4. ความเข้าใจ

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Aquele em que não há viagens perdidas

🔊 Overthinking IT - WILLOW

Lalisa Manoban, aparentemente, é uma teia de aranha. Porém, feita de linhas mesmo. Linhas bem tênues. E eu estou me equilibrando em uma delas agora, como se fosse uma corda bamba.

A cena é a seguinte: a tailandesa está muito bem acomodada em um dos bancos altos paralelos ao balcão da cozinha. As longas pernas dela preguiçosamente entrelaçadas às do assento, flexionadas e relaxadas. A postura largada somente de sua cintura para baixo, já que a coluna está perfeitamente ereta enquanto ela saboreia uma porção de pad thai. Parece bem confortável.

Quer dizer, imagino que a posição das pernas quando estamos sentados seja um à-vontadômetro. Um medidor do quanto você esta à vontade, só pra esclarecer, caso minha criatividade e didática tenham sido demais para seus neurônios captarem a informação.

E, bem, a versão feminina, charmosa, com rosto e não assustadora do slenderman está com as pernas afastadas num ângulo palpável.

A questão é que ela está tentando comer ao mesmo tempo em que presta atenção em Hayoon e seu dilema sobre como o Seu Siriguejo é tão arrogante e obcecado quanto o Plankton.

E, cada vez que a minha irmã abre a boca para argumentar ㅡ que é a cada cinco segundos, no mínimo ㅡ, Lalisa para de mastigar e o que sobra é uma pontinha de macarrão pendendo para fora de sua boca comprimida em um bico e suas bochechas infladas. E então, para mostrar que está prestando atenção, abre bem os olhos, as sobrancelhas ligeiramente erguidas enquanto concorda com a cabeça.

E há essa linha tênue entre adorável e estranho.

ㅡ ... e pra piorar tudo, ele nem paga o Bob Esponja direito! ㅡ Hayoon pontua, exasperada. ㅡ E enquanto o Bob Esponja faz hambúrgueres de siri porque gosta, o Seu Siriguejo só liga pro dinheiro.

Minha irmã está problematizando Bob Esponja.

E para piorar, ela tem razão. Como sempre.

Lalisa mastiga seu jantar tranquilamente. Ela percebe meu olhar e me encara suprimindo uma risada, o que só percebo porque seus olhos sorriem junto. E isso cria dobrinhas em suas pálpebras inferiores, o que, definivamente, eu não me reclamaria de ver mais vezes, e acho que também não me importo em sentir essa urgência para devolver o sorriso...

Sei lá por quê.

A voz de Hayoon por brinca por todos os lados, assim como a sensação quentinha e leve que está sendo emanada da garota tailandesa desde que ela pôs os pés aqui.

ㅡ Yoonie-ya... ㅡ eu chamo, meio perdida com tanta informação. Que não são tantas coisas assim, mas a sensação é de que simplesmente é. ㅡ Lalisa tá tentando comer. Ela não consegue responder você enquanto come.

Hayoon olha para mim, depois para a Lalisa.

ㅡ É pra eu calar a boca?

ㅡ Não totalmente. Só tenta pegar leve um pouquinho enquanto ela termina de comer ㅡ explico.

Minha irmã apenas levanta os pequenos polegares na minha direção, piscando um olho só.

ㅡ Vou assistir desenho, então. E pode deixar, vou ficar quietinha, eu juro.

Sorrio, vendo-a afundar o corpo confortavelmente no sofá e aumentar minimamente o volume da televisão.

ㅡ Não precisava ㅡ ouço Lalisa falar bem mais baixo que de costume.

HanWhere stories live. Discover now