Prólogo

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Desde que se lembrava seu nome era Asyha, sendo pronunciado como "Aicha", só , sem sobrenome, por seus pais de fato não saberem da sua existência ou não ligar para ela.

Por possuir um grau de cegueira, sempre achou que talvez eles tivessem a abandonado por isso.

Ela não era de total cega, conseguia ver cores e até vultos, pelo o que ela me dizia era um mundo embaçado e dores no olhos que chegavam a lacrimejar, já que o correto era ela ficar de olhos fechados, mas ela não fazia isso.
De qualquer forma, isso não a fazia se sentir mal ou pelo menos ela fingia que não.

Ela poderia dizer que era feliz, morava em um orfanato onde tinha comida, uma cama quentinha pra dormir, educação, amigos, livros interessantes e achava que... uma mãe.


Isso deveria ser o suficiente porém, como ela mesma dizia ser um ser humano insatisfeito, algo faltava...respostas verdadeiramente ditas.

Como ela era só uma criança então não devia ter grandes perguntas, era o que ela queria, mas ser mente aberta, até meio avoada se me permitem dizer, abre curiosidades ou simplesmente o fato de suas perguntas fajutas não terem respostas, mas não era por não saber e sim por sentir que havia algo sendo escondido, e pra Aysha quando algo é escondido é por que em sua grande maioria não deveria ser feito.

Sempre soube que Isabella não era sua mãe de verdade, mas não se importava, para ela o que valia era que Isabella se importava com ela, ao menos era o que ela achava, não podia negar ela sempre cuidou de todos da casa, por que cuidou? Por que ela é uma ótima pessoa? Não, não é a resposta certa a se dar no momento...

Posso dizer que a vida de Aysha foi como a alegoria da caverna de Platão, da qual dizia que prisioneiros que viveram desde da infância só olhando para as sombras que viam na parede, sombras ocasionadas por uma fogueira, todo o conhecimento distorcido que aqueles prisioneiros tinham eram das sombra dos objetos, e das pessoas que passavam ali, os ecos dos sons que as pessoas produziam eram o mundo daqueles prisoneiros.

Repentinamente, um dos prisioneiros foi liberto. Andando pela caverna, ele percebe que havia pessoas e uma fogueira projetando as sombras que ele julgava ser a totalidade do mundo. Ao encontrar a saída da caverna, ele teve um susto ao deparar-se com o mundo exterior. A luz solar ofuscou a sua visão e ele se sentiu desamparado, desconfortável, deslocado.

Aos poucos, sua visão se acostumou com a luz e ele começou a perceber a infinidade do mundo e da natureza que existiam fora da caverna. Ele percebeu que aquelas sombras, que ele julgava ser a realidade, na verdade são cópias imperfeitas de uma pequena parcela da realidade.

O prisioneiro liberto tinha duas opções: retornar para a caverna e libertar os seus companheiros ou viver a sua liberdade. Uma possível consequência da primeira possibilidade seria os ataques que sofreria de seus companheiros, que o julgariam como louco, mas poderia ser uma atitude necessária, por ser a coisa mais justa a se fazer.

A vida de Asyha e de seus companheiros foi essa alegoria, mas ao longo de sua vida ela teve que escolher que opção seguir, lembre-se dessa alegoria, ela vai ditar suas opiniões ao fim dessa história.

Porém para vocês entenderem eu preciso contar a história toda, então sente-se por que diferente da vida não vai ser nada rápido...

Leo Hwan

The Promesed Nerveland: HumanOnde histórias criam vida. Descubra agora