"seeing you like that makes me feel bad, really bad."😟

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Jin saía de casa a procura de Namjoon, realmente animado.

Haviam se passado cinco anos desde o casamento, e os dois tinham progredido muito... mas isso é mais pro lado de Seokjin. Enquanto o mais velho vivia feliz com o crescimento de sua fábrica de cosméticos, Namjoon tinha inaugurado seu próprio museu em Seoul, e tinha tanto amor e obsessão por aquele lugar, que por vezes passava a noite lá, e, no meio da noite, recebia ligações de Seokjin, preocupado com o esposo. Em meio a resmungos ia pra casa, mas ficava praticamente sem dormir, e preocupado com as obras de arte que ficavam no seu local favorito.

Namjoon tinha se tornado um workaholic, e Jin estava há meses tentando passar para o mais novo a notícia recebida pelo psicólogo.

E, junto com o transtorno de Namjoon, involuntariamente crescia em Seokjin a vontade de adotarem uma garota. E ele ia tratar desse assunto com Namjoon hoje, custe o que custar.

Poxa, ele não tinha rodado Seoul inteira e mais outras três cidades ao redor para achar um único orfanato e ver o quão adoráveis as crianças eram, para não adotar nenhuma. Além de que ele tinha esperanças de que talvez Namjoon melhorasse com a presença de uma garotinha na casa.

"Hoje é o dia." Seokjin pensa, após ter estacionado o carro um pouco longe do museu, pois ele estava lotado, sem vagas por perto. "Se acalme, respira fundo, vai dar tudo certo! Namjoon vai melhorar, vamos ter uma linda garotinha, ou garotinho, não sei, e nos dará muito orgulho! Vamos ser os pais perfeitos, vai dar tudo certo!"

Seokjin sai do seu carro prateado, atravessa a rua com um sorriso invejável, e adentra o museu de seu esposo, ainda maravilhado com a beleza do lugar. Em três anos, ele tinha ido umas três, quatro, cinco, seis vezes no local? Não tinha certeza. Já Namjoon, contava animado todos os dias, como se estivesse em um sonho. Ele se orgulhava até demais com o sucesso do lugar, e compartilhava tudo de bom com Seokjin, que obviamente o apoiava muito, mas se preocupava.

-Oii, meu amor! -Seokjin fala, ao entrar no escritório de Namjoon, nos fundos do museu, em um cômodo à parte.

-Hey, príncipe, vem aqui. -Namjoon sorri, abrindo os braços e dando um beijinho doce em Seokjin. -A que devo a honra de sua visita, amor? -o mais novo se senta na sua cadeira, não cortando em momento algum o contato visual com o esposo, agora tomando um pouco de água de seu squeeze.

-Eu... eu queria conversar com você, meu amor. -o agora rosado se senta em uma das cadeiras na frente da mesa de Namjoon, as mãos suando um pouco pelo nervosismo. -Bem... tá tudo indo tão bem, né? A fábrica, teu museu, nosso casamento... -ele começa a falar, com um sorriso amarelo, e Namjoon assente, curioso. -M-mas... eu tenho me sentido um pouco sozinho em casa, querido. Acho que seria bom para nós dois, já que estamos, digamos, economicamente e... emocionalmente estáveis... -respira fundo. -ah, eu vou falar de uma vez. Namjoon, eu quero adotar uma menina.

Namjoon se engasga com a água.

-Q-quê? Uma menina? Seokjin, meu amor, enlouqueceu? Quem vai cuidar dessa garota? -o mais novo esbraveja, franzindo as sobrancelhas.

-Eu! Eu cuido dela, por favor, isso vai te fazer bem, o psicólogo disse que você... -Seokjin tenta explicar tudo, mas Namjoon se levanta e bate na mesa com as duas mãos com força, assustando o mais velho.

-NÃO! Seokjin, entenda. Eu não vou, e nem poderia cuidar dessa criança. Você não conseguiria. E eu não pagaria ninguém pra cuidar de uma criança. Uma criança! Você tem ideia do trabalho que isso daria? O meu emprego, Seokjin! O meu museu! Desde antes de nos casarmos, eu tenho falado pra você, que o meu grande sonho era ter um museu, e agora que tudo está indo bem, você quer que uma criança, que biologicamente nunca vai ser nossa, arruíne a minha e a sua vida? E ainda tem esse psicólogo... -Namjoon praticamente grita, fazendo Seokjin se encolher na sua cadeira de leve, mas ele logo se levanta em um salto.

