Tody querido

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Me arrumei para o minha primeira noite do final de semana de férias, aliás, eu iria para a balada mais famosa do estado, a Sweet Dream's. Me olhei no espelho e terminei de passar as máscaras de cílios, dando o acabamento final na minha maquiagem com o batom vermelho, peguei minha mini bolsa com dinheiro e documentos, chamei um Uber e partiu festa!!

O que eu não esperava mesmo era que naquele dia eu encontraria alguém que mudaria minha vida de uma forma tão astronômica que eu nem teria ideia de como evitar... mas fazer o que, alguns chamam de escolhas, outros de destino. Lá estava eu com um shorts jeans preto, camisa regata preta e uma blusa vermelha xadrez, entrando no carro do Pedro, motorista Uber, e indo em direção ao meu destinho. Ou escolhas, chame como preferir, eu não ligo mesmo. 

Sempre gostei de usar esse estilo de roupa em baladas, pois é mais confortável e mais prático pra dançar, entre outras coisas... Pedi um martini seco, e comecei a observar enquanto a balada se enchia com pessoas prontas para as mais loucas aventuras sexuais. A música ainda estava meio sem graça, fazendo com  que o pessoal entrasse no clima devagar, considerando que ainda era cedo. Normalmente o melhor horário para a curtição nesta balada era entre as 02:00 e 04:00 da manhã, porém, acontece que se você não chegar até umas 20:00 não conseguia entrar depois, a fila ficava enorme... Então sim meus caros, eu cheguei super cedo em uma balada...sozinha, no meu primeiro final de semana de férias. Mais deprimente que isso só se eu não tivesse o Tody...ri comigo mesma. 

As vezes faz bem para a alma curtir a própria companhia, mas eu estava começando a me sentir solitária. Não preciso de namorado, e não preciso de homem nenhum, nem de um relacionamento... Mas sentia falta de uma amizade, alguém pra contar as coisas loucas que aconteciam comigo. Eu nunca tive uma melhor amiga. Eis um fato realmente triste sobre mim, eu nunca tive alguém para contar as novidades e beber junto, nunca consegui confiar nas pessoas. Tudo isso graças a diversos traumas de confiança que tive na infância e na adolescência. É isso, obrigada ensino médio, por fuder de vez com a minha sáude emocional, e fazer com que eu nunca mais confiasse em seres humanos. 

Suspirei enquanto terminava minha bebida, e estava começando a me arrepender de ir curtir a noite...deixei uma nota no balcão pagando a bebida e dando uma gorjeta, mas foi quando me virei que me deparei com uma pessoa...Essa pessoa...Tinha sido minha primeira melhor amiga de verdade, mas as coisas meio que nos afastaram no ensino médio...e com "coisas" quero dizer pessoas. 

Ana Cláudia. Ela realmente não parecia ter envelhecido um dia sequer, estava com os cabelos soltos, maquiagem simples e um vestido curto e vermelho, com saltos altos e pretos, e por coincidência começou a tocar, com um volume um pouco mais alto, a música Play with fire, de Sam Tinnesz, nada dramática para a entrada desta piranha venenosa. Foda-se, eu admito que sentia saudade pra porra daquela piranha. Eu ainda a amava como melhor amiga, mesmo com tudo o que havia rolado entra nós duas. 

Não demorou muito até ela me notar, e para a minha surpresa, começou a andar na minha direção. Uma rápida pesquisa a uns meses atrás me mostrou que ela era uma incrivel estrela em ascensão, com sua própria empresa farmacêutica, era uma das Top 20 milionárias do ano de 2025. Claro que eu também estava nesta lista hehe...

- Quanto tempo Katharina!! Pensei que estivesse trabalhando, como você está? - Ela perguntou toda fofa. Boa tentativa, mas eu te conheço e posso ver o veneno escorrendo. E eu adoro isto. 

- Estou bem, mas e você, caramba, não envelheceu nenhum segundo né malandra? - caçoei, e nós duas rimos...acabamos bebendo juntas, e começamos a conversar...como se nunca tivessemos nos afastado uma da outra. Aquilo me incomodou um pouco, mas eu também não estava nenhum um pouco a fim de falar do passado. Reconheço que a maior parte da culpa foi minha, mas eu também estava passando por problemas na época. Enfim, durante a conversa ela me contou que estava noiva de uma cara estadunidense, mas que ainda não sabia se realmente queria se casar com ele, pois tinha outros homens em mente com quem gostaria de se divertir ainda, antes de ser fiel a alguém pelo resto da vida. Nesse ponto sempre fomos parecidas, apreciamos nossas liberdades, sem correntes para nos prender e sem regras para seguir. Nós é que mandamos nas nossas vidas. 

Ela me contou todas as novidades, então comecei a contar as minhas também, falei o quanto senti saudade, e pra minha surpresa ela também. Quase choramos e acabamos nos abraçando, quando nos recompomos ela disse animada que iria cancelar o casamento e que iria ir atrás do canadense com que queria transar e viajar para o Havai. Gargalhei alto e ela também, isso era bem a cara dela... No fim, quando estávamos triloucas de bêbadas combinamos, de brincadeira, de ir pro Havaí juntas, pra ela ir atrás de Tom, o canadense, e eu poder transar com gente nova de outro lugar. Brindamos ao som de Guys My Age, de Hey Violet, dançamos juntas, e nos divertimos pelo resto da noite...Mas pra ser sincera, não lembro direito o que aconteceu...

Acordei com uma puta dor de cabeça, mas quando fui conseguir abrir os olhos me deparei com o meu apartamento em um estado deplorável. Parecia que a maior orgia do planeta havia acabado de acontecer no meu quarto, que porra era aquela?!?!

Tentei me sentar na cama, mas foi aí que percebi que não estava sozinha na minha cama...olhei para o lado...e Meu Deus...

O QUE FOI QUE EU FIZ??!!?? 

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