Capítulo Vinte e Dois - Idiota, só que dói.

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Eu.

Idiota.

Era o que eu tinha sido, mais uma vez. Um belíssimo idiota.

Não era como se fosse a primeira vez e provavelmente não seria a última, mas, de alguma forma, dessa vez era diferente.

Dessa vez, ter dado o braço a torcer e admitido para mim mesmo que eu queria consertar as coisas com Olive e depois ver o que eu tinha acabado de ver estava doendo.

Mas não era nada demais, de todo modo.

Era só mais uma das vezes que eu estava sendo idiota.

Só que doía.

Adam estava com os lábios nos dela, beijando sua boca depois de eu ter pedido a Olive para que a gente conversasse mais uma vez e, possivelmente, reatasse aquela relação estranha que a gente tinha construído.

Mas, o que eu esperava? Ela era Olive Smith. Não era como se ela fosse se apaixonar por Ian Simmons. Embora eu não tivesse mais tanta certeza se a recíproca era verdadeira.

— Eu sinto muito, Ian. — Jessie disse e senti suas mãos em meu braço. Dessa vez, não para me segurar e me impedir de ver exatamente o que eu estava vendo, mas como uma forma de apoio.

Porque eu meio que estanquei naquele pedaço de chão por um segundo. E por mais um quando os olhos azuis de Olive me encararam e se arregalaram. E sua boca se entreabriu, mas se fechou muda, como se ela não soubesse o que falar.

Ela não tinha que me dar explicações, no fim das contas. Ela era uma mulher livre e solteira e eu tinha garantido que ficasse claro que nós dois não tínhamos nada. Ela podia sair com o Dr. Thor, se quisesse.

Então por que era como se uma bigorna muito pesada estivesse em cima do meu coração?

De toda forma, apenas tirei meu braço das mãos de Jessica e saí dali, tendo apenas uma vaga consciência dela falando para seu cliente que precisava ir atrás de mim e que eles remarcariam, embora eu realmente não quisesse que ela deixasse de resolver suas coisas por causa das minhas pendências mal resolvidas, mas sem realmente conseguir fazer algo sobre isso.

De repente, eu só precisava de ar. De respirar. De me livrar daquele peso enorme que parecia me esmagar.

Passei pelo bar, pelo portal em frente ao restaurante e peguei a chave do Buggy com os manobristas, dispensando que eles fossem buscar meu carro de verão para mim. Tinha quase chegado no carro quando fui interrompido por um chamado, de certa forma, inesperado.

— Ian! — A voz de Olive me chamou e eu ouvi o barulho dos saltos contra o piso do estacionamento, rápidos e fortes. Ela estava correndo. — Ian!

Parei e respirei fundo, me virando para ela em seguida.

A primeira coisa que notei foi que ela estava linda. O vestido preto destacava sua pele alva e os cabelos presos para cima deixavam seu rosto exposto, uma visão ampla provavelmente da pessoa mais bonita que eu já tinha visto. Ela era tão simétrica, o formato amendoado dos olhos era perfeito, assim comoo azul; como dois pedacinhos do céu.

Esperei que ela chegasse e parasse na minha frente, a alguns centímetros de mim, já ajeitando alguns fios do cabelo que tinham saído do lugar. Seu peito subia e descia rápido, numa respiração ofegante.

E a gente se olhou. Porque, de certa forma, não tinha nada a ser dito. Olive estava seguindo minha vida e eu me magoei porque estava com o ego ferido – só por isso, porque eu não podia pedir nada para ela quando eu mesmo tinha colocado um ponto final no nosso "conto de uma página".

Você e Eu (Concluído).Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum