Capítulo X - Medo de perde-la

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-Anabel-

Naquela noite, eu pensei muito, pensei em tudo o que fiz, no que estava acontecendo e na Giovanna. Eu peguei pesado com a coitadinha, chorei muito, um choro de tristeza, porém, depois fiquei um pouco feliz, Steven não veio me ver mais pelo menos ele mandou uma mensagem, por mais que essa mensagem tenha sido tão pequena, não significava nada, ele me amava e ninguém iria tirar isso da minha mente e do meu coração, meu pobre coração que batia de uma forma que parece que vai parar, de tanta tristeza por estar longe do meu amor, Steven.

-Amanhece-

Acordei, tomei banho, vesti um vestidinho que ficava mais ou menos no meio das coxas, era meio verde com algumas florzinhas bem pequenas e brancas, eram tão pequenas, que pareciam bolinhas brancas. Fiquei pensando ainda no ocorrido, peguei o ursinho que o Steven me deu no nosso início de namoro e me sentei na janela para pensar um pouco.

Quando percebo alguém abrir a porta.

- Minha princesa, bom dia, venha tomar um cafezinho.-disse Henrique, o meu pai, ele sempre era assim, carinhoso, me tratava como uma garotinha e eu não me incomodava, eu sempre sabia que ele fazia isso por carinho e amor a mim.

- Daqui a pouco eu vou pai, estou sem fome agora.-ele viu em meu olhar, que eu não estava tão feliz.

-Aconteceu algo meu amorzinho?-

- Não pai, está tudo certo, é que eu discuti ontem com a Gio e estou me sentindo um pouco mal por conta disso.-decidi não falar sobre o Steven. Me sentia um pouco estranha ao falar sobre esses assuntos com ele.

-Ligue pra ela então e acertem os ponteiros, vocês são amigas de longa data, não deve ser nada muito grave, não fique sofrendo assim, papai não gosta. Bom meu anjo, tenho que ir porque não posso chegar tarde na farmácia.-Ele disse isso e deu um beijo na minha testa e saiu para o trabalho.

-Ok pai, ligarei para ela sim, e bom trabalho. -disse e retribui o beijo que ele me deu com um sorriso.

Desci da janela e então peguei meu celular, estava com 6% de bateria era o suficiente para tentar falar com a Gio, para então eu poder me desculpar pelo ocorrido e esperar que ela me pedisse desculpas também, afinal não era só eu que estava errada, e logo depois o colocaria para carregar.

Antes de ligar fiquei olhando a mensagem que o Steven me mandou ontem a noite por uns 5 minutos.

Deitei-me na cama, disquei o numero da Gio e esperei que ela atendesse.

-Discando-

-Chama... Chama... e ninguém atende. 

Será que peguei tão pesado assim?(pensei)

-A ligação foi para a caixa de mensagem-

-Vou tentar de novo.

-A ligação foi para a caixa de mensagem novamente-

- A última vez que tento.

Percebo que ela atendeu.

-ALÔ, GIO, PRECISO CONVERSAR COM VOCÊ.

Quando sou interrompida por uma voz masculina, era o pai dela.

- Anabel, tudo bem? é o Alexsander.

-Ah, oi tio, tudo bem e com o senhor? -como eu conhecia a Gio a muito tempo, o pai dela, pra mim, era como que se fosse um tio.

- Tudo bem sim.

-Que bom... É... Tio, o senhor sabe cadê a Gio? Preciso muito falar com ela.

-Ela está no hospital Português, ela sofreu um acidente e está dormindo, depois eu aviso que você ligou, ok?

-O QUE? COMO ASSIM UM ACIDENTE? ONDE FOI? COMO FOI? -perguntei aflita e me sentindo culpada pelo o que estava acontecendo com a minha amiga.

- Ela foi atropelada quando estava indo embora da sua casa, pelo que eu entendi. -ele disse com um tom triste. 

Nossa, aquelas palavras foram como um tiro certeiro, que veio com endereço certo para me matar e me tirar daquele mundo.

Eu não conseguia deixar de me sentir culpada pelo que estava acontecendo com ela. Ela saiu daqui desesperada, chorando muito. Um sentimento de tristeza profunda tomou conta de mim,  fiquei sem reação.

Passaram-se, aproximadamente, 3 minutos de silêncio, quando volto ao mundo e saiu dos meus pensamentos com o pai dela chamando meu nome.

-Anabel, Anabel? Tá ai?

-OO... OI, ES... TOU INDO PRAÍ...QUAL HOSPITAL ELA ESTÁ-as palavras custaram a sair, relutei pra tentar falar, meu corpo tremia, eu fiquei tão pasma com o que acabara de ouvir e as lágrimas não deixaram de cair.

-No hospital Português.-ele disse e meu celular descarregou.

Percebo que fica tudo mudo e vejo que meu celular descarregou.

DROGA, NÃO TINHA COMO PERGUNTAR MAIS NADA.

-Desço as escadas correndo-

-MÃE-gritei desesperadamente por ela.

- O QUE FOI ANABEL? QUER ME MATAR DO CORAÇÃO? E PORQUE VOCÊ ESTÁ CHORANDO ASSIM?-ela perguntou desesperada, ao me ver desesperada também.

- A Giovanna mãe. -falei chorando.

- FALA MENINA, O QUE É QUE TEM A GIOVANNA.-ela pergunta aflita.

Eu me abaixei em rumo ao chão, minhas pernas estavam bambas ainda por conta da notícia, eu não sabia ao certo o que acontecera, não perguntei ao pai se foi grave, só conseguia chorar e me sentir culpada pelo ocorrido.

- FALA LOGO. 

-ELA FOI ATROPELADA POR MINHA CAUSA. 

Ninguém tirava da minha mente que ela foi atropelada por minha causa.

- CALMA MINHA FILHA, PORQUE SUA CAUSA? –ela falava e me acolhia com um abraço.

- Eu briguei com ela, falei coisas horríveis, que sei que a machucaram e ela saiu correndo daqui. Mais não agora não posso explicar, me empresta a chave do seu carro, eu preciso vê-la.-falei angustiada e suplicando.

 - Você não esta em condições de dirigir, eu te levo. -ela sentia que meu estado era realmente critico, ainda mais depois que recebi a notícia.

Peguei meu casaco e minha bolsa e entrei no carro.

Durante todo o trajeto, permaneci em silêncio. Eu não sabia o estado que minha amiga se encontrava.

-No hospital-

Chego lá e vou ao guichê tentar pegar o meu crachá de visitante.

 Pelo que a enfermeira falou, ela só tinha sofrido uma luxação no tornozelo e que provavelmente daqui a poucas horas receberia alta e que não tinha necessidade de uma visita, sendo que em pouco tempo ela seria liberada, porém, insisti muito pra entrar e ela disse que iria ver se conseguira liberar a minha entrada.

Passaram-se 8 minutos até que ela chega e autoriza que eu fosse ver a Gio.

Chego na sala chorando bastante, apesar de não ter tido nada sério, existiu a hipótese dela ter morrido naquele atropelamento e por conta das minhas duras palavras.

-GIO. –disse indo em direção a ela e vendo que seu pé estava enfaixado.

Porém, ela virou a cara e vi que uma lágrima corria de seus olhos e ela não me disse nada...

Como a Luz e a EscuridãoWhere stories live. Discover now