Capítulo 38

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P.O.V CRUSHER

- Tô sentindo uma coisa ruim. - Voltan falou.

- É o cheiro do seu peido, loirinha. Tá podre, hein? - Bak brincou.

- Não. Eu tô sentindo também. - falei.

Foi quando ouvi o grito mais excruciante da minha vida.

Todos levantamos juntos e meu coração disparou, batendo cada vez mais rápido.

- Filho da puta! - ouvia Maria Luiza gritando ao longe e por mais que eu andasse mais rápido, nunca chegava.

Mob saiu disparado em minha frente e senti minhas pernas falharem.

- Não agora. - sussurrei para mim.

Tirei força de onde não existia e saí correndo atrás da Maria Luiza.

E a cena que eu vi.

BMO no chão, sangrando e Maria Luiza se arrastando para dentro da mansão, sangrando também.

- O que aconteceu? - Babi gritou desesperada e foi abraçada por Coringa.

- Malu, você tá bem? O que ele fez, eu posso te pegar no colo? - perguntei desesperado.

- Eu posso estar mal, mas ele tá mil vezes pior. - cuspiu as palavras.

- Eu tô ligando pra polícia, levar esse porco imundo daqui! - Milena disse.

Em poucos minutos, a polícia chegou, levando BMO dali. Mob foi junto para prestar queixa.

E eu levei Maria Luiza ao hospital.

- Toma. - Coringa me deu a chave do carro dele e fui.

- Eu prometo que vou ser rápido, Malu. - olhei para ela que estava no banco do passageiro.

- 3 anos juntos e a primeira vez que me chama de Malu. - ela sorriu.

- Eu te amo. - segurei sua mão.

Já estávamos na estrada.

- Me conta o que aconteceu? - perguntei receoso.

- Ele desceu da moto, puxou uma faca e tentou me bater, conseguiu um pouco, mas eu tenho um nojo e uma raiva tão grandes por ele que... Eu não sei. Quando ele apontou a faca pra mim, pra minha barriga, eu não sei o que passou dentro de mim, eu senti necessidade de proteger. - suspirou.

- Maria Luiza. - eu disse.

Ela me encarou.

- Eu tenho orgulho da mulher que você é. - engoli em seco - Mas me diz que você observa se sua menstruação está atrasada ou não. - disse e senti o aperto da mão dela se soltar.

- Puta que pariu. - falou baixo.

E de repente, tudo fez sentido.

Os enjôos que ela dizia ser da comida mal cozida que fazia.

O desejo de tortas e outros doces.

E a menstruação atrasada.

- Vamos ser pais! - gritamos juntos enquanto rimos.

Cheguei no hospital e logo a atenderam.

Ela estava sendo levada na maca, e por mais que eu não pudesse entrar na emergência, estaria com ela até o último segundo.

E antes das portas da sala emergencial fechar me deixando do lado de fora, falei que a amava.

E ela me sorriu.

O mesmo sorriso de sempre.

Ficaria tudo bem.

QUEBRA DE TEMPO

- Então que bom. Finalmente ele vai ser preso direito. - Babi resmungou se ajeitando no colo do Coringa.

- Por que cê tá sorrindo, mano? - GS me perguntou.

- Deixa de ser burro, cara. Ele tá sorrindo porque o BMO foi preso, né, já era hora. - Bak revirou os olhos.

- Também. - eu disse.

- Tem mais alguma coisa que eu devia saber, Crusher? - Mob me perguntou.

- Ah... Na verdade, eu não posso afirmar na...

- Familiares e amigos de Maria Luiza Dias. - o médico me interrompeu.

Todos se levantaram.

Ali não havia amigos. Só familiares.

A Loud é uma família.

- Temos duas notícias. - ele disse e meu coração disparou novamente.

- Aí meu cu. - Babi se agachou no chão com as mãos no rosto.

- Ela teve alguns cortes, mas nada profundo, portanto é só questão de passar uma pomada que receitarei e troca de curativo. - todos suspiraram aliviados.

- E a outra notícia? - Mob perguntou e notei que estava suando.

Eu não sentia minhas pernas, mas sentia que poderia despencar a qualquer minuto.

- Ela estava de oito meses, mas por um grande milagre, o bebê ficará pouco tempo na UTI. O sistema respiratório e digestivo está bem formado, mas ainda não 100%. Algumas semanas, no máximo 2 e já poderá ir pra casa.

Ao ouvir aquilo, tudo rodou ao meu redor. E simplesmente caí no chão sem ter mais noção de nada.

The Sister | LoudWhere stories live. Discover now