Capítulo 20

54 24 79
                                    


À medida que conhece o outro.

\° • °/

Demoradamente meus olhos se familializaram com a escuridão do seu quarto. A não ser, por uma parte da cortina cinza, na sua janela, estar um pouco arrastada. A pequena fresta, permite a luz escura emitida, das nuvens no céu entrarem e indo direto para parte de seu rosto. Sterd está sentado na cadeira, com uma calça de tecido fino e de cor preta, os fios de seu cabelo, lembra-me um monte de fios de eletrodomésticos bagunçados que são esquecidos, durante anos, numa gaveta do armário. A fumaça do seu cigarro, cobre quase toda sua face, ele não me olha. Os ombros estão eretos na cadeira, uma linha entre suas sobrancelhas, aparentemente desconfortável. Seu modo fechado para o mundo e claramente para mim.

Tateio meu celular por debaixo do travesseiro, são seis e meia da manhã. Literalmente, não dormi quase nada e muito menos ele. Meu pai mandou uma mensagem, alertando que é para estar em casa às oito. Solto a respiração, tentando arrumar o meu cabelo, uma batalha que você já sabe quem venceu.

-Se quiser café tem na cafeteira, o que você fez ontem acabou. - Assenti, sentindo meu coração batendo rápido. - Eu não imaginei que a noite iria acabar daquele jeito. Quando vi, já era meia-noite. - Ele mirou meu rosto, abaixei a cabeça tampando o rosto com às mãos. - Está tudo bem?

-Eu que tenho o direito dessa pergunta. - Permaneço na cama, decifrando o que ocorre na cabeça dele. Missão falida.

-Bem é verdade. - Dá uma tragada no cigarro e o apertou a bituca no cinzeiro. Em seguida, acende outro. - Está tudo bem. Queria me divertir com meus amigos ontem. Te liguei porque... Senti sua falta.

-Mas eu não vou conseguir, te buscar toda vez que você fizer isso. Meu pai está na minha cola e tive que falar que minha amiga precisava de mim. Agradeço ao universo por ele ter acreditado.

-Não vai acontecer de novo. Fique tranquila. - Ele bufou, abrindo mais a janela e afastando às cortinas. - Não vou te atormentar de novo.

Na cozinha, pego um copo e o encho de café.

-Hoje, eu tenho uma festa para ir. - Em pé, encosto-me na parede, encarando os quadros em cima da sua cabeça.

-Ae? - Seu tom de voz mostrou empolgação, o que é estranho.

-É relacionada a empresa do meu pai. Com sócios, empresários, conversas sobre negócios, essas coisas. Junto os lábios e assopro o líquido no copo, se eu beber nesse quentura, ficarei com a minha boca queimada.

- Você quer ir?

-Sou a última pessoa que o seu pai, vai querer ver. - Contestou obviamente. Igual dois mais dois. - Prefiro ficar longe disso. - Encho meus pulmões de todo o ar que eu posso e solto em uma respiração tensa. Bebericando o café adocicado.

-Hum. - Resmungo sem o olhar. Os chuviscos lá fora, começam a cair e pouco a pouco, começam a engrossar, tanto na velocidade, quanto na força. O barulho das gotas de chuvas, são a única coisa, que é audível nesse momento.- Eu confio em você, Evan. Não deveria, mas confio. Eu não estou vendo, coisas aonde não tem. - Bebo mais café, com às mãos trêmulas. - Se você, estiver passando por algum problema, não sei, quiser desabafar.... Saiba que estou aqui. Sempre. - Não gosto do jeito que a minha voz sai em súplica, implorando por nada...

-Não quero falar sobre. - Ele está amargurado. A tensão em seus movimentos, dizem totalmente ao contrário de suas palavras. Eu não vou insistir.

Olho para o resto da bebida quente no copo, vendo partículas moídas de café. A vontade de sair daqui é incessante.

Lavo o meu corpo e uns outros que estão na pia. Faço um laço rápido no cadarço do tênis, prendo meu cabelo em um rabo de cavalo, desejando que ele falasse qualquer palavra monossílaba, que fosse. Mas não aconteceu. Em vez disso, continuou fumando e olhando a chuva -agora calma- cair.

À medida que eu te conheço ( Concluído )حيث تعيش القصص. اكتشف الآن