Sofi continuava com suas perguntas infindas e conjecturas não menos absurdas do que a realidade. Tudo era dúvida, nada era certeza, "Meus pais adotivos sabiam disso tudo?", "Que tipo de nome é Takeko?", "Como vim parar no Brasil?".
Yumi estava com um olhar preocupado e não parecia ouvir o que Sofi dizia. As duas estavam na recepção de um hotel, velho e cheirando a mofo, esperando as chaves do quarto, enquanto Sofi revirava suas memórias de infância tentando encontrar algo que fizesse sentido com aquela história toda.
– Uma coisa você não me explicou ainda: o que os Heishis querem comigo? Você disse que eu tinha algo que eles queriam, mas eu não sei, não tenho nada. – Justificou Sofi, andando rápido e tentando alcançar Yumi.
Yumi apenas sorriu e abriu a porta pantográfica do velho elevador, indicando que Sofi entrasse primeiro. Sofi não parava de fazer perguntas e Yumi continuava ignorando.
Ao chegarem ao quarto, Yumi retirou um papel do bolso de traz de sua calça de couro preta e entregou a Sofi.
– Suas perguntas estão respondidas aí! – Respondeu, entrando no banheiro e fechando a porta atrás de si.
Sofi abriu o papel amarelado pelo tempo com cuidado e sua expressão se converteu em uma enorme interrogação.
– Isso aqui tá em japonês, Yumi!!! – Gritou Sofi, sem receber qualquer resposta de volta.
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Minamoto
Short StoryAdotada logo após o nascimento, Sofi não imaginava que o dia mais louco de sua vida traria revelações inimagináveis sobre sua família biológica. Que tal descobrir junto com Sofi o que sua família precisou esconder para mantê-la viva? Uma história cr...