11. ค้นหาจักรวาล

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Aquele com as constelações de Lisa

JENNIE NÃO DÁ PARA DEFENDER KIM

Abraços nunca foram uma especialidade minha.

Abraçar para mim é sinônimo de intimidade, confiança, vulnerabilidade. Acho um pouco complicado. Onde devem ficar meus braços? É perto demais. E se a posição ficar meio estranha? Quanto tempo deve durar? 

Nada disso faz parte de meus debates internos agora, curiosamente. As únicas coisas que dominam meus pensamentos giram basicamente em torno da pessoa que estou embalando entre meus braços. Diferente de mim, que me encontro com os olhos meio arregalados, Lalisa tem os seus apertados fortemente. Sei disso porque posso senti-los bem fechados contra meu ombro. Não sei por quanto tempo estamos nessa mesma posição, na verdade, acho que não me importo.

É íntimo, mas não é invasivo. É perto demais, mas não quero afastá-la. Mesmo que suas mãos estejam se agarrando ao pano de minha roupa com tanta firmeza e exigência, como se esperasse que eu fugisse. A rigidez em meu corpo se desfaz aos poucos, assim como a ruga entre minhas sobrancelhas. Finalmente me permito fechar os olhos, me confiando inteira ao corpo quentinho e confortável que está grudado ao meu.

Descarto a imprecisão e decido, por fim, que isso pode durar o quanto Lalisa quiser. Seu aperto não me causa repulsa, pelo contrário: tão sorrateiramente quanto posso, aconchego meu rosto no ombro espaçoso, o cheirinho suave que escapa de sua pele me convidando para ficar mais um pouco. As mãos dela diminuem o aperto e escorrem por minhas costas, parando antes da base de minha cintura.

— Você também me deu um beijo no nariz ou até agora estou sonhando? — Lisa praticamente sussurra no meu ouvido.

Agradeço internamente por estar com o rosto escondido, pois posso sentir com clareza o sangue se acumulando em minhas bochechas. Ouço o suspiro entrecortado escapando de Lisa, o que indica que ela está conseguindo cessar o choro. 

Agora mais do que nunca, gostaria de ter poderes telepáticos, assim poderia oralizar o que não consigo: eu estou aqui, Lis. Estou aqui para você. Consegue sentir?

Abraço seu corpo um pouco mais forte. Em resposta, seus dedos afagam minha pele numa carícia curta e sutil.

Pokpak?

Lalisa nem se move ao ouvir a voz de seu pai ao pé da porta. Eu, por outro lado, quase desfaleço com o susto mas não faço nada além de me manter imóvel. Praticamente se arrastando, Lisa afasta o corpo do meu, esfregando os olhos.

Yu ni — ela responde em tailandês alto o suficiente para que possa ser ouvida por ele, a voz preguiçosa.

Meio sem jeito, estendo os óculos para que ela os coloque no rosto novamente. Lisa sorri em agradecimento antes de se colocar de pé. Ela abre a porta e, pela brecha, vejo senhor Phon segurando uma bandeja.

Não entendo nada do que eles falam, mas nem me dou conta de que estou sorrindo ao ouvir a voz de Lisa se desenrolando livremente no próprio idioma. Fica significativamente mais grave, fluida. Consigo identificar algumas consoantes aspiradas e arrastadas, principalmente os "erres", e acho que não haveria problema nenhum em ficar escutando Lisa falar assim o dia todo, mesmo que eu não entenda coisa alguma.

Sério, isso já virou palhaçada. Quer dizer que eu preciso aturar a mim mesma achando até Lisa falando qualquer coisa, em qualquer idioma, a coisa mais encantadora do mundo? Não é justo.

Lalisa escancara mais a porta, já com a bandeja em mãos, dando espaço para senhor Phon me cumprimentar mais uma vez.

— Menina Mandu, trouxe algumas frutas fresquinhas para o lanche. Pokpak é tão cabeça de vento que esqueceu de servir alguma coisa para você. 

HanWhere stories live. Discover now