Don't lie to me

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- Me enganei, desculpa. - Ele disse isso com um tom seco em sua voz, parecendo não ter gostado muito de eu não ter contado aquilo para ele ainda. Para a minha sorte ele não podia simplesmente me atacar ali.

- Parece até que vocês já se conheciam. - Me faltou ar ao ouvir uma das amiguinhas plastificadas de Julie falar.

- Eu concordo com a Jessy. - Julie disse, olhando pra mim e pro Harry desconfiada.

- Nunca vi esse garoto na minha vida. - Harry mentiu. - Graças à Deus. - ele disse e Julie riu.

- Ben? - Virei para trás o procurando, Ben era um dos meus amigos dentro daquela escola. Ele sentava bem ao fundo da sala, o que era estranho já que geralmente nerds sentam na frente para acompanhar melhor a explicação do professor. O procurei por motivos de: na sala haviam 5 fileiras de classes e na frente dessas fileiras, óbvio, ficava a mesa do professor, no caso onde Harry estava. Eu sentava na segunda classe da terceira fileira e ficava muito à frente da mesa do professor, mas agora, Harry estava ali, então procurei Benjamin para ver se eu podia sentar perto dele. Quanto mais longe do Harry, melhor. Ah, e Julie sentava na primeira fileira, na primeira classe. Ela estava usando uma saia e eu podia ver ela abrindo as pernas ''sem querer'' para chamar a atenção de Harry. Puta.

- Fala, Lou, estou aqui. - Ele disse levantando o braço.

- Tem lugar aí perto de você? - Perguntei. E ele olhou em sua volta.

- Tem uma classe vazia aqui. Bem ao meu ladinho, gato. - Eu ri, e levantei-me pegando minhas coisas e indo sentar ao seu lado. A sala estava uma bagunça, nem parecia que esse animais iam se formar. Eu eu já estava quase ao lado dele quando fui impedido.

- Eu dei permissão? - Ouvi a voz de Harry.

- Nossa, que moral hein, chegou aqui hoje e já pode dar ''permissões''. - Fiz aspas com os dedos e ironizei a situação.

- Bom, acho que eu posso sim, estou no lugar do professor e também acho melhor você ficar no seu lugar. - Ele disse com um tom desafiador.

- Garanto que o Sr. Thompson não se incomodaria se eu fosse sentar com o Ben. - Na verdade ele se incomodaria sim.

- Eu também não me incomodo nem um pouco. - Harry disse. - Mas... continue no seu lugar. - Dei um sorriso irônico e ignorei ele, indo sentar perto do Ben.

Felizmente, os outros períodos eram sem Harry e passaram rápido. Bateu o sinal e fui guardar meus livros no armário, depois fui ao banheiro para me olhar no espelho, o que não foi uma boa ideia, pois eu estava em condições precárias. Fiquei conversando um pouco com Ben e Tris, papo vai, papo vem, até nós percebermos que a escola estava praticamente vazia. Quase todos os alunos já haviam ido embora, com exceção de mim, de Tris e de Ben claro.

- Nossa, só sobrou a gente aqui pelo que eu estou vendo. - Ben disse.

- É, então vamos antes que eles fechem a escola. - Tris disse.

- Verdade, se não depois eles só abrem para quem estuda a noite. E eu não quero esperar aqui dentro. - Ri e me despedi deles. Os dois foram para o lado da saída e eu fui para o estacionamento da escola, onde estava o carro que eu havia ganhado de meu pai em meu aniversário de 16 anos. Abri a porta, mas em um movimento rápido alguém fechou de volta. Segui com os olhos aquele braço fechado de tatuagens, merda.

Harry me virou, fazendo eu ficar encostado no carro e de frente para ele, revirei os olhos. Eu fiquei entre seus dois braços que estavam um pouco  acima de meus ombros.

- Vai dirigir com o tornozelo machucado? - Ele perguntou com o seu típico ar de deboche, mas meu tornozelo não doía mais que nem antes, eu já podia firmar meu pé.

- O que você quer? - Perguntei sem nenhuma paciência.

- Da última vez que você perguntou isso, você foi parar na minha cama, lembra? - Ele disse e mordeu os lábios. O ignorei. - Mas o assunto é outro agora e você sabe do que se trata.

- Não, eu não sei. Tchau. - Falei tentando me virar e entrar no  meu carro, mas eu estava encurralado.

- Eu odeio que mintam para mim, LOUIS. - ele deu ênfase ao meu nome. - E você mentiu. Ninguém me passa para trás, mini vadia.

- Sempre tem uma primeira vez. E eu não menti, para de surtar. Eu só não te disse o meu primeiro nome. - Fui direto.

- No seu caso vai ser só a primeira vez mesmo, porque hoje eu não me importaria de enterrar você... vivo. - Estremeci. Harry falava de um jeito que eu não sabia se ele estava brincando ou falando a verdade, mas mesmo assim, eu acho que não era brincadeira.

- Você não é nem louco.

- Tem certeza?

- Caralho, tanto faz se meu nome é William ou Louis ou Louis William. Você sempre tem que se achar o fodão e complicar as coisas, que porra.

- Eu sou o fodão. Ah e não podemos nos esquecer que você me desobedeceu hoje, lembra? Odeio que desrespeitem uma ordem minha.

- Você odeia tudo, Harry, já percebeu? Você é feito de ódio. - Harry hesitou um pouco quando eu falei aquilo, mas logo ele voltou a postura normal.

- Você me leva muito na brincadeira, toma cuidado... Vadiazinha de camelô. - Ele disse, colocou seus óculos escuros inseparáveis e saiu. Meu coração parecia que ia sair pela boca. Pude ver Styles entrar em seu carro e arrancar, eu fiz o mesmo, a única diferença era que eu dirigia em uma velocidade permitida.

Cheguei em casa e eu precisava contar tudo para Niall, quero dizer, não tudo. Só a parte que seu gângster favorito (eca) havia arrumado um ''emprego'' na escola, e aquilo ainda não me descia.

Comi, tomei um banho demorado e depois liguei para ele.

- Você não sabe o que aconteceu. - Falei assim que ele disse ''Oi, puta''.

- Não sei mesmo.

- Fala direito ou fica sem saber...

- