carinho

4K 191 10
                                    

— Quanto tempo que não como bife, batata frita, farofa, arroz e feijão.

Ele resmungava de prazer enquanto comia e ainda soltou "só faltou aquele ovinho estalado". Terminamos de comer e eu lavei a louça enquanto ele atendia um telefonema, alias gritava no mesmo.

— Pai, pelo amor de Deus! Estou de folga. – o olhava atenta e ele bufava andando pela sala. — Tá, tá cabeça. Tchau!

— Problemas?

— Sempre tem, sempre.

— Fica calmo, Junior.

— Meu pai me estressa com esses comerciais de merda!

O abracei e ele beijou meu pescoço.

— Vou ter que ir.

— Mas hoje você esta de folga, não é?

— Se eu não for logo, ele vai continuar ligando.

— Então...ahn... tá bom.

Não sei o porquê mas ele me parecia agitado, desconfiado. Tipico de quem está mentindo. Ele vestiu a camisa e o tênis. Se despediu com um selinho tão rápido que me entristeceu. Respirei fundo e fiquei apenas martelando o resto do dia o que ele tanto teria pressa em fazer e porquê estava estranho.

JUNIOR.

Meu pai não parou de ligar nem quando eu já tinha dito que estava no caminho de casa. Bufei, puto! Queria ter ficado mais com a Kyara, mas ele tem que atrapalhar né. Que porra! (...)

— Eu disse que já estava a caminho, qual a necessidade de continuar ligando?

— Juninho, abaixa o tom.

— Tá, foi mal.

— Lembra da campanha de natal?

— Achei que já estava tudo certo.

— Quase tudo, temos que ir para o Brasil.

— Ah pai, sério?

— Embarcamos amanhã de manhã.

Nem esperou que eu reclamasse e saiu do meu quarto. Bufei, arrumei uma pequena. Tomei banho e me joguei na cama.

São Paulo - BR.
Acabamos de chegar no apê que meu pai alugou aqui no centro, não consegui avisar a Kyara sobre nada. Ligo e ela não atende e depois cai na caixa de recados.

— Que agonia, hein. – cebola remungou baixinho.

— Até eu já estou ficando irritado com isso. – encarei o Jota e ele deu de ombros.

— Ela não atende, tá foda!

Joguei o celular longe e o meu pai entrou no meu quarto dizendo que teriamos que me trocar para ir encontrar a modelo da campanhia e o representante de quem me contratou.

— Sem gracinhas, meninos.

— Relaxa, cabeça – Jota riu.

— Eu tô de boa, cabeça.

— Quem é a modelo, pai? - o olhei e voltei a atenção ao trânsito infernal da grande cidade paulista.

— Catherine Bascoy.

— Hm...

Estacionei em frente a agência, ainda era cedo e não tinha grande movimento na rua. Enfiei o boné na cara e saimos do carro. Meu pai nos identificou na recepção e fomos para o 7° andar. (...)

— Oi, neymar.

— Tudo bom? Pode chamar de Junior mesmo. – sorri e a comprimentei com beijos no rosto, ela assentiu.

— Ok, Junior. Sou admiradora do seu trabalho.

— Obrigada pelo carinho, de verdade.

— Depois podemos resolver esse carinho.

Ela sussurou próxima ao meu ouvido e saiu sorrindo para fazer a maquiagem, fiquei olhando o Jota que também não tinha entendido nada.
Talvez, tenhamos sim. Mas prefiro dizer que não.

Sugar Daddy 》 NJRWhere stories live. Discover now