2. 서롤 불러왔던 것처럼

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oooooi!
queria agradecer cada pessoa que comentou no capítulo passado. cada palavrinha é um incentivo enorme!

e aí, vamos de pov do tae? ;)

boa leitura! <3

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7 anos antes Paris, 10h38am

Era um garoto muito alto. Ele teve que esticar todo o seu pescoço para conseguir enxergar o rosto dele. Deveria ter sua idade — não, um pouco mais velho, levando em conta os fios espaçados que cresciam em seu queixo. Seu cabelo tingido de loiro estava escondido debaixo de um chapéu que gritava TURISTA! E seu rosto... Olhos muito puxados, um sorriso quadrado e uma pergunta.

Doko kara kimashita ka?

Mas... ah, não. Japonês não. Droga, ele ia muito mal nas aulas desse idioma — aliás, esse outro motivo para seu pai pegar no seu pé. Era irônico que ele perderia sua única esperança até então por causa da merda do japonês.

Do you speak in english? — Jeongguk perguntou em inglês, pois tinha maior domínio dessa língua. A careta que o menino fez, no entanto... Seu coração tombou em peso, o desespero sufocando-o. O jovem era claramente leste asiático, mas se ele fosse chinês, pelo amor de Deus...

Hangugmalhaseyo?

Jeongguk apenas olha para o rosto do menino, em choque. Coreano. Coreano. Ele falava coreano! O alívio correu tão forte pelas veias do moreno que ele literalmente pulou em cima do outro, chorando novamente sem que nem percebesse — mas agora de felicidade. Eles se entenderiam! Ele teria ajuda!

Dias atuais Seul

Taehyung estava finalizando um quadro quando seu futuro cunhado chegou.

Ele estava concentrado demais em sua arte para dar atenção ao pedido do pai, que insistiu muito para que ele o conhecesse. Além disso, estava extremamente cansado, tendo voltado do Japão havia menos de um dia. Ele conseguiu dormir por algumas horas quando chegou na casa dos pais, mas seu sono foi recheado de sonhos muito reais. Ele sonhava com a mesma coisa havia sete anos, desde aquele dia.

Jeon Jeongguk. Seu rosto, sua risada, seu abraço. Seu beijo.

Ele não suportava aquela tortura diária. Seu rosto vivia com marcas de noite mal dormidas, porque ele se recusava a voltar a dormir depois de sonhar com o amor de sua vida, que nunca mais veria. Então, toda vez que acordava, ele ia direto desenhar e pintar. Era o que estava fazendo nas últimas duas horas — finalizando mais um retrato de Jeon Jeongguk. Seu rosto com um leve sorriso, seus olhos brilhando, encantado porque Taehyung tinha acabado de beijá-lo pela primeira vez.

Ele sorriu ao ver o quadro. Como ele sentia falta dele... Passaram apenas um dia juntos, mas foi o suficiente para Taehyung se entregar por completo. Jovem aventureiro como era, queria experimentar de tudo, até mesmo uma paixão momentânea. Ele tinha pensado que seria assim com Jeongguk, mas estava muito errado.

Por muitos anos ele ressentiu a decisão do pai de levá-lo naquela viagem a negócios, pois desde aquele dia ele nunca mais foi o mesmo. Existiam dois Kim Taehyung — o de antes de Jeongguk, e o de depois. E sendo bem sincero, ele mal conseguia se lembrar de como era sua vida antes daquele dia; das sensações, de como pensava.

Taehyung ainda estremecia ao se lembrar da reação do pai quando ele voltou ao hotel depois de um dia sumido. Ele nunca apanhou tão forte, tão brutalmente como dessa vez. Ele nunca mais apanhou, na verdade, porque na semana seguinte o pai o despachou para o Japão. Viveu em exílio durante sete anos, completando seus estudos e trabalhando para o pai de longe. Ele não teve mais contato com ninguém da Coréia do Sul além de sua mãe, pai, irmã e Park Jimin, o único amigo com quem podia falar.

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