Capítulo 13

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• Juanita Narrando

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• Juanita Narrando.

Já estou nesse buraco há um mês, ainda não aprontei nada. Estou tão pacífica que estou até me estranhando.

Estou sentada em uma cadeira de ferro esperando para ser interrogada pelo idiota do Will. Ele logo adentra a sala e se senta do outro lado da mesa.

— Vamos começar Zénon? Você poderia  me falar um pouco sobre sua relação com Pablo Castilho? — Me encosto na cadeira e respiro fundo.

— Não tenho absolutamente nada a dizer sobre isso nem sobre nada. — Digo mas ele me ignora e continua a fazer perguntas a maioria sobre Pablo.

Me pergunta também sobre Batman, como se eu fosse dizer algo e dar com a língua nos dentes dizendo que eu mandei matar já que ele com certeza iria me entregar. Fico a todo momento em silêncio até que ele perde a paciência e esmurra a mesa.

— Abre a porra da boca Zénon, não é possível que você seja tão fria com relação a todos esses assuntos.

— Não tenho nada a dizer, já falei que sou inocente.

— Que se foda, eu vou fazer de tudo para ver você apodrecer atrás dessas grades. Agora leve-a daqui. — A carcereira Carreirão pega em minha algema e me leva de volta para o pavilhão.

— Você conseguiu o negócio para mim? — Pergunto e ela concorda, me leva para a cela e tira a minha algema me entregando um pequeno pacote.

— Não saia explanando por aí, coloco créditos ainda hoje.

— Preciso de créditos agora. Eu te paguei adiantado então faça tudo certo.

— Ok. — Diz e sai da cela, eu enfio o celular para dentro do colchão por um buraco e me deito na cama de Cristina a gorda de cabelo grisalho que divide a cela comigo. Aliás preciso falar com ela e com a viciada. A Boto – a safada da cela que se acha a dona de tudo – vai ter o que merece e vai parar de me perseguir tá na hora de eu começar a mostrar quem manda.

Depois de um tempo volto a pegar o celular e vou para o banheiro me trancando em um reservado. Pego o celular e disco o número de Pablo que atende quase que imediatamente.

— Pronto.

— Pablo?

— Juanita? Porra achei que nunca me ligaria eu estava ficando de cabelo em pé esperando sua ligação.

— Fique quieto e me ouça tenho pouco tempo. — Ele imediatamente fica calado e eu começo a contar para ele todo o meu plano de fuga, pensei muito bem e pelo portão da frente eu jamais conseguiria sair e cavar um buraco para fora demoraria semanas ou até meses e eu não tenho todo esse tempo.

— Mas Zénon, você não acha que isso é muito arriscado? E chamará muita atenção.

— Tudo bem Pablo, então agora você tem cinco minutos para bolar um plano que me tire daqui em no máximo duas semanas antes que eu seja transferida para a porra da segurança máxima. — digo entre dentes — Vamos pode começar a dizer.

— Ok, eu farei isso te ligo quando tudo estiver planejado.

— Ótimo, eu preciso de dinheiro uns cinco mil estaria bom. Peça ao advogado para me trazer. — Desligo o celular e saio como se nada tivesse acontecido.

Sei que estou sendo muito bem vigiada então tenho que tomar bastante cuidado, assim que cruzo o corredor vejo Joaquin ele me olha e se aproxima. Me encosto na parede e abro um meio sorriso.

— Olá garanhão. Como você está? — Ele não sorrir, só se aproxima e balança a cabeça.

— Por que não colabora com a justiça para ter uma redução de pena? Prefere apodrecer atrás das grades?

— Não tenho nada que a justiça queira, até que estou tranquila aqui. É bom descansar da vida que eu tinha lá fora.

— Pensei que você fosse mais inteligente.

— Eu pensei o mesmo de você, mas vi que você é um idiota de merda. Onde já se viu se virar contra mim? Você poderia ter fugido e não se entregado assim, agora você sabe que tem um alvo nas costas não é? — Ele da de ombros e me olha com uma sobrancelha arqueada.

