Capítulo XV - Quase lá...

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-Átila-

Passei a noite toda em uma cadeira dura e de plástico. Algo que chega a ser desumano, porém, eu não tinha do que reclamar. O meu amor estava só a 4 passos de mim, atrás de uma porta e por mais que ela não quisesse me ver, uma hora ela teria que me ouvir, e eu então iria explicar o que realmente aconteceu.

-Amanhece-

Acordo meio assustado e com uma dor horrível no pescoço. Quando vejo que o Senhor Alexsander sai do quarto da Giovanna. Onde o pai dela iria assim, tão cedo?

- Bom dia, senhor Alexsander.

- Olá rapaz, você permaneceu ai mesmo a noite toda?

- Sim, não tive a intenção em momento algum de me ausentar, para longe da sua filha. Não antes de explicar o que aconteceu. –nossa onde eu estava com a cabeça? Falando isso assim ao pai dela sem me importar.

- Boa sorte, quando for tentar conversar com ela. Acho que você deve saber, que ela é um pouco cabeça quente.

- Eu irei conseguir. Não costumo desistir do que eu quero. -é... onde meu juízo foi parar? pensei comigo mesmo.

Vi que ele arqueou uma sobrancelha me olhando meio torto.

- É bom que você tenha cuidado com ela. Ou saiba que terá consequências.

S...sim, não tenho intenção nenhuma de machuca-la. –falei tentando rever minhas palavras ditas anteriormente.

- Bom, eu tenho que realmente ir, tenho uma reunião importantíssima agora. Quando der o horário da alta dela, um taxista irá vir busca lá.

- Desejo-lhe sucesso na reunião, não tenho a intenção, de atrasa-lo mais. Até mais.

- Até mais garoto! Boa sorte. Acredito que você irá, realmente, precisar. -Ele disse, deu um risinho e se foi. 

Nossa, agora dessa forma como ele falou, parece que estou indo pra guerra nú. Pensei comigo mesmo.

Era muito cedo, olho o relógio e vejo que são 5h35min, sei que não conseguirei dormir mais. Não ali, naquela cadeira de espera. Decido então ir até a lanchonete que fica no final do corredor.

Chegando lá, tomo um café, e pego para comer um pãozinho com recheio de catupiry. Como eu não havia saído de lá para buscar roupas e a minha escova de dentes, não tinha outra escolha a não ser apelar para os chicletes de menta.

Depois do meu "maravilhoso" café, volto ao meu "confortabilíssimo" assento.

E vejo que... Nossa, esse hospital, hein, tem médicas mais gatas do que, no qual eu trabalho. Mama mia. Penso comigo mesmo. Só a Giovanna pra me dar jeito, ou então, eu iria tentar arranjar um estágio aqui caso ela não me queira.

Sento na cadeira, encosto a cabeça na parede e fico pensando na vida. E pensando se isso não é obra do destino. Aprendi que na vida nada é por acaso, tudo tem um propósito.

Estou ali, quase pegando no sono, quando ouço o celular da Giovanna tocar. Percebo que ela o atende e então fico ali tentando ver se consigo ouvir com quem ela está falando, assim tão cedo. E ouço quando ela fala o nome de uma amiga dela, a Daiana. Fico mais aliviado, pelo menos não é nenhum trombadinha. Elas ficaram conversando por um bom tempo. Deve ter sido uns 40 minutos mais ou menos. E assim que ouço elas se despedirem, meu coração acelera. Chega a hora de entrar em ação e tentar domar a fera.

Entro lá, e vejo que ela faz menção de ligar a televisão, tento conversar com ela, porém, ela me ignora. Faço coisas que nem eu sei como tive coragem. Puxo o cabo da tomada e chego mais perto dela. E percebo que sua reação muda, ela fica estranha, mais ofegante, assim como eu também estava.

Como a Luz e a EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora