Pensem em uma autora nervosa com um capítulo.
Pois é, sou eu neste momento.
Estou com medo da reação de vocês, mas dizem que quem tá na chuva é pra se molhar, então vamos lá heheehee
Boa leitura e depois me deixem saber se gostaram. :)
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O que é arte? A arte nasce da alegria e da dor, especialmente da dor. Ela cresce a partir de vidas humanas. — (Edvard Munch)
POV PETE
Senti o cheiro de café fresco e meu estômago automaticamente roncou. Um som que eu ainda estava me habituando, uma vez que não me lembrava quando eu sentira fome a esse ponto, mas que se tornava cada vez mais corriqueiro nos últimos meses.
Adentrei o espaço cheio de eletrodomésticos brancos que minha mãe amava e que contrastavam com os tons em creme das paredes e piso, encontrando ambos os meus progenitores na mesa, sentados lado a lado. Meu pai vestia uma camisa social azul clara e os cabelos tão parecidos com os meus estavam perfeitamente penteados para trás, deixando alguns poucos fios brancos a mostra.
Pareciam absortos em uma conversa, com sorrisos e olhares cúmplices trocados. Isso era muito comum em uma época em que eu era muito jovem, onde a cozinha vivia preenchida por correria e felicidade. E novamente, fiquei me perguntando que direito eu tinha de estar ali.
— Bom dia. — anunciei minha chegada e vi os dois levantarem a cabeça ao mesmo tempo e me encararem com espanto. Eu entendia a reação deles, afinal evitava a todo custo estar à mesa com eles para não deixá-los desconfortáveis. As coisas nunca mais foram as mesmas entre nós.
— Bom dia, querido! — minha mãe, se recuperando de seu torpor, sorriu de orelha a orelha e meu pai, apesar de mais contido, fez o mesmo.
— Bom dia, filho. — a voz rouca do meu pai parecia contente. Ele apontou para a cadeira a sua frente. — Tome café conosco. Sua mãe caprichou hoje.
— Acho que eu estava adivinhando que você apareceria. — a voz da mulher estava animada enquanto ela levantava e depois de contornar a mesa, foi até o armário onde pegou mais uma xícara, a colocando no local onde meu pai havia apontado. — Fiz bolo de cenoura.
Meu estômago voltou a fazer barulho, mas eu não sabia se era uma boa ideia me sentar com eles. Encolhi os ombros.
— Eu... — comecei, mas meu pai me cortou.
— Filho, é apenas um café. — seu tom de voz me fez encará-lo e sua feição gentil e calma me desmontou por completo. — Por favor.
Fiquei alternando meu olhar entre as duas pessoas, com medo de estar interpretando errado a linguagem corporal convidativa e protetora que eles passavam. Era como receber um abraço quente do cobertor mais felpudo e quentinho do mundo. E ah, como eu sentia falta disso.
Talvez não fizesse mal arriscar em me sentir próximo dos meus pais novamente.
— Tudo bem. — respondi e me acomodei na cadeira que me fora indicada, cortando um pedaço generoso daquele bolo, levando a boca logo em seguida e tendo plena consciência das minhas bochechas estufadas enquanto eu mastigava. A senhora deu uma risadinha.
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In Your Eyes
RomanceJá pensou em como seria se apaixonar à primeira vista pelos olhos de alguém? Para pessoas comuns, isso seria impossível, e Ae também poderia concordar com esse fato... Até conhecer Pete e ver em seus olhos de cores tão distintas, sentimentos que nem...