Capítulo 5: Parte 2

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Guilherme

A pequena comia que mais parecia que tinha um buraco negro dentro dela, a outra ruiva tentava puxar assunto com a loira, que de longe se via que estava distante e desanimada, mexendo o canudo de um lado para o outro no copo.

Até que a mulher do patrão chegou junto com a Suzana – que sabe usar perfeitamente a boca -, e a loira logo ficou ereta. Tirando o semblante de cansada e triste do rosto, para colocar o de indiferente e debochada.

Coisa que mudou assim que a Sarah começou a falar, parecia preocupada e procurando as palavras certas a serem ditas para a ruiva, que estava calada com os braços cruzados. Em meio a tudo o que a Sarah disse, consegui ler um desculpa sair dos seus lábios e foi neste exato momento em que Americana arregalou os olhos, visivelmente surpresa. O que me arrancou uma risada nasal, até porque era um semblante engraçado, parecia que ela tinha acabado de ver um fantasma.

Bruna falou algo como: “Tudo bem, você aparecer ser uma pessoa boa, mas da próxima vez que me acusar sem provas não vai ter ninguém para me segurar.” Era uma ameaçada contida na educação e no aviso. Sarah a olhou e deu um sorriso que entendia perfeitamente o que ela queria dizer. Se despediu das três e puxou a Suzana, que piscou para mim mordendo os lábios mandando aquela olhada de “quero de novo" e eu não negaria fogo. Devolvi um sorriso safado e voltei meu olhar para a loira, que agora tinha um olhar desconfiado para a cunhada.

Não demorou muito para a Bruna levar o celular ao ouvido e se levantar da cadeira afastando-se da mesa. Americana a encarou com as sobrancelhas franzidas e olhou ao redor, parando os olhos na minha direção. Percebi uma pitada se vergonha passar por seu rosto, mas durou pouco segundos pois desviou o olhar rápido para a Liz, que aparentemente queria mergulhar o cabelo no sorvete e depois comer.

Então uma gargalhada, não muito alta, saiu da minha garganta. Primeiro porque estava engraçado o fato da pequena pimentinha lutar para conseguir colocar os cabelos na comida, e segundo por saber que Edairada se lembrava perfeitamente do que tinha acontecido. Foi então, que uma careta se transformou em meu rosto. Ela já tinha feito isso comigo duas vezes, e embora acho que tenha haver com suas idas a fofoqueira, estou cogitando na ideia que ela gosta de me fazer de trouxa. Se não me esqueço, alguém comentou sobre ela gostar de fazer isso com os outros.

Minutos depois elas estavam deixando a lanchonete com o rosto preocupado, e Rabiola vinha em minha direção com um grande sorriso. Esse aí ama uma fofoca.

-A ruiva vai picar o pé para BH, parece que a tia sofreu uma parada cardíaca, e a patroa falou um discurso, pedindo desculpa a Bruna por chamar ela de puta e amante do patrão.- é claro que ele escutou tudo, estava perto delas.

Subimos as ruas calados, apenas observando o movimento e os olhares insinuadores de algumas mulheres, até das casadas, tu é doido?

Quando paramos enfrente a casa principal, de longe já ouvia os gritos dos dois lá dentro, parecia competição de quem gritava mais.

-Você não pode simplesmente me prender dentro de casa, eu já não sou mais a adolescente fraca de 17 anos que aceitava tudo!- bradou a Patroa assim que a loirinha abriu a porta.

Americana ficou parada, em completo choque olhando para a mão do pai presa no braço da mãe e a forma que os dois se olhavam, odiosa e venenosa. Já a Liz que estava nos braços da outra ruiva, começou a ficar agitada, querendo descer do colo.

Assim que os dois perceberam a movimentação na porta e olharam em nossa direção, Demo tirou a mão do braço da mulher e puder ver que os cinco dedos dele ficou em sua pele. Porém isso é subjetivo, já que ele poderia está machucado ela de fato ou ficou assim por causa da pele muito branca dela, vai saber né?

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