Descobertas nada boas

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(Chara)- vamos honey, me deixe entrar!
(S/n)- n-não! Vá embora!
Estamos assim há mais ou menos uma semana. Não é que estejamos brigados, é que eu simplesmente não tenho coragem de olha-lo nos olhos depois daquilo. E nem me fale do Asriel! Eu saio correndo só de ouvir a voz dele, que vergonha meu Deus 
(Chara)- me deixa entrar-- diz irritado e um pouco chateado 
(S/n)- não! Me deixa Chara!
(Chara)- se não me deixar entrar por bem eu vou dar um jeito de entrar ai por mal!-- diz e depois disso um longo silêncio se segue.
Eu me levanto lentamente e meio cambaleante. Encosto meu ouvido na porta e não consigo ouvir nenhum som, nem de passos nem de nada.
Eu encosto a minha mão na maçaneta do quarto, temerosa se deveria abri-la ou não quando vejo uma mão terminar de trancar a porta e logo tirar a chave da tranca 
(Chara)- eu disse que ia dar um jeito de entrar honey-- eu tomo um susto e ao olhar para trás vejo um par de olhos vermelhos me olhando-- agora eu quero explicações
(S/n)- a-antes de tudo-- eu digo tentando sair de perto do chocolotra com tendências psicopatas-- c-como você entrou aq-aqui?
(Chara)-*suspira profundamente* eu escalei uma árvore que tem perto da tua janela
Eu olho para a janela em questão e constato que realmente tinha uma árvore lá. 
(Chara)- eu cai... algumas vezes-- diz tirando a neve de sua roupa e de seus cabelos.
(S/n)- vo-você está bem?! Se machucou!?-- eu me aproximo rapidamente do garoto, sem nem me importar mais com a vergonha que estava sentindo antes.
(Chara)- foram só alguns arranhões-- ele me olha, desta vez de uma forma séria-- por que você está me evitando?
(S/n)- e-eu... bem -- eu acabo por me afastar, me encostando na minha mesa em que meu notebook se encontrava.-- é que...
(Chara)- é que...?-- ele se aproxima calmamente de mim, sem nunca desviar seu olhar do meus olhos.
(S/n)- é que eu meio que... bem, eu estava com...-- eu olho para qualquer lugar, menos para seus olhos -- eu estava com vergonha...
(Chara)- vergonha? Vergonha do que?-- ele estava visivelmente confuso 
Eu respiro fundo, procurando coragem para prosseguir conversando.
(S/n)- eu... Eu estava com vergonha com o que nós fizemos na cozinha-- eu me abraço, sentindo meu rosto esquentar.-- e-eu simplesmente não sabia como iria te ver depois de tudo isso.
Ele ri. Isso mesmo, ele riu de mim
(Chara)- você poderia ter dito antes não?-- ele chega perto de mim, e segura meus ombros com uma de suas mãos. A outra vai em direção ao meu queixo, fazendo com que eu o olhe nos olhos.
(S/n)- eu só fiquei com tanta vergonha-- eu seguro a sua mão e vejo o mesmo suspirar antes de sorrir para mim
(Chara)- eu... Eu não sabia que você ficaria assim, se soubesse eu não teria feito
(S/n)- não é que eu não queira!-- ele me olha, um pouco espantado-- é que bem... Eu nunca, sabe?
(Chara)- sei-- diz rindo
(S/n)- eii! Não ria de mim!-- eu dou um leve soco nele, que neste momento já havia me soltado e só conseguia rir
(Chara)- é que é engraçado!-- ele se acalma aos poucos e me olha, dessa vez com mais calma e compreensão-- ta tudo bem você não se sentir pronta sabe
(S/n)- sei...-- eu o olho, uma dúvida começa a me consumir-- e você? Já... fez?
(Chara)- já.
(S/n)- quando?-- eu sei que vou me arrepender de ter perguntado, mas a minha curiosidade fala mais alto
(Chara)- isso não importa-- ele fala meio seco, olhando para a mesa atrás de mim e consultando o horário-- daqui a pouco temos de descer para jantar
(S/n)- não mude de assunto Chara-- eu toco o seu braço, querendo respostas-- quando?
(Chara)- sei lá, um mês?
Eu sinto como se tivesse levado uma facada, mas continuo a sorrir pacientemente, esperando com que ele termine 
(Chara)- foi um caso de um noite, só-- ele se vira na direção da porta-- Você mesmo disse que não temos nada né? Então eu achei que...
(S/n)- ta tudo bem
(Chara)- tem certeza?-- diz passando uma mecha de meu cabelo para trás
(S/n)- tenho sim Chara -- eu só estou te matando mentalmente, mesmo que não esteja surtindo efeito nenhum-- nós podemos sair com outras pessoas não?
(Chara)- é... mas eu não sei se faria de novo 
(S/n)- isso é bom de se saber-- eu seguro o seu rosto, aproximando o rosto dele do meu-- porque caso nós dois tenhamos algo sério você não vai poder olhar para outra garota-- digo apertando a suas bochechas com uma força desnecessária, vendo-o fazer uma careta de dor
(Chara)- c-claro honey-- ele tenta se soltar mas eu não deixo
(S/n)- e se você saiu com outro alguém quer dizer que posso fazer o mesmo?-- ele me olha um pouco apavorado, e eu me aproximo mais, encostando nossas testas -- é bom saber disso. Ah só pra avisar que não é pra me esperar em casa essa semana. Eu tô pensando em passar um tempinho com o Sans, não tem problema né?
(Chara)- o que?! Mas ne-
(S/n)- que bom que não tem problema nenhum!-- eu solto suas bochechas, vendo-as extremamente vermelhas e com marcas das minhas unhas-- vamos descer? Eu tô com fome. 
(Chara)- a-ah claro vamos... descer

