V
Agora resta apenas um vazio,
Um triste e doloroso vazio,
Um vazio que consome,
Um vazio que corrói toda entranha,
Um vazio que emaranha,
Que abocanha
Cada vez mais a alma.Agora parece que tudo some,
Que a poeira da desesperança cobre, engole,
Destroça,
Desossa
Cada pequena parte desse ínfimo ser.É um vazio que não é vazio,
É um vazio que ninguém vê,
Que ninguém entende,
Que ninguém busca entender.
É um vazio que te consome,
É um vazio que te come
Sem ninguém nem perceber.
É um vazio que acalenta,
É um vazio que alimenta
O oco espaço desse ser.É um vazio descompreendido
Que atormenta o juízo,
Que se preenche sem preencher.
É um vazio que contém medo,
É um vazio que em segredo
Te embaraça todo o ser.Sei que em teu íntimo,
Onde te há de profundo lá dentro
Grita: "Como é louco esse ser",
Mas mal sabes tu que esse é um dos pensamentos
Que desatina a doer,
A pensar,
A pulsar,
A gritar
Em cada pequena parte de para quem tu isso acabas por dizer.Eis que todo pensamento,
Eis que todo sentimento é confuso para esse ser.
Ele quer a liberdade,
Viver bem de verdade
E saber se curar quando doer.
Ele quer se conhecer,
Quer se surpreender
E a si mesmo vencer.14.02.18
EFA
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Silenciosa Balbúrdia
Poesía"Você não vê, não ouve, mas o meu silêncio fala muito mais que a minha voz. Ele grita por cada poro em uma confusão ensurdecedora. No calor do meu silêncio, gritam meus pensamentos." EFA