28. Desejo

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A casa estava silenciosa, a única coisa que podia ser ouvida eram nossos passos leves sobre o assoalho do corredor. Jimin segurava minha mão com delicadeza enquanto me guiava até o seu quarto.

Assim que passamos pela porta, ele a fechou suavemente para não fazer tanto barulho, e trancou a mesma. Era isso, estávamos sozinhos e a única coisa a qual conseguia pensar era na necessidade de ter seus lábios sobre os meus novamente.

Sem perder mais tempo, caminhei em sua direção e o puxei contra meu corpo.  Uma sensação de surrealidade permeava meus pensamentos, e por um breve momento me perguntei se isso estava realmente acontecendo.

Quando ele capturou meu lábios desta vez, o desejo, o calor e a emoção por trás disso fizeram meus joelhos enfraquecerem. Eu o estava beijando e simplesmente não conseguia parar. A maciez de sua boca, o cheiro viciante de sua pele, tudo parecia bom de mais para ser verdade.

Distraído com sua boca, mal percebi quando seus dedos subiram sob minha camisa, deixando um rastro de calor sobre meu abdômen. Contudo, eles rapidamente mudaram seu foco enquanto desabotoava, botão por botão, a camisa preta que usava. Assim que a peça de roupa caiu no chão movi minhas mãos para a barra da camiseta azul de Jimin, a puxando sobre sua cabeça.

Trouxe-o novamente para meus braços, sentindo o calor de seu corpo tocar o meu, e o puxei para mais perto da cama gradualmente, enquanto ele salpicava beijos suaves em todos os lugares que os seus lábios podiam alcançar. Assim como costumava ser Jimin permanecia gentil,  mesmo agora no calor do momento mantinha a palma da mão tocando meu rosto enquanto seu polegar acariciava minha bochecha. A pequena demonstração de afeto fez com que meu coração batesse tão rápido contra a caixa torácica que me preocupei com que explodisse a qualquer momento.

Foi então que me dei conta.

Eu estava... apaixonado?

Minha mente mal conseguia acompanhar, isso era demais para mim, nunca imaginei que isso pudesse realmente acontecer.
Eu me via tonto de excitação, completamente intoxicado com esse sentimento crescente em mim, e minha pele se encontrava vermelha, queimando em febre.

Antes que eu percebesse estava ajoelhado sobre ele, com as mãos apoiadas ao lado de sua cabeça no travesseiro macio em sua cama. Minha língua explorava cada canto da extensão de sua pele suave, deixando rastros vermelhos de pequenas mordidas, que provocaram um leve gemido de Jimin.

Sem poder mais esperar, desafivelei o cinto de minha calça, jogando-o em um canto qualquer do quarto, e abri com pressa o botão da mesma. Ele me puxou pela cintura para mais perto de sua pele, e olhando profundamente em meus olhos passou a mão por dentro de minha calça segurando meu membro rígido, provocando-me um choque de prazer que percorreu todo meu corpo. Mesmo que quisesse voltar atrás agora, não havia como. Eu estava completamente rendido ao desejo.

...

Meu peito subia e descia furiosamente enquanto tentava recuperar o fôlego que havia perdido. Me encontrava completamente suado e exausto do que havia acabado de fazer. Ao meu lado, via-se um Jimin em igual estado olhando para o teto. Permanecemos quietos por algum tempo, apenas contemplando o silêncio, enquanto nossas respirações normalizavam.

Depois de alguns instantes isso começou a me incomodar. Foi tão bom para ele como foi pra mim? Eu fiz algo errado? Ele se arrependeu? A ansiedade estava me matando. Olhei para o lado novamente, percebendo-o ainda fitar o teto pensativo. Resolvi então eu mesmo quebrar o silêncio, mas antes que o fizesse Jimin se pronunciou.

— O que vai acontecer agora? - Indagou quase em um sussurro.

O olhei por um momento procurando seu olhar, mas ele continuava distante.

— O que você quer dizer?

