+FORTY_ONE+

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- Ele sempre soube. Ele desde muito tempo quis. Eu pediria desculpa por não te conseguir proteger... mas não havia mais nada que eu pudesse fazer. Não o aguentaria longe de ti por muito tempo. Estes anos todos... a frieza. Desculpa-me. Eu só queria o bem da minha irmazinhã.

A voz de Jimin ecoava e no entanto, nunca a ouvira com tanta precisão. Após isso, o escuro; o silêncio. 


xxxxxxxx


A sola dos meus stilletos ecoa no mármore. Nem muito nem pouco, o necessário. 

O Sr. Jeon estava, como sempre, cinzento. Estava algemado, mesmo em tempo de visitas, e no entanto, havia guardas em cada canto.
Inclusive à entrada, no qual ao ver em primeiro impacto, me assustei.
Não, não era susto, era algo entre desconforto e um sentido de alerta. Como se eu fosse uma prisioneira, se fizera algo de errado perante os guardas ou a lei.
Talvez esse fosse o objetivo das suas posturas: intimidar, controlar, alarmar.

Ia a rigor. Era esse o próprio pedido de Jungkook, talvez para mostrar autoridade perante o homem, elegância tomara, não sei.

Mas lá estava eu, de camisa social de seda pura, calças de ganga, salto alto e um anel.

Era verdadeira, pelo menos parecia verdadeiro. Diamantes? Cristais? Não questionei a origem das pérolas reluzentes. Os meninos lá tratavam das suas fontes de rendimento. Mas ostentava.

Gostaria que me desse de outra forma. Com outro intuito.
Algo mais romântico. Afetuoso.


Mas afetuoso não é uma palavra adequada para Jungkook. Conclui isso com rapidez. 


⁃ Era da minha mãe. Usa.
Dissera ele, me dando o anel para a palma aberta.

Expressei surpresa, exilando o ar e sustendo. Os olhos brilhavam tanto como o objeto, fiquei vidrada nele na minha palma.

⁃ Supostamente era o de compromisso.
Saí do transe.

⁃ Jungkook, se o objetivo é provocar o homem, não o usarei. Não é adequado.
Ele sorri perante a minha intervenção, como se já a esperasse. Aliás, o sorriso formara-se antes de a pronunciar por completo.

⁃ O objetivo é entregar a carta. O anel é... cumprimentos.
Observei com pormenor o anel.

⁃ Quero que ele saiba que és minha. Tal como a minha mãe fora dele, um dia.
Corrige ele. Provavelmente mentiu, para eu fazer o que dissera, penso agora. Mas na altura, fiquei feliz de tal forma que coloquei o anel no anelar esquerdo num instante. 

Depois pensei, não quero fazer parte de um romance daqueles. Abuso, submissão. Não. Porém, talvez fosse tarde demais.


Aperto a carta contra o meu peito, com força. Tive de mostrar aos seguranças para revistarem. Além do meu corpo.
Apesar de aberta e da minha curiosidade, não espreitei.

Regra 2: não mintas.

•Psycho• >> JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora