Venenoso

159 51 23
                                    

— Seus instintos estão ficando fora de forma Ruel — Falou Evangelyne correndo.

— Como iria adivinhar que aquelas bugigangas eram deles — Falou Ruel na frente.

      Anotação mental do Oswaldo: não fique com esperança de paz perto do grupo, sobretudo com Ruel... e Amalia.

     Quem diria que o simples passar perto de um acampamento dos bichos verdes e feios causaria uma maratona? Bem, caso coloque a constante Ruel somado a ganancia, isso acontece de maneira quase perfeita.

    O grupo todo corria sobre os campos verdes e cheios de pequenos morros, fugindo dos bichos verdes e feios que, provavelmente, estão consideravelmente nervosos por algo que seu colega, com certeza inocente nesse caso, Ruel.

— Poderíamos deixa a Amalia aqui — Falou Oswaldo — Seria uma ótima isca.

— Não! –— Gritaram Evangelyne e Amalia

— Por que você me odeia tanto? — Gritou a Sadida.

— Por que você não foi pega? As vezes não temos as respostas das nossas perguntas — Falou o garoto de olhos azuis, revirando os olhos

— To falando! Eles gostam mais dessas melecas do que eu — Falou Ruel.

— Está próxima vês pergunte antes de pegar algo — Falou a Cra.

— Ou não pegue, seria uma ótima ideia para evitar encrencas — Completou Oswaldo.

    Uma pedra acerta a cabeça dele, quase fazendo a sua cara acerta o chão pelo pequeno desequilíbrio. Oswaldo começa a esfregar seu couro cabeludo para aliviar a dor e a pequena raiva que sentia daqueles bichos verdes revoltados arremessadores de pedras... Ele precisa urgentemente inventar nomes melhores, mas talvez eles não merecessem tal coisa.

    O problema veio depois, quando seu pé pisou em falso na ladeira a sua frente. Resultado foi Oswaldo descendo a ladeira em grande estilo, estilo esse se baseava em rolar sobre a terra sem um destino visível, semelhante a uma roda gigante orgânica, apenas parando quando sua boca estava cheia da deliciosa salada de manhã.

— Eu topo voltar e matar esses bichos — Falou Oswaldo para Yugo que parou do seu lado, diferente do resto que continuou correndo — De preferência com pedras.

— Por que eles pararam de seguir a gente? — Perguntou Evangelyne, parando um pouco à frente dos dois.

   O garoto de olhos azuis olhou para trás, cuspindo os pedaços da "salada", composta de grama e pedaços de terra, que ainda estavam presos em sua boca. Os bichos verdes simplesmente pararam acima do morro e estavam olhando para seu grupo, depois de um tempo começaram a se retirar...

— Parem!! — Gritou Amalia, tirando Oswaldo de seus pensamentos — Não mecham um dedo — Falou a Sadida — São rosas demoníacas, não chegam perto. Uma mordida e é loucura na certa, ou pior morte.

    Os olhos azuis passaram sobre o campo, observando o que parecia um mar de tons derivados do vermelho, sem dúvidas poderia ser um quadro ou uma cena romântica por causa dessa característica. O único porem nisso tudo eram aqueles demoníacos olhos de demônio — Com a circunferência preenchida com um branco limpo com uma boda negra que parecia ter sido pintada a mão — que retribuíram seu olhar.

— Deu ruim... — Falou Oswaldo.

   O garoto cuspe o resto da grama no mais próximo e pula para trás, rolando para voltar a ficar em pé e começar a correr, assim como o resto do grupo. No meio de suas ações de fuga, uma dor latente atingiu seu braço de uma forma rápida — Se assemelhando a uma leve picada de algum inseto — que acabou fazendo Oswaldo perder o equilíbrio por poucos segundos e quase tocar o chão com seu corpo.

Wakfu: Conto EsquecidoWhere stories live. Discover now