-Giovanna-
Depois daquela noite, logo mais tarde a enfermeira veio, enfaixou o meu tornozelo e me deu uns remédios para dores. Eu teria que permanecer assim por uns dias até que tudo voltasse ao normal. Meu pai ficou comigo o tempo todo. Tinha uma cadeira flexível para acompanhantes e quando a pessoa quisesse, poderia acionar um botão e ela virava uma espécie de "cama". Logo após que a enfermeira deixou o quarto, conversei muito com meu pai. Logo após quando a enfermeira saiu do quarto. Ele ficou com pena do Átila, que permanecia sentado do lado de fora do meu quarto.
A enfermeira voltou ao quarto no qual eu me encontrava e me entregou uma sopa, falando que eu precisava me alimentar.
- Eu preciso realmente comer essa sopa? Não tem uma comidinha melhor não? Não tive nada demais...
- Sim, você precisa se alimentar. Desculpe mocinha. Pela noite só servimos sopa. Tanto para os pacientes, quanto para os acompanhantes.
Ela disse isso e eu olhei pro meu pai fazendo uma careta e rindo, eu sabia que ele não gostava de sopa.
- Ah, acho que meu pai não irá querer a sopa. -falei rindo, tentando recuperar o meu humor.
- Concordo plenamente com você filha. Enfermeira, não tem nenhuma lanchonete aqui não?
- Tem sim, no final do corredor. Porém, acho que essa sopa está ótima em... acho que a mocinha ai vai ter que comer a do papai também.
- Não, não obrigada. É tortura demais para uma pessoa só. -eu não era muito fã de comida de hospital.
- Hahaha. Bom, vou indo. Tenho que ver outros pacientes. Qualquer coisa, podem me chamar.
E quando ia saindo, ela ainda disse:
- E aquele belo rapaz? Vai ficar ali fora mesmo tomando "chuva"?
- Sim, e tomara que raio caía na cabeça dele.-falei isso triste. No fundo eu não queria ter dito aquilo, queria ele ali dentro comigo, segurando a minha mão,porém, eu não podia fazer corpo mole e tentei parecer firme.
- Bom, então vou indo, fique bem, qualquer coisa só chamar.
- Ok, tchau.
Eu estava me sentindo mal e ao mesmo tempo bem. Átila ainda estava ali fora, mesmo depois da forma que eu o tratei. Isso me deixava feliz por ele se importar comigo, porém, o coitadinho estava triste.
- Filha, vou em busca de algo de gente normal para se comer. Quer algo?-
- Um doce seria bem vindo, papai.
-Um doce, para outro doce. –meu pai disse tentando me animar.
- Já volto.
- Certo.
Não demorou muito e meu pai voltou com jujubas.
- Foi a única coisa que achei lá, a essa hora da noite.
- Tá ótimo, manda pra cá.
Ficamos um bom tempo conversando. Quando me dei conta de que, meu pai, no dia seguinte, teria uma reunião importantíssima, esperada por ele o ano todo.
-Pai, acho melhor o senhor ir dormir, ou ir para casa. Amanhã é um grande dia. E eu, particularmente, não estou sentindo nada demais.
- É filha, amanhã é um grande dia sim. Porém, eu não irei. Não posso deixar você aqui sozinha nesse estado.
-PAI, EU NÃO ESTOU MORTA.
- Eu sei que não, longe disso, mais quero seu bem, acima de tudo.
- Pai, me promete que amanhã cedinho o senhor irá para a reunião? Prometa-me? Eu irei para casa de táxi. Já decidi. Você não pode se atrasar. Eu sei o quão importante é essa reunião pra o senhor.
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Como a Luz e a Escuridão
Roman d'amourEu não sei ao certo que caminho seguiria, só sei que lá fora a chuva caí forte e de uma forma assustadora... Não tenho mais sentido pra continuar vivendo nesse mundo, onde tudo o que eu faço não tem sentindo, onde as coisas só pioram, onde a dor me...