23. Efeito Jeon JungKook

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Eu e JungKook saímos da festa de mãos dadas enquanto poucas pessoas nos olhavam, sendo que a grande maioria apenas fitava a coroa — dele — que eu estava usando, julgava e depois seguia o baile (literalmente). Não reparei em nenhum dos meninos e apenas segui com o mais alto até o seu carro.

O Jeon passou por todo aquele processo para conferir se não havia álcool em seu corpo e, assim que confirmaram, o motorista trouxe o veículo, entregou as chaves para o moreno e ainda comentou, antes de finalmente sair:

— O seu carro é incrível, senhor.

— Obrigado. — Riu, ajudando-me a entrar com toda aquela saia. Depois, voltou para o banco do motorista, enquanto eu pegava o meu celular e confirmava se estava tudo ok.

— Vou avisar para minha mãe que estamos saindo — falei, vendo-o assentir e colocar uma música no rádio, a qual eu não conhecia direito.

Mandei uma mensagem para a mais velha, avisando que estávamos bem e que iríamos para casa. Ela me respondeu com um emoji de coração e, provavelmente, voltou a dormir.

Na minha concepção, o caminho para a casa de JK nunca pareceu tão longo. Eu estava ansiosa para chegarmos e os inúmeros sinais vermelhos e a responsabilidade do mais alto não o fizeram avançar. Entretanto, ao mesmo tempo que eu estava ansiosa, não conseguia discernir ao certo se era exatamente isso que eu sentia, porque parecia que tudo se tratava de uma misto de emoções e, enquanto não pensava logicamente, não ligava os pontos de que a ansiedade está relacionada exatamente com esse "mix" de pensamentos, sentimentos, reações físicas e comportamentais.

Notando que eu estava bem menos falante que o normal, Jeon desligou o rádio e virou-se brevemente para mim, já voltando sua atenção ao trânsito.

— Ei, tá tudo bem? — Segurou minha mão por alguns instantes, fez um breve carinho ali e tornou com ela para o volante, já entrando em sua rua. — Você está gelada...

— Eu tô bem, pode ficar tranquilo. — Tentei sorrir da melhor maneira possível, esperando que o grande portão da mansão Jeon abrisse e nós pudéssemos avançar com o carro. — É só o ar-condicionado. — Ri fraco.

— Por que não me pediu para diminuir? — perguntou, desligando o mesmo, por mais que não fizesse tanta diferença agora, uma vez que JK estava praticamente estacionando o carro na garagem, desligando-o logo depois.

— Viu? Nem demorou tanto tempo assim. Não precisava se preocupar.

— Você não está bem — afirmou, tirando o cinto de segurança e virando-se um pouco para mim, porém eu me mantive com os olhos focados no vidro da frente do carro. — O que foi? Tá sentindo alguma coisa? Quer um remédio? Quer ir para a sua casa? Não precisa dormir aqui se não quiser, viu? Foi só um convite, tem todo o direito de recusar... — Começou a lançar um monte de perguntas para cima de mim, enquanto eu finalmente me virei para si, fitando-o. — Não fica tão quieta, você me deixa preocupado assim.

— Já não pensou que pode ser você que está falante demais? — indaguei, fazendo-o refletir. Por mais que tenha soado como um fora, minha intenção não era essa. JungKook realmente parecia ter engolido um rádio e, ao ouvir meu questionamento, apenas arregalou um pouquinho seus olhos, deixando-os maiores e tornando-os um pouco estranhos na minha visão, pelo fato de eu já estar acostumada com eles levemente puxados nas pontinhas, mesmo sendo — consideravelmente — grandes. Ok, era um estranho fofo, admito.

Levemente, as bochechas do mais alto coraram e ele abaixou o rosto, despenteando seus fios um pouco.

— É que eu tô nervoso — admitiu, para finalmente depois voltar a me olhar.

Sweet Argument • JJKDove le storie prendono vita. Scoprilo ora