Um gato em minha vida - Yoonkook

Um lugar para dormir

_ Ai, minhas costas...finalmente minha casa, longe dos meus pais. Foi eu conseguir um emprego pra meter o pé de casa...um canto só meu...vou dormi pelado em cima da mesa de jantar e ninguém vai me impedir!

Eu saí pro jardim feliz indo pegar a última caixa. Eu estalei minhas costas no caminho.

_A! Que isso?!

Exclamei irritado vendo os meus pratos novinhos sendo arremessados para longe por mãos que vinham de dentro da caixa...que saco, pra tudo que é lugar do país esses híbridos de gatos estão, que droga! Não basta a gataiada lá de casa?!

_ Hei! Para de jogar meu pratos fora!

_ E como você acha que eu vou dormir nesse espacinho que tem aqui?! Você tem muita tralha!

Minhas coisas continuaram voando e eu desviando com medo de morrer com os cacos de vidro. Aquela voz grosseira e rosnada não combinou nada com a calma e controle de segundos depois.

_ Aqui, tudo o que você precisa. Um copo e um prato. Você é só um, não precisa de 18 pratos.

Ele tirou da caixa gentilmente um copo e um prato e os colocou no chão, em seguida fechou a caixa em cima. Eu me aproximei. Como eu faço pra ir embora? Já sei!

_ Eu tenho um cachorro, em!

_Tem nada!

Ele gritou de dentro da caixa...

_Au! Au!

Eu passei a fingir o que considerei bons latidos.

_Você é burro?!

O bichano gritou com a voz abafada de dentro da caixa

_Não!

Gritei de volta.

_Nem eu! Imitação idiota! Os cachorros fazem assim AU! AUAUAAU!

Eu tomei um susto e me afastei da caixa... gente ele imita direitinho.

_Chega, chega, eu preciso da caixa, cai fora!

_Nhão, me deixa aqui!

_SAI!

Eu peguei a caixa por baixo e puxei pra mim. O tal híbrido deu uma cambalhota ao sair, resmungava aborrecido...ele era mesmo pequeno... imaginei, pra caber nessa caixa... é fofo até. Ele sentou estatelado no chão. A cauda grande e peluda no meio das pernas. Grande parte dos muxoxos vieram por ter caído sentado em cima dela, ele passou a lamber as mãos e passar nas orelhas...até que ele é fofo... tem uma pelagem preta brilhosa, as orelhas não paravam quietas, os olhos brancos me davam um pouco de nervoso.

_ Pra quê você quer uma caixa vazia?

_ Pra...não é da sua conta, cai fora do meu gramado!

_ E se eu não quiser?

Que saco! Ele se levantou todo marrento e parou na minha frente, o rabo balançando de um lado para o outro. Eu fiquei acompanhando aquela coisa se mover.

_ Hei! Meus olhos são bem aqui!

Eu comentou apontando os olhos estrábicos dele.

_ Olha, eu não tenho tempo pra brincar, bichano, vai caçar seu dono!

_ Eu...não tenho um dono...e nem casa. Deixa a caixa, por favor, vai chover. Eu odeio frio...

Eu acho que ele falou sério. Sua cauda baixou e ele me lançava um olhar saudoso, estava mesmo a procura de abrigo, então eu...

_ Não, desculpa, como eu disse, preciso da caixa. Tchau, boa sorte.

_ Filho da-

Não ouvi o final. Fechei e tranquei a porta. Eu tenho lá cara de cuidar de gato?! Acabei de me mudar! Eu quero curtir a vida de solteiro. Ele já saiu? Olhei pela janela, ele ainda estava lá. Por alguma razão, estava deitado no chão brincando com algumas folhas, eles se distraem facilmente. Olhei o céu, as nuvens pesadas mostravam que ele estava certo: vai chover.