Capítulo 5

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"Não se distancie muito daqui" ele acha que é meu dono agora? Passei a noite de domingo e hoje na faculdade pensando sobre isso. Como ele não sai de minha cabeça? Companheiro, mega bobagem. Ele deve ter bebido umas antes, só assim ele conseguiria inventar uma historia dessas, mas...como eu desmaie do nada? E a dor que senti? A mentira dele pensando assim, encaixaria no por que. E se for verdade? Bobagem, não pode ser. Mesmo assim pego meu notebook e coloco no Google " Companheiro de Alma", entro no primeiro site:

''Duas almas ligadas extremamente compatíveis e quando se encontram não conseguem se separar."

Que babaquice! Fecho a tela do note e me levanto da cama. Vou até o espelho e olho minha marca. Antes o que era apenas um par de asas num tom branco bem claro, agora um floco de neve se juntou e uma cor meio verde apareceu no meio. Eu poderia estar sonhando né? Me belisco e doei. Aaarg! Saio do quarto e pego a chave do carro na mesa da sala. Não conseguem se separar né? Vamos ver se é verdade!

-Kate - chamo.

-Oi? - ela pergunta aparecendo da cozinha.

-Quer alguma coisa do mercado?

-Sorvete de chocolate!

-Pode deixar - falo rindo.

Saio da garagem e pego o caminho da estrada. Aqui perto tem uma cidadezinha com mais ou menos uma hora de distância, deve ser uma boa distância para saber o que acontece. Como o carro está ficando sem gasolina paro no posto na metade do caminho e quando saio do carro uma força me empurra pra baixo. Meu coração se acelera e sento uma dor fraca, ignoro e me levanto, quando dou mais uns passos para frente a dor se intensifica e vai ficando pior.

"Droga Aylnn! Eu pedi para ficar perto" alguém fala na minha cabeça.
Ignorando a dor ando mais um pouco e minhas pernas não aguentam, me levando ao chão novamente.

"Onde..você...está?" a voz pergunta.

Ótimo agora dei pra falar comigo mesmo.

"Sou eu Aylnn" a voz fala.
Eu quem?

"Jason"

Jason? Ótimo agora o babaca está na minha cabeça. Você já pode parar de pensar nele Aylnn.

"Aylnn..."

Ignorando minha cabeça maluca me levanto e tento andar mais um pouco. Sinto algo escorrendo pelo meu rosto e quando levo a mão até o lugar me assusto, sangue!

"ME DIGA ONDE VOCÊ ESTA MERDA!"

Avisto um banco mais a frente e tento fechar até ele mas meus joelhos se dobram e sinto algo escorrer pela minha boca. Quando olho para minha blusa vejo que está lotada de sangue, tento levar minha mão a boca mas não consigo sustenta-la.

"A MERDA DO NOME DO LUGAR AYLNN"

Posto de gasolina JameSJ consigo pensar antes de apagar na poça de sangue.

"Aylnn! Aylnn! Fale comigo amor"

Abro meus olhos e me assusto com a proximidade de um par de olhos azuis me encarando. Antes que eu posso falar ou fazer alguma coisa minha boca é invadida pela a dele e nossos lábios logo se separam rapidamente.

-Graças a Deus! - fala me abraçando forte.

Observo a nossa volta e vejo que ainda estamos no posto de gasolina, uma pequena multidão está formada em nossa volta.

-Vamos sair daqui - Jason diz me pegando no colo.

-Ei! Eu estou bem - falo tentando sair de seu aperto.

-Você não pode me ouvir pelo menos uma vez? - ele grita e me aperta mais forte em seus braços, me sinto como algo precioso que ele não quer perder.
O deixo me levar ao meu carro e me ajudar sentar no banco do passageiro.

-Como você chegou aqui? - pergunto curiosa pela ausência do carro, quando ele sentou no banco do motorista.

-Taxi - diz seco saindo do posto de gasolina.

Ele não fala mais nada pelo caminho e eu não aguentando o silencio tento falar algo mas fui logo impedida pelo grosso.

-Está satisfeita?

-Muito - digo ironicamente.

-Você quase morreu! Entende isso? Sabe o que significa morrer? - ele pergunta e bate a mão no volante o congelando.

-Pare o carro! - grito assustada.

-Não acha que já fez o suficiente?

-Para a merda do carro!

-Eu não vou parar até chegar em casa.

-Ótimo, estou presa num carro com um mágico de truques baratos e ainda por cima louco.
- O que?

-Nenhuma pessoa normal congela um volante.

-O que? - ele pergunta e finalmente vê fez - desculpe, não tinha percebido.

Logo após o volante derrete e gotas de água caem no banco.

-Como fez isso? - pergunto tentando achar alguma coisa próxima a ele para
explicar.

-Isso não vem ao caso agora - fala revirando os olhos - pode começar me respondendo que ideia louca foi essa?

-Eu gosto de testar teorias - digo dando de ombro.

-Não sabia que gostava de se matar, preciso verificar seus pulsos?

-Eu não estava me matando, estava testando os limites.

-Que se mate sozinha então, não me leve junto nessa loucura.

-Levar junto? Que eu lembrei quem estava sangrando fui eu.

-Você é muito egoísta em pensar que eu não sentiria a mesma coisa.

-O que?

-Somos companheiros Aylnn! Se tivesse me deixado explicar não estaríamos nessa situação.

-Então fale logo.

-Eu estava em um programa ao vivo, não foi nada legal meu nariz sangrando
no meio da entrevista com a apresentadora. Entenda tudo que você sente, reflete pra mim. A dor que você sentiu ao se distanciar veio pra mim também. O que eu falei quando você estava saindo? "Não se distancie daqui" E o que você faz? "Vou provocar para o idiota que ele não sabe o que está falando"

-Ei! Eu não falo assim - bufo.

-Isso é serio Aylnn!

-O que foi aquele lance de você falar na minha cabeça?

-Falar na sua cabeça? Andou pensando em mim? - pergunta sorrindo.

-Ma..eu...

-Companheiros podem se comunicar entre si.

-Idiota! - falo socando seu ombro.

-Quer a má noticia agora ou depois?

-Má? E pode ficar pior?

-Pior que sim. Companheiros conseguem ficar a uma distância de mais ou menos duas horas do companheiro.

-Mas eu estava a uns trinta minutos de distância - o cortei.

-Ai é que esta! Não consigo entender o porquê de nossa ligação ser tão forte.

Inverno - A Marca do Companheiro (Degustação)Where stories live. Discover now