Um começo?

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Marta
Estava arrumando minha mala, quando Rodolfo entra no quarto e diz:
- Marta, você não vai.
- Eu vou sim, se você não deixar  vai ser pior, vou passar um tempo na casa do André depois vejo o quê faço. E não insista mais, na verdade se possível não me dirija mais à palavra pelo menos por consideração ao seu filho.
  Minhas coisas já estavam todas prontas, pedi um uber, mas ao contrário do que eu tinha dito, eu não vou para a casa do André, vou para o aeroporto, comprar uma passagem para o mais longe daqui. Vou embora pra sempre dessa vez, mas sei que Rodolfo vai acabar vindo atrás de mim, justamente por isso vou na rodoviária que fica ao lado do aeroporto comprar uma passagem no meu nome, para quando ele for investigar para saber onde estou, ele não achar.
  Peço para o motorista parar o carro na esquina da Rodoviária, compro uma passagem na rodoviária e foi em direção ao aeroporto. No aeroporto compro uma passagem para outro estado porque quanto mais distante melhor. Joguei mei celular fora, apaguei todas as minhas redes sociais para ninguém conseguir me localizar. Eu vou recomeçar minha vida, vou alugar uma casa, procurar um emprego, tenho um dinheirinho guardado para um tempo pelo menos.
Acabei de chegar em outro estado, pego um ônibus e vou para um cidadezinha bem pequena com poucos moradores. Chego lá, eu não planejei nada, sem sabia pra onde iria. Vou à uma lanchonete, peço uma coisa pra comer e pergunto à uma garçonete:
- Moça, eu sou nova aqui, você sabe se tem alguma casa pra alugar?
- Tem sim, aqui ao lado da lanchonete estão alugando uma casinha.
- Muito obrigada.
- É da minha mãe, se você quiser eu pego a chave e te mostro agora mesmo, o que acha?
- Uma ótima idéia.
- Qual seu nome?
- Que cabeça a minha, meu nome é Marta e o seu?
- Júlia.
Ela vai e pega a chave. Me mostra à casa que possui 2 quartos, uma sala, uma cozinha e um banheiro. O preço era aceitável. No final da visita Júlia diz:
- O que achou?
- Ótima, eu vou ficar.
- Que notícia boa, toma às chaves, amanhã eu te trago o contrato.
- Tá bom.
Pego às chaves, coloco minhas duas pequenas malas dentro da casa e acabo indo dormir numa cama velha que tinha lá.
  Acordo bem cedo, vou à lanchonete novamente para tomar um café da manhã, pois na casa não tinha absolutamente nada, nem comida, nem móveis, só a cama velha que dormi essa noite, pergunto para a Júlia onde é o centro, pois vou fazer compras, como ela me disse que era perto, resolvi ir andando. Fui ao mercado e comprei uma cama que vão entregar mais tarde, estava cheia de sacolas. Estava andando para voltar pra casa, quando um homem muito bonito por cima que deveria ter no máximo 30 anos, se aproxima e diz:
- Boa tarde.
  Achei estranho, mas resolvi responder por educação:
- Boa tarde.
- Desculpa à curiosidade, mas você é nova por aqui né?
- Sou sim, agora com licença que eu preciso ir.
- Essas compras devem estar pesadas, pode deixar que eu te ajudo à levar.
- Não precisa moço.
- Eu insisto.
- Realmente não precisa e eu realmente tenho que ir.
- Deixa eu te ajudar, não vai me custar nada.
- Mas eu não quero, não me faça ser grossa moço.
- Tudo bem. Que moça teimosa viu, até uma próxima.
Dou um sorriso falso e falo baixo:
- Tomará que não exista uma próxima.
Já andando ele grita:
- Eu ouvi isso em.
Eu arregalei os olhos e fui pra casa.  Guardei às compras, vieram entregar a cama, fiz uma faxina na casa e fui descansar. Não tinha absolutamente nada pra fazer, eu não tinha celular, não tinha televisão, então peguei um livro que eu trouxe e fui ler.
Amanhã mesmo irei procurar um emprego porque boa parte do dinheiro já se foi, preciso também ver onde tem um hospital para eu dar continuidade ao meu pré-natal.

 

Prisioneira de um fazendeiro Où les histoires vivent. Découvrez maintenant