D'OZE - Saga Rajadas De Vento - Parte I - [CONCLUÍDO]

CONTINUAÇÃO

Se aproximava do meio dia quando os dois cruzaram o mercado - pegaram túnicas de um comerciante distraido - assim os guardas de Décigus - estando de plantão nas divisões de ruas que levavam até o palacete de Cassus - não iria reconhecê-los.

- Por aqui! - Dant entrou numa tenda que ressaltava o verde das palmeiras com a costura dourada, a luz do lado de dentro era pouca parecendo que era muito maior por dentro ao que se mostrava, Richard entrou depois, batendo a cabeça num sino pequeno que despertou quem quer que fosse naquele ambiente negrume.

- O que pretende aqui soldado? - disse Richard.

- Pretendo ver algo. - se aproximando de uma mesa de centro coberta com um tecido branco que lembrava seda - Ego soy Dant...

- Compreendo o que diz... Dant. - ouviam o som de inúmeros sinos badalando, estes ficavam presos ao vestuário como um enfeite comum, ela sentou-se diante de Dant. Um véu branco cobrindo metade do rosto tendo marcas da meia idade, o cabelo não se via pois seu véu descia pelos ombros - O que deseja saber?

- Como poderei pagar? - A vidente faz um silêncio a pergunta de Dant fazendo menção ao lugar... porventura ela não precisaria de nada com valor tendo bastante entorno com tal brilho e pedrarias, muito provável que pagasse um dos mais caros tributos de Décigus porém isso não era do interesse de Dant.

- Vejo que está perdido... Dant. Porém não mais que ele. - Richard desviou-se do olhar dela virando-se para as camadas de tecidos que cobriam a entrada, observava o ir e vir das pessoas. - Você não me parece o tipo de soldado que anda com mercenários... - dizia a vidente ao ascender um incenso passando entorno de Dant.

- Digamos que eu estou devendo lhe um favor assim como estarei devendo a você por fazer isto. - ela ouvi aquilo movendo-se para pegar as mãos de Dant - Voltando ao que perguntou...você consegui ver se ela ainda está viva? - o cheiro amadeirado do incenso deixa Dant sonolento, olhando perdido para aquela nuvem próximo as mãos de ambos, balbucia uma palavra - Mãe!

- Sua mãe está bem...por enquanto, a guerra se aproxima com o vento trazendo a cada distrito o cheiro do sangue dos rebeldes. Cuide para que ela permaneça viva, para que as sombras não tomem seu coração. - A nuvem se desfez quando a vidente soprou a chama perfumada.

- Por que ta demorando tanto...

Richard alcança uma ampulheta - o clima ta ficando agitado la fora e nós sem tempo. - antes que Dant diga algo a vidente ergue a mão para que ele devolva o objeto.

- Quem segura o tempo nas mãos tem direito a muda-lo...

- Como? - Foi Dant que olhou para a vidente primeiro já que o mercenário fixava o olhar na areia dourada dentro da ampulheta.

- Porque me trouxe aqui? -

Pergunta Richard sem conseguir tirar os olhos do objeto - Quem é essa mulher? -continuava a questionar como se Dant também estivesse vendo o mesmo que ele.

- Seu desejo está acontecendo Dant...seu desejo mais profundo - disse ela apontando ao peito indicando o coração - Acolha-o ou mate-o é o que diz o tempo ao mercenário, saia daqui...siga sozinho e salve sua mãe, antes que ele volte a si.

- Mas antes eu quero isso! - disse o soldado tomando a ampulheta das mãos de Richard, e evadiu-se pelas cortinas deixando o local.