Capítulo 35

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TEM AVISO NO FINAL DO CAPÍTULO! LEIAM PORQUE INTERESSA A VOCÊS ♥

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-Você está bem? – Erin apoiou uma das mãos em meu joelho e chamou a minha atenção.

Eu pisquei algumas vezes, olhando para a frente. Só então notei estar tão presa nos meus pensamentos. Talvez eu tivesse cochilado ou divagado por tanto tempo, com a mente longe daquele carro, que mal percebi que já havíamos chegado em casa.

Eu a encarei e dei um sorriso para mostrar que eu estava bem, mas acredito que falhei em alguns pontos. Tive certeza quando Erin me olhou com compaixão e apertou mais forte meu joelho.

-Não sabemos se ela estava em si quando disse aquelas coisas. – Erin tentou me confortar – O médico nos avisou antes que ela talvez... – eu a interrompi com um suspiro pesado.

-Eu sei. Que ela talvez nem se lembrasse de nada depois. – esfreguei os olhos. Apertei minhas mãos e então me virei para olhar para Erin – Eu sei disso, mas... – parei, tomando ar – Eu sinto que ela estava ali de verdade. Pelo menos quando ela disse aquelas palavras... – esfreguei os braços. A sua voz chorosa repetindo "minhas meninas" ainda ecoava na minha mente – Eu preciso saber sobre mim, Erin. Eu preciso que ela me conte.

Erin fechou os olhos por alguns instantes. Quando os abriu novamente, havia a mesma compaixão de antes ali. Ela me deu um pequeno sorriso e afagou minhas mãos.

-Depois da gravidez, Jane adquiriu um transtorno psiquiátrico chamado de psicose pós-parto. – ela acariciou minhas mãos – Ela só... ela não voltou mais a ser a mesma. Você viu como ela reagiu hoje.

-Mas não é! – reclamei com raiva. Afastei minha mão e apertei as bochechas, sentindo as lágrimas surgirem – A gente pode... pode pedir um outro diagnostico, eu não sei. Você não sabia que ela estava lá, quem garante que não existe um jeito dela voltar a ser quem era? – insisti. Eu vi que todo o esforço que estava fazendo para não chorar foi em vão – A gente precisa tentar. Por favor. Eu preciso disso. – pedi quase sem voz.

Erin passou as mãos pelas bochechas. Parecia resignada a me prometer uma coisa que talvez não tivesse como cumprir, mas por fim ela assentiu. Apesar de não ser nada efetivo, eu soltei um suspiro de alivio.

-Vamos fazer o possível. – me garantiu. Eu assenti, acreditando em suas palavras. Ainda havia um fio de esperança a que eu podia me apegar.

Nós saltamos do carro e seguimos para casa. Charlote nos recebeu logo na sala com um abraço apertado e nos chamou para ver as massinhas que ela, Ed e o pai estavam fazendo.

George olhou pra mim. Aquele mesmo olhar que me dizia "quero conversar com você, mas entendo se ainda não estiver pronta porque talvez eu também não esteja". Disse a Char que veria todas as suas massinhas depois, porque estava morrendo de fome, e sem me alongar muito corri para a cozinha. Erin vinha logo atrás de mim, mas não confirmei se ela ainda estava na sala ou se havia decidido ir para outro cômodo.

Peguei no congelador uma lasanha congelada e conferi quantos minutos ela deveria ir ao micro-ondas. Seis minutos. Me desfiz da embalagem e assim que coloquei no micro-ondas senti meu celular vibrar. Ver a imagem de Andrew na tela me fez sorrir.

"Vim pra casa na arvore. Quando chegar, pode vir pra cá pra gente conversar sobre o seu dia".

Enviei a resposta rapidamente.

"Acabei de chegar. Tenho tanta coisa pra te contar... Ta com fome? To esquentando uma lasanha".

Mal apertei os números no teclado do micro-ondas e a resposta dele chegou.

O momento certoWhere stories live. Discover now