A tal sonhada liberdade

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Depois do almoço fomos andar na areia da praia... o vento estava gostoso porém um pouco gelado, era outono e o calor já havia ido embora. Conversamos sobre diversas coisas, tentando quebrar a tensão que havia entre a gente.

Voltamos para a Mansão e eu fui para meu quarto a passos longos.

Cheguei no meu quarto e desabei na cama, pensativa. Ouvi uma batida na porta e a Maria entrou e sentou do meu lado. Pela minha cara viu que eu não estava bem.

- Problemas? - me perguntou carinhosamente.

- Ai Maria... Meus sentimentos estão a todo vapor dentro de mim... Hoje consegui minha liberdade que tanto queria, mas por que eu não estou feliz? porque Maria? Se eu queria tanto isso e briguei tanto por isso... eu não deveria estar pulando de alegria agora?

- Não são simples as coisas do coração Julia.

- Pois é... Tenho vontade de sumir, pra muito longe... mas no segundo depois meu desejo é ficar!

- Porque você o ama! Não é Julia?

Me assustei com a pergunta e levantei da cama, fui até a janela e abri as cortinas... deixando os ultimos raios de sol adentrar o quarto... já estava escurecendo.

- Eu... eu não sei o que sinto Maria. Sei que meu corpo corresponde ao dele numa magnitude que eu até desconheço! E quando estou longe, sinto uma necessidade dele, de estar perto... - abracei meu corpo.

- E qual o nome disso menina?  - Ela chegou perto e me abraçou. - Escute seu coração Julia e não a razão! Não fique pensando o que é certo ou não, esqueça o passado... pense no agora. O que você quer agora? 

- Não sei Maria. De verdade não sei! Estou confusa... você entende? tudo que passei...

- Se você for pensar somente no que é o certo a fazer você pode se arrepender no futuro. Lembre-se disso Júlia! - me deu um sorriso singelo e saiu do quarto.

Fui até o closet e olhei a pequena mala que havia no canto. "suficiente para minhas coisas.. quase nada aqui é meu realmente" - pensei alto.

Comecei lentamente, muuito lentamente a guardar minhas coisas na mala.

Passei a mão em um vestido florido vermelho, de alças. "Você fica ainda mais linda de vermelho" lembrei de suas palavras dita em uma manhã qualquer quando nos encontramos no jardím.

Não dá!! nem guardar as coisas na mala eu consigo sem meu estomago ficar embrulhado! 

Meu Deus!!! o que vai ser de mim? Eu queria que todo esse turbilhão dentro de mim sumisse!!!

Fui até a porta do quarto, praticamente correndo!

Assim que abrí a porta dei de cara com ele. Quase nos esbarramos.

- Você já esta indo Julia? - Disse amargurado.

- Eu preciso ir. Você sabe disso!

- Eu não vou te impedir Júlia, mas quero te dar algo antes. - retirou a mão do bolso e me mostrou uma chave. A chave do apartamento que eu ficava antes de vir para a mansão. 

Olhei sem entender.

- É seu Júlia. Não quero mais que você se preocupe em pagar aluguel...

- Eu não posso aceitar! - estiquei a mão para devolver.

- Por favor Júlia! Eu te fiz perder o emprego... é o mínimo que posso fazer.

- Tudo bem. - olhei para as chaves. - Obrigado!

Então era isso? agora era o momento que eu iria embora... embora de tudo aquilo que me fez sofrer, mas ao mesmo tempo, não consigo pensar somente nas coisas ruins! Na minha mente vinham lembranças boas também... o olhar dele no meu cheio de desejo e luxúria, suas palavras no pé do ouvido, seu toque, seu cheiro, seu corpo no meu! eu realmente estava indecisa do que fazer, então decidi ouvir a razão ao invés do coração.

Dei um sorriso singelo e parti.



Amante obsessivoWhere stories live. Discover now