𝑍𝑢𝑙𝑒𝑚𝑎 𝑍𝑎ℎ𝑖𝑟- 𝑉𝑖𝑠 𝑎 𝑣𝑖𝑠

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Nothing unites as strongly as hatred.


— Como assim cuidar de Zulema?— Perguntei assustada, eu e Zahir não podíamos ficar juntas, pelo menos não depois de nós duas quase nos matarmos no banheiro

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— Como assim cuidar de Zulema?— Perguntei assustada, eu e Zahir não podíamos ficar juntas, pelo menos não depois de nós duas quase nos matarmos no banheiro. Minha rixa com Zulema começou quando eu atrapalhei uma das suas fugas, óbvio que não foi intencional. Em sã consciência eu nunca atrapalharia Zulema. Mas tive que me proteger e revidar. Eu lembro daquele dia, eu estava no pátio tomando sol quando a confusão começou, os xingamentos e saray me levou para o banheiro. Zulema estava lá.

Ela ameaçou me afogar na privada, depois que me torturasse. Então eu avancei, duas contra uma. Foi tenso, até Zulema bater com a cabeça na pia e ficar desacordada. Saray e eu lutamos bastante, até Cachinhos aparecer e nos separar.

Passei seis dias na solitária por tentar matar minha colega, depois que sai soube que Zulema ficou alguns dias na enfermaria, nada muito grave. Ela gostava de chamar atenção. Já fazem meses, mas eu e ela não nos cruzamos muito. E nas poucas vezes que isso acontece, Zulema me ameaça.

— Sim, isso que você ouviu. Você é uma das poucas em que confio para ficar responsável por Zulema. A única que eu sei que não colaboraria em um dos planos dela. — A diretora disse.

— Se ela me matar é sua culpa, você sabe?

— Ela não vai te matar. Disso eu tenho certeza.— Além disso, se você colaborar conseguimos reduzir sua sentença.

Eu queria sair daqui, eu almejo sair daqui, mas eu quero sair viva. Mas, a possibilidade de ter a pena de dezesseis  anos reduzida. —

Quando deixei a sala caminhei para o novo pavilhão de Zulema, avistei minhas amigas e fiz um breve sinal para que elas não se preocupassem comigo. Sole, Macarena e Cachinhos, as únicas amigas que eu conseguir aqui. São as mais normais, na verdade. Sole queimou seu marido, acho que a sociedade ainda vê isso como algo cruel, mas sole sofria. E isso a torna forte, e eu a amo muito. As outras por roubo. Mas isso não as torna pessoas ruins.

Quando entrei na cela ela estava vazia, então respirei fundo e me sentei na cama de cima do beliche. Peguei um livro qualquer e comecei a ler, eu acho que umas das coisas boas daqui de dentro é a biblioteca. Talvez seja pelo fato de ter guardado uma recordação do meu primeiro dia, quando eu conheci a Sole. Anabel queria que eu fosse uma das suas prostitutas, eu precisei me esconder e acabei conhecendo Sole.
Minha pena é de dezesseis anos, isso se eu me comportar, assasinato, roubo, estelionato e mais algumas brigas dentro do presídio. No fundo, eu sinto que não sou uma má pessoa. Eu sei que fiz minhas escolhas, ninguém me obrigou a isso, mas eu me arrependo. Eu não queria ter matado uma pessoa inocente, que estava caminhando pela rua enquanto eu resolvi fazer um roubo a uma joalheria. Aquele senhor tinha família, filhos, netos. Acho que cabe a Deus tirar a vida de alguém. Por isso, rezo todos os dias, para que se Deus existir ele conforte a família.

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora