Prólogo - Futuro Incerto

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Local Desconhecido, 2020

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Local Desconhecido, 2020...

"O ano era 2005 e todas as agências espaciais do mundo anunciaram a colisão de um meteorito no oceano Atlântico, em águas territoriais brasileiras, mas, apesar do alarde inicial ocorrido na época, pouca atenção foi dada depois do ocorrido. Em 2007 descobriu-se petróleo na região do pré-sal e uma das jazidas se localizava nas imediações da zona de impacto, uma área que hoje é conhecida como Campo Tupi.

Durante as pesquisas de viabilidade de extração do petróleo descobriu-se algo mais: o meteorito não era bem o que parecia, pois não era uma formação natural e sim artificial, assim como algo longe de ser produzido por ciências humanas. Uma operação ultrassecreta de salvamento se iniciou identificando que o artefato se tratava de veículo não-tripulado e estudos posteriores o categorizaram como o objeto mais avançado da Terra.

Em 2009 uma plataforma petrolífera foi instalada em cima da zona de impacto, o Campo Tupi, sob o pretexto de 'testes de longa duração para extração de petróleo do pré-sal.'. Entretanto, na verdade, a plataforma era apenas o disfarce para a construção deste laboratório submarino, afinal, o artefato era grande demais para ser retirado das profundezas sem atrair atenção de curiosos e potências estrangeiras.

Foi em 2012 que fizemos a nossa grande descoberta, decodificamos os computadores do artefato e finalmente entendemos como seu sistema de propulsores funcionava. Ele tinha potentes turbinas capazes de propulsioná-lo à cerca de 70% da velocidade da luz, segundo estimativas, mas o segredo residia num acessório que foi batizado de bobinas quânticas e são nosso ponto central de pesquisa hoje.

Para simplificar, foi descoberto que, enquanto o artefato era propulsionado pelas turbinas para frente no espaço-tempo com um vetor positivo, ou seja, quanto mais do trajeto percorria, mais o tempo passa; as bobinas quânticas tornavam o vetor do elemento tempo negativo, então quanto mais o artefato andava, mais o tempo retroagia. Exemplificando: O sistema Próxima Centauri é o mais próximo do nosso e uma viagem até lá na velocidade da luz duraria aproximadamente quatro anos e meio. Com 70% da velocidade da luz, o artefato levaria seis anos para chegar, mas com as bobinas quânticas ativadas, estimamos que tal viagem levaria algo entre seis meses e um ano.

Então faço aos senhores a pergunta que é o que move este projeto: o que aconteceria se permanecêssemos parados, mas ainda assim invertêssemos o vetor do tempo com as bobinas quânticas?"

Quem tinha conduzido aquela explicação até ali era um senhor de aproximados 60 anos de idade com grandes óculos de lentes grossas e um robusto bigode tão grisalho quanto seus cabelos, mas que se mantinha impecável no terno que trajava enquanto usava uma caneta laser para apontar cada slide de sua apresentação que era projetado num holograma no centro do salão.

A mesa à frente dele era metálica e retangular com as bordas arrojadas e toda a projeção ocorria em cima de seu tampo. Nas cadeiras a sua volta, estavam sentados membros de uma equipe multidisciplinar do governo que estavam ali fiscalizando o andamento do projeto e averiguando os avanços da pesquisa para decidir se as verbas seriam mantidas ou suspensas.

Projeto OntemWhere stories live. Discover now