Capítulo 1

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(Leiam até o final)

Antes

Janeiro de 2017*

Para minha mãe esse é um hábito muito estranho, às vezes ela quase me convence, quase. Mas nos dias que não ando de bicicleta, às 05:30 da manhã, meu cérebro não funciona direito. Esse é um hábito que adquiri faz dois anos e posso confirmar que essa foi uma das melhores coisas que fiz, até agora. É um momento no qual posso ficar sozinha, longe dos problemas de casa e algumas vezes, posso me sentir livre de toda a minha carga emocional.

A rua está completamente vazia, o que não me surpreende muito, pois é segunda - feira e levando em consideração pelo horário...Paro perto da praça, ao lado da sorveteria que costumo vir com o meu ficante, em tardes de sábado. Encosto minha bicicleta perto de uma árvore, pego minha garrafa de água, bebendo um gole, mudo a música para uma melodia mais simples e assim continuo meu percurso.

Falta apenas uma volta e 15 minutos para às 6:00 da manhã (horário que tenho que estar em casa). Apenas tenho que virar à esquerda, olho para o sinal com sua luz vermelha. Merda. Afinal, por que esperar o sinal abrir se não tem absolutamente ninguém na rua? Não vejo nenhum problema, o que pode dar errado? Começo a pedalar mais rápido para atravessar, olho para à minha esquerda, para ter certeza de que não tem nenhum carro vindo e para o meu azar, um carro preto desgovernado vêm em minha direção, com certeza muito mais rápido do que o permitido, por um milésimo de segundo consigo chegar até a calçada.

O cara que está no carro, continua buzinando com certeza para tirar uma com a minha cara, mostro-lhe o dedo do meio, enquanto sigo reto. Depois de uns segundos, o dono do carro grita com a voz meio desnorteada: Toma cuidado por onde anda, gatinha! - Em resposta para o seu comentário, mostro-lhe os dois dedos do meio. Imbecil.

Mamãe, me observa chegar em casa com uma das sobrancelhas erguidas. Ela toma um gole do que acredito ser chá de camomila, mas não fala nada. Logo em seguida, pede a Tania, nossa empregada, trazer o vinho importado.

-Vai beber logo de manhã?

-Algum problema? - A empregada, despeja o líquido na taça na frente da minha mãe e depois sai, do mesmo jeito que entrou, quieta. - Seu pai chegou bêbado ontem à noite, se ele pode sair e se distrair porque não posso? Estou na minha própria casa.

Não quero começar outra discussão, por isso respondo baixo.

-Ótimo mãe. Papai deveria parar com isso... - Falo encarando - a. - Vocês deveriam dar exemplo para a Liz. Ela merece uma família estável. O papai sequer conversa com ela.

-Revana, você sabe melhor do que ninguém que é um sacrifício sustentar esse casamento. - Ela bebe outro gole de seu vinho. - Não coloque esse fardo unicamente sobre mim.

Puxo a cadeira para ter a mesma conversa, sobre o casamento deles e o quanto é horrível ter que aturar brigas constantes. Mas no exato momento que abro a boca, meu celular vibra no bolso, na tela aparece 5 mensagens de Don.

Mensagem: Don Walker

Assunto: BOM DIA MEU AMOR

Posso te buscar?

Agora de manhã?

Se sim, passo aí daqui há pouco.

TE AMO.

Imediatamente um sorriso surge no meu rosto, respondo com: ''BOM DIA MEU AMOR, PODE SIM, TE AMO "

-Você deveria assumir logo um namoro com o Walker.

-Quê? - Olho - a incrédula.

-Eu te conheço filha, você gosta dele. Por que não dar um passo maior?

À medida que eu te conheço ( Concluído )Onde histórias criam vida. Descubra agora