1° capítulo

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Alessandro

Observo o movimento de pessoas bêbadas e damçando como se o mundo fosse acabar ao fim da noite. Os Estados Unidos é o país com mais casas de prostituição, mas isso não significa que os demais são fracos nesse ramo. Eu não venho com frequência ao Seks, um bar que tem como entretenimento mulheres que aceitam ser pagas para divertir os homens que veem atrás de uma boa noite de sexo.

— Se nosso pai cogitasse a ideia de que está aqui, enquanto sua noiva provavelmente está no avião a caminho da Albânia, você seria duramente castigado — Diz Marco sentado ao meu lado, com um copo em mãos. O líquido âmbar quase ao fim.

Temos livre acesso a esse estabelecimento, sendo de forma indireta os donos dele. De qualquer forma, qualquer método que arrecade dinheiro, nos pertence. Os lucros sempre terminam em nossas mãos.

— Sua chegada não está prevista para hoje. Ainda me resta algum tempo — Digo

me virando para o mesmo. Minha falta de preocupação sobre isso era visível. Diana me teria como esposo, mas não teria o melhor de mim. Ninguém além dos meus irmãos teria isso.

— Tempo? Você estará casado ao fim de semana. O que menos lhe resta é tempo — Diz Marco com os olhos levemente arregalados. Sua voz sobressaindo a música escandalosa do lugar.

— Acabei de me tornar o novo Kapuç Marco. Não há problemas em aproveitar meus últimos momentos na vida libertina — Digo depositando meu copo de whisky sobre a mesinha próxima a mim. Cruzo minhas pernas enquanto vejo a mulher à minha frente dançar de forma sensual, usando como apoio uma barra de ferro.

— Torço para que sua esposa pense exatamente igual — A música está alta, mas ainda consigo ouvir a risada de

Antônio soar no sofá ao lado. Olho em sua direção, levemente arqueando a sobrancelha e vejo o mesmo endurecer sua expressão.

— Idiota da sua parte achar que ela agiria tão estupidamente — Digo me virando para o mesmo e perdendo o show maravilhoso que a mulher estava a me disponibilizar. Uma risada irônica sendo a resposta.

Olho para a escada quando vejo Christian e Giovanna subindo os degraus rapidamente. Giovanna é nossa prima por parte de pai, carregando também o nome Besnikëre. Sempre muito unida a nós três, mesmo com a distância imposta por localidades diferentes. Seus pais se mudaram para o Norte da Europa quando Giovanna ainda era menor de idade.

— Não estou gostando nada daqui. O lugar é lotado de mulheres bonitas, mas não há um homem que me encha os olhos — Giovanna emburra a cara e se joga no sofá ao lado de Marco.

— Estou a sua disposição — Diz Marco abrindo os braços, como se mostrasse o corpo bem esculpido que tem. Nutrimos total liberdade uns com os outros para brincar dessa forma, mas nada tira da minha cabeça que Marco e Giovanna passam um pouco dos limites impostos.

— Você sabe que irei me casar não é? Seria maravilhoso pedir ao meu futuro marido para lhe mostrar os contras ao dar em cima das mulheres dos outros — Tento segurar uma risada, mas falho miseravelmente. Um pigarro escapa de minha garganta, enquanto Christian não se importa de rir em alto e bom som.

A luz brilha fortemente por todo canto, variando entre as cores verdes e vermelhas. É lógico que eu sempre dava umas escapadas para me aventurar pelas madrugadas. Meu pai acreditava fielmente que um homem não precisava de mais nada além do sangue, mortes e torturas. Ele sempre dizia que a idade não definia o caráter e por isso nos obrigou a pegar em uma arma com apenas dez anos. O homem que matei era culpado por roubar algumas das drogas que estavam sendo exportadas para a Itália. Mesmo não querendo assumir, eu sentia que estava fazendo a coisa certa.

Stuck For Family - Livro I (Degustação) Where stories live. Discover now