CAP 2

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Ajax passou a mão no cabelo de Ana Amélia, afastando-o de cima do rosto dela. Ele admirou as feições do rosto dela ainda sem entender como era possível que ele pudesse ter algo tão preciosa na vida dele. A respiração dela estava calma e ritmada, alguma cor tinha começado a voltar para seu rosto. O seu corpo pequenino descansava deitado em cima dele, fazendo com que o lobo se sentisse poderoso por ter a chance de viver esse momento com ela e servir de seu abrigo.

—Quando você melhorar eu tenho esperança que você ainda me deixe ser parte disso.

Por isso, ele decidiu que era tranquilo conversar com seu irmão por um momento, mas não muito longe de Amélia.

Eniel tinha saído assim que viu como os dois interagiam e esperava do lado de fora. Conversando com Lucius a respeito do perigo que consistia em se interpor entre um lobo e sua companheira, principalmente oferecendo conforto e abrigo por meio de cobertas com o cheiro de outro macho, que não fosse o companheiro, para Amélia.

—Irmão. -Ajax abraçou o loiro que tremia de insegurança. – Estou feliz que seu corpo realmente não estava entre os que morreram. -Ele suspirou em dor, abraçando com mais força o menor. —Não tive coragem de voltar lá e talvez encontrar seu pequeno corpo manchando a neve com sangue. -Ele o soltou. —Temos muito que conversar. -O alfa se virou para Lucius. —Obrigado, pode ir.

Ajax andava com passos confiantes e firmes que afundavam na neve em direção a um grande cercado onde ficavam vários Ecals. Eniel o seguiu em silêncio e observou com surpresa e tremor quando seu irmão simplesmente se transformou em lobo, pulou no cercado e enfiou as presas afiadas em um dos animais.

—Amélia...vai estar como fome. É meu dever cuidar de suas necessidades. -Ajax simplesmente explicou quando voltou arrastando pelo pescoço, com uma das mãos, o animal morto. — Por que você não voltou para sua família antes.

—Eu...-O loiro respirou fundo passando a mão pelo cabelo, sentado em um troco de árvore próximo. Ajax se ajoelhou no chão de neve, separando com os dentes afiados a carne da pele macia e quente. O sangue respingava pela pele morena de Ajax, o qual devido ao silêncio do irmão apenas levantou uma parte do rosto e encarou o menino. Uma gota de sangue escorregou pelo rosto dele até parar abaixo de um dos olhos cortantes e inquisitivos. —Achei que não tinha sobrado ninguém. Fiquei com medo, vergonha, eu tinha muitas lembranças e não tinha por que voltar.

—Agora não vão mais sair. -O Alfa esticou os cantos da boca pra cima, sorrindo para Eniel, enquanto separava brutalmente com as mãos à cabeça do corpo do ecal. Eniel concordou apressadamente. – O que fez vocês decidirem finalmente sair da terra humana?

—A gente não estava mais conseguindo se estabelecer. Depois de mais de dez anos fugindo, se escondendo e vivendo menos de um mês em cada lugar as opções acabaram. -Ajax destroçou a carne em pequenos pedaços que caberiam na boca de um bebê. E as colocou em uma panela ao lado —Meu lobo não conseguia se controlar sempre, não podia me transformar por causa da falta de mágica, mas tinha surto de raiva frequentes e eu tinha muita vontade de caçar. Por isso dei a ideia de irmos a uma terra mágica para tentar apaziguar meu lobo que só tinha saído uma vez na vida, e essa era melhor escolha, já que, aparentemente não tinha ninguém.

A lenda de AjaxOnde histórias criam vida. Descubra agora