. Sexagésimo sexto ▼ .

3.1K 198 45
                                    

▼ . « This pain is just too real there is just too much that time cannot erase »-My Immortal .

" bebé ? está na hora "

Estava na hora ? Como poderia se ainda me encontrava diante do espelho, observando cada traço meu, suportando cada injúria enviada pelo meu encéfalo contra o seu próprio dono, contra o seu próprio possuidor, eu . 
Isto seria certamente um castigo divino e eu, eu seria a pecadora que tanto o mereceria .

Uma morte a adicionar a todo o meu currículo .

Os meus pulmões tomaram uma respiração profunda, negando o meu pedido contrario a tal ação . Seria como se de repente, não fosse eu mesma a tomar todas as decisões mais banais, contudo, essenciais à vida; como se o meu organismo entendesse que eu me feria intencionalmente se pudesse controlar tais deliberações .

Os meus olhos fecharam-se para que não denotassem a minha tamanha fraqueza. Lagrimas fluíram, conhecendo a minha pele, acabando como todas as outras que semelhantes caminhos correram; elas morreriam também .

Cobrir o meu corpo de negro não era uma novidade . Preto sempre foi a minha cor e eu sempre viverei em luto . 
O meu vestido raspava o topo dos meus joelhos, o meu casaco cobria as minhas costas; os meus braços e tudo o que conseguia . Parecia pois, querer proteger me de tudo um pouco, mas seria apenas do frio .

Logo cobri os meus olhos com pretos óculos que Lanna me oferecera há dois Natais anteriores .

Eu queria-a comigo agora .

" vem " o seu chamamento cuidadoso perfurou o meu pensamento e, com breves passadas de costas, afastei-me do seu espelho .

A minha mão estaria sem dúvida alguma segura na sua, enquanto o seu polegar massajava com ternura as costas da mesma . 
Um casto beijo foi deixado nela quando eu, triste e sozinha eu, tomei uma aproximação ao seu corpo revestido de um terno, também ele obscuro de cor .

A viagem foi feita num silêncio próprio de luto extremo . 
Entre ambos, não se encontrariam homólogos sentimentos, mas eu estava grata por respeitar a minha dor incompreensível, deixando que o som fortíssimo da chuva tremenda batalhasse contra o carro, se escutasse sem problemas . 
A sua mão estava na minha perna, tal como a sua atenção estaria em mim de tempo a tempo .

Eu estava tão entrelaçada com ele que nunca lhe pediria que me deixasse .

Esse era o problema, nenhum de nós estava ciente do quão poderosos eram os nossos sentimentos, ou até mesmo o quão incontroláveis e psicóticos seriamos sem o outro . Nós não poderíamos simplesmente quebrar o laço complexo que nos comprimia contra o outro .

O seu quente toque desvaneceu e, sem demora atingi a obvia conclusão da chegada . " vamos, amor " murmurou depois de abrir a porta do copiloto .

Eu não estava pronta para dizer um novo adeus, não à Lanna . Contudo, eu devia-lhe um e não poderia simplesmente chorar enquanto suplicava que me levasse de novo a casa .

Que poderia então fazer, senão erguer a minha cabeça e caminhar à sua frente ?
Nada, exatamente .

E eu fi-lo sem recorrer ao seu toque, sendo forte o suficiente por Lanna, para não ver como uma necessidade a já tão familiar proteção subjacente ao seu toque .
Mas ele não me deixava, ou pressionava até, caminhando num silêncio profundo atrás de mim, permitindo que apenas o som do confronto da sua solta com o chão embebido de água marcasse a sua presença .

Eu acabei por senti as suas mãos sobre o meu casaco . Os seus dedos reordenaram os meus fios de cabelo para que o carapuço cobrisse a minha cabeça logo de seguida . Ele estava sempre tão preocupado comigo, e eu nunca poderia retribuir a sua preocupação ; ela era utilizada na minha sanidade .

Sold Soul Where stories live. Discover now