Capítulo 58 - A manipulação do jogo

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NOTAS INICIAIS

HEY, Batatinhas Ambulantes o/

No capítulo de hoje - de volta a Mariah x.x

Tenham uma boa leitura o/

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Aproveitei os meus últimos momentos com o Edwin naquele dia. Jogamos por várias vezes o jogo de cartas enquanto ele me interrogava frequentemente sobre eu ir embora assim tão de repente. Sempre desviava a pergunta, dizendo ser apenas uma sensação boba de despedida. Podia estar errada, mas não estava. O dia do ataque serviu para a organização do castelo e logo fiquei sabendo de novos Cavaleiros convocados para servirem no castelo real.

Naquela noite, abracei o Edwin antes de ele ir dormir e aguardei, sentada na cama, a chegada do príncipe. Ele nunca me deixava andar desacompanhada e fico pensando se tinha a ver com a falta de confiança dele com os próprios Cavaleiros. Teria ele medo de eles me fazerem algum mal? Talvez nunca fosse descobrir.

Ouço duas batidas dadas suavemente na porta e me levanto apressada, abrindo a mesma. O príncipe de gelo meneia a cabeça para trás, indicando qual seria o caminho seguido por nós. Assenti e saí do quarto, fechando a porta atrás de mim. Tinha escolhido um vestido simples, mas que pelo menos não era uma camisola como eu utilizara na noite anterior.

Dessa vez ele não segurou minha mão enquanto seguíamos juntos pelo caminho que eu já tinha me habituado: ao terraço do castelo. Ao chegarmos lá, estava mais frio do que na noite anterior. Abracei-me, querendo me proteger do frio e mal tive tempo de comentar algo do tipo com o príncipe, pois, como se previsse a nossa chegada — e eu não duvidava —, uma figura feminina surgiu das trevas, ficando perto do limite do terraço, nos observando chegar.

— Como combinamos — o príncipe disse.

— Fico feliz de ter podido chegar antes de começarem a se despedir. Não sei se aguentaria tamanha melosidade.

— Melosidade? Por que acha que nos trataríamos de forma melosa?

— Pensa que sou boba, Matthew? — a princesa debocha. — Pensa que não suspeito haver um relacionamento entre vocês dois?

— Creio que esteja equivocada — o príncipe mal esboçou reação.

Isso com certeza era a especialidade dele.

A princesa continuou de maneira impassível, claramente duvidando das palavras do Matthew. Decidi permanecer calada, não querendo me meter na discussão dos dois. Até porque, ele parecia estar defendendo a própria imagem e eu poderia falar besteiras.

— Tenho certeza que sim — ela usou alta ironia. — Sabe muito bem o destino dela.

Não precisei pensar muito para chegar à conclusão de estarem falando de mim. A curiosidade se mexeu internamente, mas eu comprimi os lábios e me forcei a ficar calada. Queria muito saber quais os planos da princesa para a minha pessoa. Entretanto, sabia que não revelariam. Estava óbvio.

Matthew apenas assente com a fala da Marilene. De repente penso que a palavra "destino" estava se tornando bastante comum aos meus ouvidos. Observei os dois se tratarem friamente. Será que foi sempre assim ou eu tenho uma parcela de culpa?, me peguei pensando sobre a cena. Porque a Marilene sabia do suposto relacionamento, embora o Matthew tenha tentado disfarçar no momento.

— Vamos, Acácia. Temos uma longa viagem esta noite.

Ela deu as costas para o irmão e numa névoa negra fina após tirar o bracelete do braço, se tornou novamente um corvo, grasnando como se mandasse eu me transformar logo. Puxei o colar do pescoço e deixei a maldição tomar conta do meu corpo, escolhendo a forma de corvo como o da princesa. Alcei voo com ela.

A Guardiã da Noite - Livro 2Where stories live. Discover now