— Você sabe o que quero dizer. – disse voltando sua atenção para mim. – quer saber, esquece. Isso foi um erro.

Ao ouvir suas palavras meu coração se apertou. Ele realmente achava que isso foi um erro? E se isso realmente foi um erro, porque me senti tão bem?

Jimin se sentou na cama e apoiou sua cabeça nas mãos. Ele parecia tão confuso quanto eu naquele momento.

— Eu não sinto que isso tenha sido um erro. – afirmei sentando me ao seu lado. – Eu cometi muitos erro nesses últimos tempos, mas não acho que esse tenha sido um deles.

Jimin me fitou por uns segundos como se procurasse algo em meus olhos, e soltou um risada triste abaixando a cabeça, olhando para as próprias mãos.

— Talvez agora Jungkook, mas e amanhã? Ainda não será um erro? - indagou em um tom amargo. -– Quem me garante que você não vai sair pela porta me culpando por tudo isso?

Virei meu rosto evitando encará-lo enquanto sentia meus olhos voltarem a transbordar. Ele estava certo, tudo o que tenho feito na vida foi se esconder, usando as pessoas como um escutado para não ter que encarar meus problemas. Eu não tinha ideia do que faria no dia seguinte, como o encararia. Como voltaria para aquela casa.

—Estou com medo... – admiti permitindo que algumas lágrimas escorrecem pelo meu rosto.

Jimin suspirou me observando de longe. Não queria que me visse assim, mas não podia evitar. Eu estava tão apavorado com que aconteceria a seguir que não sabia o que fazer ou como reagir. Então, ele se aproximou e passou as mãos sobre meus cabelos.

— Eu sei... Você sempre esteve. - falou apoiando a cabeça em meu ombro. – Você sempre foi um chorão, se escondendo dentro do guarda roupa pra que ninguém te visse, mas eu sempre te achava.

Ele riu suavemente e salpicou beijos pelas minhas costas. Jimin sempre esteve ao meu lado quando precisei, não importa o quão teimoso eu fosse. Parecia que isso não havia mudado. Eu realmente não o merecia.

Me virei para ele e o abracei o mais forte que pude, escondendo meu rosto na curva de seu pescoço.

— Me desculpa, me desculpa... – sussurei em sua pele, com a esperança de que algum dia pudesse me perdoar – Eu só... não quero te perder.

Jimin se tornou tenso por um momento, como se refletisse sobre minha palavras e isso me deixou ansioso. Não estava preparado para ser rejeitado, agora que finalmente admiti meus sentimentos.

Sem esperar uma resposta, levei meus lábios aos seus, beijando-o devagar, aproveitando o sabor que não sei se sentiria novamente. Não queria pensar no que aconteceria a seguir, só aproveitaria o tempo que tenho. Aproveitaria as últimas horas restantes, até que o amanhecer o tirasse dos meus braços.

...

Na manhã seguinte, acordei mais cedo que costumava, sentindo os braços de Jimin em volta de minha cintura. Me virei para olha-lo, e me deparei com sua expressão suave dormindo passificamente. Sentia meu coração quente e batendo forte em meu peito. Eu estava feliz, sorrindo como um bobo, vendo-o tão perto dormindo em meus braços.

Eu desejava permanecer ali, vê-lo acordar e cobrir seu rosto de beijos, mas precisava ir embora. Não sabia o que poderia acontecer se eu chegasse em casa quando meu pai já estivesse acordado.

Então levantei, com cuidado para não acordá-lo, e peguei minhas roupas espalhadas no chão.

Depois de vestido estava pronto para sair, porém, antes de abrir a janela ouvi o celular Jimin vibrar. Ele havia recebido uma mensagem.

Eu não deveria ter olhado, não era da minha conta. Não deveria ter aberto assim que soube quem o havia mandado mensagem. Deveria ter me poupado de ler as palavras daquele ao qual Jimin pertencia agora. Não deveria ter lido a mensagem de Jung Hoseok.

O melhor amigo do meu meio irmão || Jikook || ChatWhere stories live. Discover now