Capítulo 17.

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Capítulo 17.

Eu me arrependi assim que entrei no meu quarto, de ter saído no meio da nossa conversa.

Eu me acovardei.

Fiquei com medo de que ele pudesse dizer algo, como: e eu estou tentando te amar de volta... Isso significaria, que ele não me ama, pelo menos não no agora.

E como eu não queria ter que passar por algo assim, como uma covarde, eu fugi.

Mas alguém pode me julgar por tentar me autopreservar? Acho que não. Por mais errada que eu esteja, de não ter permitido que Kurts se explicasse, eu só queria me proteger, me preparar para o que podia vir à acontecer.

Suspiro e me mexo na cama. Eu preciso dormir, talvez quando estiver descansada o suficiente, eu consiga encontrar um jeito de ficar forte e ouvir tudo o que Kurts tem para me dizer. Sem fugir, desta vez.

***

Quando acordo no domingo, milagrosamente, estou feliz. Era o dia do chá de bebê de Rafa.

Eu estava ansiosa para passar um tempo com minha amiga e saber mais sobre a gravidez. Meus afilhados já estavam no meu coração, desde o momento que ficamos sabendo da gravidez.

E por mais que tenha sido assustador, pensar na minha melhor amiga sendo mãe, agora tudo era tão natural e tão certo. Eles eram um casal perfeito, Carter e Rafa. E esse relacionamento deles, havia juntado suas famílias. O que é ótimo.

Passo a manhã no meu quarto, fazendo as unhas, lendo algumas revistas com a minha mãe na sala de estar. E por mais que eu nem quisesse saber de nada. Ela fez questão de me dizer que Nicolas havia voltado para a Europa.

-Os patrões dele, preferiram que ele voltasse para a sede. - diz minha mãe. - Fiquei feliz com isso, assim ele não vai poder interferir...

Franzo as sobrancelhas.

-E como a tia Lou ficou? - pergunto. - Ela estava tão feliz por ter Nicolas perto dela.

- Ela entende. - responde. - Acho que esse menino não pertencia mais ao Brasil.

Concordo com a cabeça.

- Ele mudou muito. - concordo.

-Filha?

Deixo a revista de lado e olho minha mãe, que me lança um olhar preocupado.

- Eu não acho que precise te dizer isso, acredito que tu saiba disso, mas vou falar mesmo assim. - começa ela. -Faça o que precisa fazer para ser feliz. Se Kurts te faz bem e é bom para ti, não deixe que as idiotices de outra pessoa interfira no relacionamento de vocês. Acredite, filha, é difícil encontrar alguém que nos faz bem de verdade, é quando encontramos, não podemos deixá-la ir embora.

Absorvo as palavras da minha mãe o restante da manhã. Ela tinha total razão.

Eu estava dificultando, algo que já podia ter se resolvido a dias. Desde que encontrei Kurts no shopping. Talvez até antes. Eu não posso mudar o que já aconteceu, ou o fato de ter fugido todas as vezes que nos encontramos e iniciamos uma conversa, mas posso, pelo menos, mudar meu jeito de lidar com isso.

Nós dois podemos dar um jeito em tudo isso, tenho certeza.

Quando a tarde chega, e é chegada a hora de sair, já estou pronta. E ansiosa em ver minha amiga.

Dirigir até o apartamento de Rafa foi tranquilo, mas quase me esqueci de subir mais um lance de escadas, antes de bater na porta do antigo loft da minha amiga. Há sete meses atrás, mais ou menos, Rafa, Kurts e eu, vínhamos aqui pela primeira vez.

DOCE VENENO - SPIN-OFF de Doce TentaçãoWhere stories live. Discover now