É claro que eu estava blefando quando disse que iria passar um tempo na casa do Sans, mas eu não podia deixar barato não? 

Fico pensando sobre eu e o Chara durante o jantar, nós tecnicamente não temos nenhum tipo de relacionamento, o que ele fez não foi "errado" mas sei lá, quando ele vai perceber que eu não quero só uma "amizade com benefícios"?
[...]

(Sans's pov)

Mais um dia sem resets, isso é uma conquista. Mas mesmo assim não posso abaixar a minha guar-
(Papyrus)- IRMÃO! PODE LER UMA HISTÓRIA PARA QUE EU POSSA DORMIR?
(Sans)- claro que posso paps, só escolhe uma que eu já estou subindo-- digo desligando a televisão e indo dar o resto da janta(espaguete) para o cachorro.
*trriiiim* *trriim*
(Sans)- quem em pleno século 21 liga pra alguém?-- eu pego o celular, lendo o nome do contato no processo-- fala piveta
/(S/n)- oi Sans! Quanto tempo não?/
(Sans)- fala logo o que você quer piveta-- digo tentando tirar o cachorro do meu pé da forma mais silenciosa possível
/(S/n)- huh? Sim sim, eu só vou confirmar com a Tori e vou aí -- que merda ela ta falando?-- que horas está bom?
(Sans)- pode deixar que eu passo aí pra te pegar-- digo começando a entender o que ela queria. Ela podia ter mandado uma mensagem antes não?
/(S/n)- perfeito! Eu vou te esperar perto da sorveteria okay? Pode ser umas 16:30?
(Sans)- claro, até lá piveta 
/(S/n)- até lá Sans! Mal posso esp-- ela é interrompida, pelo visto alguém pegou o telefone da mão dela
/(Chara)- olha aqui seu merda, se eu souber que voc-/
(Sans)- tem como devolver o celular para a Swetheart? Eu estava combinando o horário em que iríamos nos encontrar-- digo usando o "apelido" de propósito 
/(Chara)- seu...-- ele mais parecia um cachorro de tanto que rosnava, patético 

Eu escuto mais alguns barulhos, e aproveito que não tem ninguém falando e tranco a porta de casa, mesmo que eu continue no subsolo todo cuidado é pouco.
/(S/n)- até mais Sans! Na sorveteria okay?/
(Sans)- claro swetheart, te espero lá
/(S/n)- beijos e até!/

E ela desliga. Essa garota está planejando algo, e infelizmente eu faço parte do plano pelo visto
(Sans)-*suspira* no que você vai me meter dessa vez piveta
Eu subo as escadas, indo de encontro a Papyrus para contar a sua história pra dormir.
E sim, eu continuo no subsolo, eu poderia muito bem ir para a superfície e comprar qualquer casa por lá já que sou bastante parecido com os humanos, mas eu não quero. Não quero alimentar esperanças e no final um daqueles dois se cansar e tudo voltar para a estaca zero. Então ao invés de ir lá para cima e morar por lá, eu ficarei aqui até ter certeza que eles não vão fazer nada... mas tem a S/n, é a primeira timeline em que eu vejo ela, heh, talvez essa timeline seja diferente no fim das contas.
Abro a porta do quarto de Papyrus com um sorriso maior em meu rosto, talvez, só talvez dessa vez seja diferente
(Sans)- então? Já escolheu o livro paps?

A dangerous choiceTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang