Prolog

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Stuttgart, segunda-feira, 27 de maio de 2019


Catherine observava Rob sentado no sofá, entretido com Petros e um brinquedo de dinossauro. Faltava pouco mais de duas horas para o jogo que definiria a permanência do Stuttgart na série A do Campeonato Alemão. O jogo de volta contra o Union Berlin aconteceria na capital alemã, depois de um empate em 2 a 2 em Stuttgart na semana anterior.

O time da capital tinha a vantagem dos dois gols feitos fora de casa, mas o time do Stuttgart era melhor, Catherine achava. Tudo bem, a campanha do time tinha sido fraca e de dar pena, mas eles eram melhores. Bom, ela esperava que fossem.

Na semana anterior, ela tinha sido convidada a ir à Allianz Arena para celebrar o hepta campeonato do Bayern, tinha sido ótimo, mas agora estava em Stuttgart e sofrendo pelo futuro do time do namorado. Uma mudança muito brusca de sentimentos e torcida.

- Rob, seu tio vai precisar de toda a nossa torcida. Vamos ter que torcer muito pra que o time dele não caia pra segunda divisão. – Catherine falou para o bebê, que a olhou e deu um sorriso de dois dentes antes de voltar a atenção para o cachorro.

O pequeno garoto de oito meses (quase nove) estava entretido o suficiente e Catherine dava graças aos céus por isso, porque se ele começasse a chorar pedindo pela mãe, o que ela faria? Não fazia ideia de onde Anna estava, o que ela tinha ido fazer e quando voltava. A amiga apenas disse que precisava que Catherine cuidasse de Robert por algumas horas e saiu.

Deixou o pequeno com a alemã e se foi. Por sorte, Rob estava de bom humor, tinha apontado para várias coisas e engatinhado por toda a casa de Holger, balbuciado algumas palavras, resmungado e tentou subir nas costas de Petros. Ah, claro, uma soneca tinha sido tirada e agora ele estava ali, de banho tomado, com um body de dinossauro que Catherine tinha comprado e brincando.

- Você podia aprender a falar meu nome. É fácil! Repete comigo: tia Cat. Tia. Cat. – falou para Robert, que deu uma gargalhada e escorregou pelo sofá, sentando-se no chão e logo engatinhando para a cozinha e Catherine seguiu em seu encalço. – O que você quer? – perguntou, pegando-o no colo e ele apontou para o filtro de água. – Água? Hm. Entendi. Bom, você precisa comer também... o que eu vou te dar pra jantar? Eu vou ter que pesquisar, porque não faço ideia do que um bebê de nove meses come, mas, com certeza, eu consigo me virar.

- Mama?!

- Ela vem logo, Rob. Eu acho. Agora você vai ter que se contentar com sua titia Cat. E eu espero que você entenda mais de um idioma, porque eu estou falando com você em alemão e só agora parei pra pensar nisso... – Catherine deu uma risada, enchendo o copo de plástico do garoto e lhe deu.

Rob já tinha a coordenação motora bem desenvolvida e conseguiu pegar pelas alças e tomar no bico do copo, não se demorando muito, e Catherine observou o relógio na parede. Precisava mesmo dar algo para aquela criança comer.

- O que você acha de comer feijão e... – pareceu pensar. – e ficar um pouco no chão enquanto sua tia tenta descobrir o que te dar pra comer.

Catherine sentou o menino sobre a bancada e pegou o celular, digitando "o que come um bebê de nove meses?" e uma enxurrada de respostas apareceram. Faria um purê de legumes, ela tinha comprado alguns no dia anterior em uma feira de orgânicos e com certeza ele gostaria. E feijão. Será que deveria dar feijão pra uma criança de nove meses? Seria bom pesquisar aquilo também.

Talvez só o caldo.

É, faria isso.

Cozinharia batata, cenoura e beterraba e depois bateria tudo, faria um purê e daria a Robert.

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