Capítulo XIII - O beijo

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-Giovanna-

Depois daquela noite, logo mais tarde a enfermeira veio, enfaixou o meu tornozelo e me deu uns remédios para dores. Eu teria que permanecer assim por uns dias até que tudo voltasse ao normal. Meu pai ficou comigo o tempo todo. Tinha uma cadeira flexível para acompanhantes e quando a pessoa quisesse, poderia acionar um botão e ela virava uma espécie de "cama". Logo após que a enfermeira deixou o quarto, conversei muito com meu pai. Logo após quando a enfermeira saiu do quarto. Ele ficou com pena do Átila, que permanecia sentado do lado de fora do meu quarto.

A enfermeira voltou ao quarto no qual eu me encontrava e me entregou uma sopa, falando que eu precisava me alimentar.

- Eu preciso realmente comer essa sopa? Não tem uma comidinha melhor não? Não tive nada demais...

- Sim, você precisa se alimentar.  Desculpe mocinha. Pela noite só servimos sopa. Tanto para os pacientes, quanto para os acompanhantes.

Ela disse isso e eu olhei pro meu pai fazendo uma careta e rindo, eu sabia que ele não gostava de sopa.

- Ah, acho que meu pai não irá querer a sopa. -falei rindo, tentando recuperar o meu humor. 

- Concordo plenamente com você filha. Enfermeira, não tem nenhuma lanchonete aqui não?

- Tem sim, no final do corredor. Porém, acho que essa sopa está ótima em... acho que a mocinha ai vai ter que comer a do papai também.

- Não, não obrigada. É tortura demais para uma pessoa só. -eu não era muito fã de comida de hospital.

- Hahaha. Bom, vou indo. Tenho que ver outros pacientes. Qualquer coisa, podem me chamar.

E quando ia saindo, ela ainda disse:

- E aquele belo rapaz? Vai ficar ali fora mesmo tomando "chuva"?

- Sim, e tomara que  raio caía na  cabeça dele.-falei isso triste. No fundo eu não queria ter dito aquilo, queria ele ali dentro comigo, segurando a minha mão,porém, eu não podia fazer corpo mole e tentei parecer firme.

- Bom, então vou indo, fique bem, qualquer coisa só chamar.

- Ok, tchau.

Eu estava me sentindo mal e ao mesmo tempo bem. Átila ainda estava ali fora, mesmo depois da forma que eu o tratei. Isso me deixava feliz por ele se importar comigo, porém, o coitadinho estava triste.

- Filha, vou em busca de algo de gente normal para se comer. Quer algo?-

- Um doce seria bem vindo, papai.

-Um doce, para outro doce. –meu pai disse tentando me animar.

- Já volto.

- Certo.

Não demorou muito e meu pai voltou com jujubas.

- Foi a única coisa que achei lá, a essa hora da noite.

- Tá ótimo, manda pra cá.

Ficamos um bom tempo conversando. Quando me dei conta de que, meu pai, no dia seguinte, teria uma reunião importantíssima, esperada por ele o ano todo.

-Pai, acho melhor o senhor ir dormir, ou ir para casa. Amanhã é um grande dia. E eu, particularmente, não estou sentindo nada demais.

- É filha, amanhã é um grande dia sim. Porém, eu não irei. Não posso deixar você aqui sozinha nesse estado.

-PAI, EU NÃO ESTOU MORTA.

- Eu sei que não, longe disso, mais quero seu bem, acima de tudo.

- Pai, me promete que amanhã cedinho o senhor irá para a reunião? Prometa-me? Eu irei para casa de táxi. Já decidi. Você não pode se atrasar. Eu sei o quão importante é essa reunião pra o senhor.

Como a Luz e a EscuridãoOù les histoires vivent. Découvrez maintenant