3.1 - Saturday Night Live

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Que os únicos homens que eu não odeio são meu pai, meu irmão, Colson — de vez em quando — e Pete, acho que já ficou um pouco óbvio, mas que eu odeio stand up, não; então, eu odeio stand up. Agora imagina um stand up cheio de homens se apresentando com piadas óbvias e sem sentido: é, horrível. Pior ainda é que eu me encontro nessa situação por vontade própria, pra apoiar Pete — e ganhar um lanche no final —.

— Me deem uma situação. — o irrelevante pede para o público.

Esqueci de comentar que ainda tem uns grupos que fazem improviso, uma vergonha só.

— Primeira menstruação!— Pete, ao meu lado, impaciente esperando sua vez de se apresentar, é o primeiro a propor porque não aguenta mais esperar.

— Ah... Tá... — o homem olha para os seus companheiros, desconcertado. — Eu não sou uma mulher, mas-

— Começa logo!— Pete volta a se pronunciar, revirando os olhos. Ele se recosta na cadeira, bebendo um pouco de sua cerveja antes de se aproximar de mim e murmurar: — Essa galera é péssima.

— Eu sei. — concordo. — Por que não podemos vir só na hora da sua apresentação?

— Porque tem que confirmar a presença.

— Já confirmou. Vamos comer.

— Sabia que devia ter trazido o Noah.

— Mal agradecido. — digo, mas sei que ele está brincando.

— Queria a Ariana aqui. — resmunga tristonho, apoiando seu rosto em sua mão.

— Gado. — acaricio seu cabelo, deixando-o curtir sua foça em paz.

Volto a prestar atenção, mas me arrependo de ter o dom da audição assim que escuto:

— Mamãe, acho que eu sentei em algo pontudo.

Às vezes eu acho que o humor foi um erro.

...

— Perfeito, engraçado, lindo, aclamado!— grito quando Pete termina sua apresentação, sendo a única a bater palmas em pé, até envergonhando um pouco o Davidson. Ninguém mandou me trazer. — Vai, gente, levanta!

Aos poucos as pessoas se levantam, ninguém resolve me contestar, apenas fazem o que mando e aplaudem. Pete agradece e desce pro lado do palco, sumindo de vista. Vou atrás dele por saber onde fica, desviando de algumas mesas até chegar e o encontrar arrumando o cabelo, isoladinho no canto.

— Você arrasou!— pulo nas costas do moreno, vendo os outros o olharem de cima a baixo, provavelmente com ciúmes por ter sido o mais aplaudido da noite. — Que é, caralho? Perdeu o olho?— pergunto agressiva, e eles voltam a se fechar em seus respectivos grupinhos e cochichar.

— Não arruma briga aqui dentro... Só lá fora, lá você pode bater em quem quiser. — Pete adverte, segurando minhas pernas e se afastando dos invejosos irrelevantes.

— Irraaaaaa!— levanto um braço e arrumo minha postura fingindo estar em cima de um cavalo, comemorando como se eu realmente tivesse disposição para bater em alguém.

Estávamos indo bem, até que Davidson avistou alguém no bar assistindo aos shows e praticamente surtou como uma fã do Justin Bieber, então ele nem percebeu que o chão para chegar até o bar desce um nível e o teto também, me fazendo bater a cara na parede antes que conseguisse sair de suas costas.

— Filho da puta!— exclamo, pulando de suas costas, despertando-o novamente, sentido uma dor estonteante começar pelo meu nariz e se alastrar pela musculatura do meu rosto, quase chegando à testa e queixo.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Where stories live. Discover now