7° capítulo

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Alessandro

 — Mal chegamos a França e você já está enchendo a porra do meu saco — Digo para Marco enquanto fecho a porta do carro que me trouxe aqui.

— Não fico feliz em ver seu rostinho bonito toda hora — Diz ele parado próximo a Christian.

— Temos um homem amarrado e pronto para ser fatiado nos esperando e vocês querem ficar perdendo tempo com coisas idiotas — Christian era impaciente.

— Vamos entrar logo.

Caminho silenciosamente, ouvindo certas provocações que Marco e Christian compartilhavam. Um sorriso discreto em meus lábios com a confirmação de que continuávamos iguais. Nossa maldade pertence apenas aos nossos inimigos e nossa bondade apenas a nós mesmos.

Já dentro do galpão, podia notar homens parados a cada saída, correntes ao chão e uma mesa com um tamanho considerável carregada de utensílios. O ar sombrio me deixava à vontade.

— O que o trouxe aqui? — Pergunto movendo a cabeça suavemente em direção ao homem.

— O avião dele pousou logo depois do nosso. Eu fiquei no aeroporto para resolver quem poderia entrar ou sair da França. Acabei o avistando nos rodeando de forma discreta — Diz Marco, braços cruzados à frente do corpo e uma tranquilidade contagiante em seu semblante.

— Tenho permissão para começar? — As palavras de Christian me fazem sorrir. A pequena faca rodando em seus dedos.

Criado para se tornar um homem cruel e justo, Christian despreza o sangue de um inocente. Mesmo seu ódio descontrolado, anda de mãos dadas com a sua justiça.

— Tem alguma restrição? — A irônica pergunta de Christian me faz sorrir. Seus olhos brilhando em antecipação.

— Pode fazer o que quiser — Digo encolhendo suavemente os ombros.

As perguntas óbvias não respondidas, deixam Christian impaciente. De qualquer forma, saberíamos o motivo que fez o fodido homem nos perseguir, e eu mataria os causadores disso.

Caminhando apressadamente ao rapaz meu irmão agarra seus cabelos, tombando a cabeça do mesmo para trás. Christian perde seu tempo analisando o rosto do homem, saboreando em sua face o medo. Encaro Marco, esboçando um discreto sorriso com a situação. A luta física ainda deixa a desejar da capacidade de Christian, mas a psicológica faz o oponente dançar em suas mãos.

— Um homem forte em suas promessas, mas fraco em suas responsabilidades — O sotaque russio era conhecido.

Os olhos do rapaz se prendem aos meus. Christian alternando seu olhar entre nós. O silêncio que se instalou no lugar é quebrado com o toque escandaloso do meu aparelho celular. Calmamente eu o pego e atendo assim que o nome de Antônio brilha na tela.

— Fala — Minha voz sai firme, mas não rude.

— Cheguei em território francês, mas não pude evitar que os soldados russos invadissem sua propriedade. Perdi tempo suficiente matando todos os que estavam ao lado de fora. Houve disparos no interior da casa. Não encontrei Diana em lugar algum — As palavras finais fazem algo ruim se apertar em meu peito. Uma raiva arrebatadora.

Christian se afasta do homem quando sigo em sua direção. Caminho a passos firmes até o homem que tem sangue escorrendo abundantemente de sua boca. Christian se afasta, abrindo espaço para que eu pare de frente para o desgraçado. Um soco é desferido com facilidade, fazendo o rosto do homem se deslocar para o lado.

— Se alguma coisa acontecer a minha esposa, eu vou matar seu chefe e todos aqueles filhos da puta que ele nomeou como soldados — Digo tão rispidamente que algumas gotas de saliva acabam por encontrar o rosto do homem.

Stuck For Family - Livro I (Degustação) Where stories live. Discover now