Capítulo 3.

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Capítulo 3.

Passo a manhã inteira de mau humor, mas ninguém parece perceber.

Assim que as aulas terminam acompanho meus amigos até o estacionamento. Eu queria tanto conversar com alguém. Paro ao lado de Rafaela.

- O que tu vai fazer hoje, Rafa? - pergunto.

- Vou para casa, quero conversar com Carter. - diz ela, parecendo estressada. - Por quê?

Parece que eu não era a única que tinha tido uma noite ruim. Mas, confesso que estava esperando que hoje Rafaela estivesse eufórica. Pensei que ela e Carter estavam se acertando.

- To precisando fazer umas comprinhas. - minto não querendo trazer mais um problema para minha amiga.

Mas sou descoberta um segundo depois.

- O que está acontecendo? - pergunta me analisando.

Suspiro cansada.

- Nada demais... - digo simplesmente. - Só não quero voltar para casa ainda.

- Nicolas está na sua casa? - pergunta de forma astuta.

As vezes eu esquecia o quão ligada era Rafaela.

Concordo com a cabeça.

- E não só ele... tua irmã também. - digo com um sorriso fingido.

- Nossa! - diz ela chocada.

- Sim.. Nossa. - digo séria.

- Não entendo a surpresa de vocês. - diz Kurts, parado ao meu lado. - Ele é o noivo dela, é claro que estariam juntos.

- Tem mais coisas aí, Adônis. - diz Rafaela balançando a cabeça. - Bom, eu vou para casa. Nica, por que você não vai para a casa de Kurts? Por que não dorme lá essa noite?

Olho em dúvida, para meus amigos.

- Isso! - concorda Kurts. - Vamos lá para casa, temos algumas coisas para conversar.

Provavelmente Kurts quer saber o porquê de eu ter feito o showzinho ontem a noite. Eu só esperava que ele não pirasse quando eu pedisse a ele o que tinha pensado a manhã toda.

Solto o ar dos meus pulmões em um longo suspiro e então concordo com a cabeça. Abraço Rafa.

- Seja o que for que Carter tenha feito, espero que se resolva. - digo enquanto a abraço. - Te amo, amiga.

- Eu também. - diz Rafa com um sorriso.

Kurts e eu, nos afastamos e vamos até sua camionete. Eu iria deixar meu carro aqui na faculdade e amanhã eu pegaria.

***

Fazemos todo o caminho em silêncio até seu dormitório.

Quando entro na pequena sala, largo minha bolsa na mesa e me viro para meu amigo.

- Okay. - digo o olhando. - Pode desembuchar.

Kurts me encara e então solta uma risada.

- Tu não perde nada, não é?- pergunta ele.

Me jogo no sofá. Na verdade estava muito óbvio do que se tratava. Kurts é extremamente transparente.

- Eu queria agradecer pelo que você fez na outra noite. - diz ele, um pouco sem graça. - Eu sei que você fez aquilo, para não se botar em David por zombar de mim.

Sorrio para meu amigo.

- Bom, você me conhece bem. - digo piscando para ele. - Mas tu não precisa agradecer. Na verdade, eu tenho que te contar uma coisa.

DOCE VENENO - SPIN-OFF de Doce TentaçãoWhere stories live. Discover now