Capítulo 38

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Quando abri os olhos, eu estava no mesmo campo, mas não havia flor nenhuma, apenas uma grama bem verde e a luz do sol estava muito forte. Coloquei a mão nos olhos e os fechei para tentar acostumar com o ambiente, quando eu abri os olhos, a luz estava suave e quando olhei para frente vi o Kook.

Nos encaramos por alguns segundos e eu não hesitei em correr em sua direção e o abraçar. Ele me apertou forte e eu quase chorei em sentir aquele abraço de novo.

-Eu estou com tanta saudade de você – eu disse emocionada e meus olhos estavam brilhando, ele sorriu.

-Eu também sinto sua falta – ele disse alisando o meu cabelo – Muita, muita mesma.

-O que está acontecendo, Kook? – eu perguntei – Eu vou morrer agora?

- ... – ele negou com a cabeça – Você vai ficar viva, não se preocupe.

-Como? – eu questionei – Por que eu não irei morrer nessa vida?

Ele pegou no pingente do meu colar e o puxou de vez, quebrando o feche. Arregalei um pouco os olhos e ele sorriu.

-Por causa do colar – ele disse e eu fiquei sem entender – Depois que a Flora me ressuscitou e eu soube do que tinha acontecido com você, eu não consegui ficar parado.

- ... – ouvi atentamente cada palavra.

-Eu fui até o deus que o Kun fez a promessa e dei minha vida pela sua – ele disse e eu fiquei incrédula.

-O que? – eu mal consegui falar.

-Minha vida não valia muito, então não foi suficiente para lhe salvar a curto prazo – ele fez uma pausa e meus olhos estavam começando a marejar – Em cem encarnações a promessa seria quebrada se eu morresse jovem e tragicamente em todas as vidas.

-Kook... – eu disse e comecei a chorar.

-Tudo bem, (s/n)... – ele me confortou – Em troca, você tinha que usar esse colar de tulipa e você usou desde sempre e em todas as vidas.

-Mas... Vó Margô disse que minha mãe tinha deixado para mim antes de morrer – eu disse tentando assimilar os fatos.

-Esse era o único jeito de você criar um apreço grande o suficiente para nunca perdê-lo – ele disse e outra lágrima desceu pelo meu rosto.

-Eu sinto muito, Kook – eu disse em prantos – Eu fiz a sua vida ser um inferno, eu fui tão egoísta com você e com o Tae... Vocês fizeram tanto por mim... Sofreram tanto...

-Shiu – ele me abraçou e eu apoiei minha cabeça nele – Você não tem culpa de nada disso... Tudo que eu fiz ou o que o Taehyung fez foi proteger quem amávamos.

-E o que acontece agora? – eu perguntei olhando para ele – O que vai acontecer comigo e com você?

-Eu já estou morto, (s/n) – ele disse e eu senti meu coração apertar – Mas está tudo bem, eu consegui lhe proteger e isso é o suficiente para mim.

-Eu não quero voltar sem você – eu disse e ele sorriu.

-Você quer e você vai – ele disse e respirou fundo – Tudo está acabado agora, vocês podem ter uma vida linda e seguir em frente, nas nossas próximas vidas, todos nós seguiremos o nosso próprio destino.

-É a última vez que nos veremos? – eu questionei e ele assentiu – Não Kook... Por favor...

-Não há nada que possamos fazer – ele disse tocando no meu rosto – Esse é o nosso adeus!

-Eu não quero dar adeus – eu rebati – Eu não quero te perder de novo.

-Você não vai – ele respondeu – Mantenha as nossas memórias felizes na sua mente e poderá sempre me ver.

-Isso é tão injusto! – eu disse chorando.

-Eu sei... – ele assentiu e seus olhos começaram a lacrimejar – A vida nem sempre é justa, portanto, cabe a nós saber vive-la.

-Eu te amo, Jungkook – eu disse e ele começou a chorar – Somos almas gêmeas, não é? Eu nunca vou me esquecer de você.

-Eu sei que não vai – ele disse e eu o abracei de novo – Eu também te amo, muito – ele se afastou – Parece que sua mãe nunca vai virar minha sogrinha – eu ri.

-Para com isso – eu dei um tapinha nele e ele sorriu. Os nossos sorrisos se desfizeram em segundos – Esse é realmente o nosso adeus?

-Sim, é o nosso adeus – ele disse e eu assenti – Taehyung está lhe esperando!

-Adeus, Kook – eu disse tentando controlar meu choro – Obrigada por tudo e por ser você minha alma gêmea, eu não poderia ter encontrado alguém melhor.

-Sim, você realmente não conseguiria encontrar alguém melhor que eu – ele disse e eu ri. Nos abraçamos e quando a luz foi ficando mais forte, senti ele saindo dos meus braços, como se fosse o vento.

Fechei os olhos e senti meu corpo cair no chão, não faço ideia de quanto tempo se passou, mas quando eu abri os olhos, o céu estava começando a clarear, o sol estava nascendo. Olhei para o lado e vi algumas tulipas, olhei para o outro e Tae estava me olhando, seus olhos estavam vermelhos e inchados, parecia que ele chorou a noite toda.

-Acabou, Tae – eu disse com dificuldade, mas ele parecia incapaz de falar qualquer palavra – Vamos ficar bem agora – eu disse e ele levantou o meu corpo e me abraçou. Comecei a chorar e percebi que ele também estava chorando.

Continua...

Campo das Tulipas (Imagine Taehyung)Where stories live. Discover now