— Pois eu não sou o único a ter um alvo em meu corpo, sabia que Felipe, Chili e Kizua descobriram a sua traição? Eles ficaram sabendo que você passou a perna neles em um negócio milionário. — Merda! Como eles ficaram sabendo? Mais dor de cabeça, agora por que Pablo não me falou nada?

— Quando eu sair daqui eu me resolvo com eles.

— Você não vai sair daqui. — Dou leves tapinhas em seu rosto e me afasto.

— Você que pensa muchacho. — Vejo Cristina jogando baralho com as outras e me aproximo dela.

— Preciso falar com você. — Ela me olha e concorda, me segue até a cela. Me sento na beira da cama e ela faz o mesmo sentando na outra.

— Eu quero dar um aviso a Boto, ela precisa saber que daqui pra frente quem manda sou eu. Só que não consigo fazer isso sozinha infelizmente. Só vou precisar que você me ajude a prende-la contra a cama durante a madrugada que do resto eu cuido.

— Eu tô fora disso Zénon, não vou me meter com a Boto. — Diz se levantando e eu faço o mesmo a impedindo de sair.

— Sério que vai me negar ajuda? Cedo ou tarde eu vou acabar com aquela dinossaura e eu não vou me esquecer disso que está fazendo agora. — Ela respira fundo e concorda.

— Ok, estou com você.

— Boa menina. — Pego meus produtos de higiene e minha toalha e saio da cela indo pro banheiro.

Tiro o macacão e entro embaixo do jato de água gelada. O banheiro está vazio, só tem duas mulheres no reservado que com certeza estão se pegando pois eu as vi entrando juntas.

Depois de um tempinho eu desligo o chuveiro e me enrolo na toalha. Vejo a Boto mexendo em um dos armários está de costas para mim. Bem devagar eu me aproximo dela e sem pensar duas vezes eu bato com a cabeça dela contra o armário de ferro. Ela fica tonta e cai mas não chega a desmaiar, aproveito e pego sua mão e coloco no armário e logo depois fecho a porta várias vezes até ouvir seus gritos de dor.

— Glória, Glorinha. Olha que irônico seus dias de glória acabaram, agora você vai aprender a me respeitar. A pergunta que não quer calar, por que você está presa? — Ela está respirando rapidamente e com os olhos arregalados.

— Assalto a mão armada. — Diz entre dentes.

— Nossa que grande crime, bom eu estou aqui por narcotráfico, assassinado, sequestro, formação de quadrilha e qualquer outra coisa que você possa pensar em fazer eu já fiz. Sabe como sou conhecida lá fora? — ela nega com a cabeça — Sou conhecida como a Senhora da Máfia, uma mafiosa mexicana. O seu reinado só durou todo esse tempo pois eu estava mais preocupada com outro assunto, mas agora estou com um tempinho livre. E a partir desse momento, eu estou no comando das drogas você vende e eu recebo e sabe sua cama? Vai me pagar por ela também, agora quem está no topo da cadeia alimentar sou eu e você faz tudo que eu mandar.

— Ou você vai fazer o que? — Olha só que atrevida, ela daria uma boa guarda costa.

— Ou a minha escova de dentes terá um encontro romântico com esse seu olho bonito. Não seria nada bom perder a visão nesse lugar, você não acha?

— Você não se atreveria. — Dou uma gargalhada e puxo a porta do armário novamente antes de bater mais uma vez contra seus dedos já esmagados.

— A grana eu quero na minha mão. Só te dou esse aviso. — Visto o macacão e saio do banheiro a deixando no chão gemendo de dor e me xingando até não querer mais.

A verdade é que eu quero muito que ela não faça nada do que eu mandei, só para ter o gostinho de enfia minha escova de dentes em seu olho. Ai como eu estava com saudades do poder.

Senhora da Máfia Where stories live. Discover now