz isso. - Disse ele confirmando com os pés.
  Depois de morder o meu cotovelo, observei aquele monstrinho se aproximando de quatro rapidamente em câmera lenta. Ela piscava freneticamente com o umbigo enquanto me via se apavorar.
  Então quando passou perto de mim, deu um tapa na minha mão jogando meu celular dentro do mar. Olhei através da neblina vendo meu aparelho em pedaços.
- Eu te amo.- Disse para aquela criança de 97 anos.
- Eu tava te observando porque nós vamos nos casar no futuro presente.
- É sério?
- Sim. - Ela sorrio com lágrimas nos olhos.
  Então eu lhe dei apenas um simples abraço com minha mandíbula pois senão eu ia ser presa por corpo de delito chamado pedofilia.
  Theolícia após terminar de comer ofereceu um pouquinho para a menina, que recusou colocando tudo na boca e sorrindo.
- Essa é minha noiva.
- Ela tem umas bochechas muito carnudas. Posso morder?
- Não.
  Então roubei uma vassoura da professora e fui navegando pelo céu até chegar em minha humilde mansão.
  Horas mais tarde percebi que deixei meu irmão pra trás e tive que voltar.

α vi∂α ∂є υмα вαทαทα 🍌Where stories live. Discover now