-Escuta aqui, se eu, eu, paguei um psicólogo pra você ir, é porque eu me preocupo com você. Você tá claramente obcecado com esse museu, Namjoon. Você, mais do que ninguém, sabe que eu vou te apoiar em tudo. Sabe que eu te amo. Sabe que eu faria tudo por você. E eu fiz. -o mais novo fez menção de dizer algo, mas Seokjin ergueu a mão e ele se retraiu. -Não, cala a boca! Sabe o que aquela porra de psicólogo falou sobre você, Namjoon? Sabe com o que que ele te diagnosticou? Ele falou que você se tornou a merda de um workaholic!

Namjoon arregala os olhos, os lábios entreabertos. Seus olhos olham para vários pontos na sala, menos para os olhos de Seokjin.

-E não faça essa cara, eu sei que você sabe o que é isso. Você está viciado no seu trabalho. -ele termina de falar, e Namjoon se senta, juntando as mãos em concha na frente da boca e do nariz, olhando para o teto e girando sua cadeira.

-Seokjin, eu... ah. Me desculpe por ter gritado com você. -Namjoon fala, com sua voz saindo abafada, mas Seokjin já estava chorando.

-Você sabe o quanto eu odeio gritar assim com você, Namjoon! Olhar o meu ponto de vista? As minhas vontades? Não! Só quer saber dessa... dessa porcaria, dessa merda de museu! -Seokjin tenta enxugar seu rosto, mas era impossível, e Namjoon o olhava, totalmente arrependido.

-Meu amor, deixa eu me desculpar... -Namjoon começa a falar, assim que Seokjin saíra da sala, e ele o segue, andando.

-Depois. Eu quero e preciso ir para casa. -ele limpa o nariz na manga da blusa e continua a correr para fora do museu.

-Seokjin, por favor, me escuta... -o mais novo segura o braço de Seokjin, que o puxa com uma raiva jamais vista.

-Quer que eu soletre, caralho? Eu não quero conversar agora! Eu quero um tempo para pensar, Namjoon! Me. Deixa. Em. Paz! -ele sai correndo, e Namjoon o segue, correndo também.

Seokjin desce rapidamente as escadas que tinham do lado de fora do museu.

Namjoon chega na ponta das escadas a tempo de o ver atravessando a rua.

Um carro bate em Seokjin, o fazendo voar por cima do mesmo, e parando alguns metros atrás do carro, que nem para para prestar socorro.

-A-amor? -Namjoon balbucia, atônito, os braços pendendo ao lado do corpo. Assim que percebeu o que tinha acontecido, ele correu até o corpo. -Não, não, não, não! Seokjin, amor, me responde! -ele traz a cabeça e parte do tronco ao seu colo, pega a cabeça de seu amado e dá batidinhas nas bochechas. -Você tá vivo, tá vivo, por favor, me responde! Seokjin-aaah! -Namjoon grita, chorando como nunca.

Alguém por perto chamou uma ambulância.

Os paramédicos retiraram Seokjin dos braços de Namjoon.

Namjoon esperneava, tentando chegar perto de Seokjin.

-Ele é o meu marido! Me deixem ficar perto dele!

Um dos médicos checou respiração.

Nada.

Checou pulso.

Nada.

Balançou a cabeça em negação para seu superior.

Seokjin estava morto.

Namjoon estava vendo tudo em flashes, desmaiou nos braços do cara qualquer que o segurava, não fazia diferença.

O amor da sua vida tinha morrido.

Por sua culpa.

Os médicos levaram Namjoon para um hospital.

Após algumas semanas, o laudo médico de Namjoon foi apresentado a ele, mas já não fazia tanta diferença assim.

Seus olhos vidrados no chão não diziam se ele ouvia, ou se ignorava.

Namjoon foi diagnosticado com TEPT.


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TEPT: é a sigla médica que designa o transtorno do estresse pós-traumático. Essa é uma condição caracterizada como um distúrbio de ansiedade, englobando uma série de sintomas e sinais que podem ser diferentes de acordo com o paciente. No estado de choque, a pessoa costuma apresentar sinais de entorpecimento emocional, isto é, ela tem dificuldade de sentir, de se concentrar, de responder à memória, tal como se ela não reagisse.

é isso... acho que poderia ser melhor, mas foi o que saiu. e ainda tem mais por vir.

ronron ama vcs💔

.art ⁽ᵏᶰʲ⁻ᵏˢʲ⁾Where stories live. Discover now