Capítulo 4: Parte 3

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Chegamos do shopping ia ser sete da noite com várias sacolas cheias de utensílios para bebê e roupinhas. A maioria unissex com frases do tipo: "Eu sou da titia" "A titia passou por aqui" "Mamãe educa, titia estraga" entre outros e mesmo não sabendo ainda o sexo do bebê, peguei também uma roupinha de marinheiro que achei linda. Claro que para tudo isso eu extorqui meu pai, que a propósito anda muito mão de vaca.

Quando cheguei em casa a primeira coisa que vi foi, meu pai na sala com a Liz nos braços andado de um lado para o outro, visivelmente nervoso. Coloquei as sacolas no chão ao lado do sofá e a Bruna foi direto para o andar de cima depois de desejar boa noite.

Encarei meu pai e vi que ele estava longe, perdidos em pensamentos, o que explicava perfeitamente o não surto dele com a Liz puxando a corrente que ele tem um ciúme absurdo. Segundo ele, foi o último presente que minha avó lhe deu antes de morrer, e senhor Steve quase beijou o chão que a mãe passava quando ela encontrou.

-Tá tudo bem?- perguntei tocando no seu braço e ganhando sua atenção.

-Tua mãe, Eduarda. Ela voltou para a porra da empresa de tarde e até agora não apareceu, não mandou a merda de uma mensagem sequer!- grunhiu e a Liz começou a ficar agitada nos seus braços, não gostando nada da inquietação do pai.

-Calma, daqui a pouco ela chega. Deve ter dado B.O lá.- mas tu acha que ele me escutou? Escutou nada, estava morrendo de ciúmes e preocupação.

Suspirei baixinho e encarei a Liz que não parava de se mexer, o que fazendo o mais velho segurar ela com mais força.

-Eu posso ir lá na empresa ver se está tudo bem.- disse sem muita animação e logo tive seus olhos nos meus.

-Tu quer que eu chame quem pra te levar lá?- na moral, quase que eu ri com a inquietude dele, mas como ainda me resta um pouco de juízo, o contive com muito esforço.

-Ninguém, eu vou na moto com a Bruna ou sozinha.- ele me olhou meio desconfiado, não gostando muito da ideia, mas acabou assentindo.- Só vou deixar essas coisas lá em cima e perguntar a Bruna se ela vai querer ir.- não esperei por resposta e comecei a subir a escada.- É melhor soltar a Cenourinha enquanto ela não abre o berreiro.- indaguei alto para ele escutar e caminhei até meu quarto, encontrando uma Bruna já de pijama.- Ih, ia te chamar para ir ali comigo, mas pelo jeito seus planos são outros.- coloquei as sacolas no closet e voltei para o quarto vendo ela deitada, confortavelmente, na cama.

-Estou exausta, não consegui dormir direto na casa do Oliver. Estranhei demais o quarto.- a voz saiu sonolenta.

-Bele...

-Demora do caralho é essa, Eduarda?- gritou do andar de baixo e fechei meus olhos com força. Cadê o Madu?

-Eduarda? Negócio da feio, hein?

-Ele tá morrendo de ciúmes da mãe, porque ela está na empresa com o tio. Bye bye antes que ele grite de novo e a Liz fique estressada de vez a ponto de abrir a boquinha linda.

Sai apressada do quarto e desci a escada no mesmo pique. Na sala meu pai continuava da mesma forma, peguei a chave da moto e fui para a garagem me despedindo dele. Subi na moto e sai de casa vendo os vigias/seguranças do segundo turno atrás de mim, os outros teriam o dia de folga por ficarem até tarde comigo.

-Duda!- escutei a tia Débora me gritar e virei a cabeça na direção, diminuindo a velocidade.

-Qual foi?- parei perto do meio feio para poder segurar a moto.

-Me leva lá no mercado, por favor? Tenho que comprar uns bagulhos e os filhos da puta do Igor e Enzo estão na cara do cara...- interrompi na hora, porque sabia que ela ia prolongar as coisas e meu pai poderia ter facilmente um ataque de nervos.

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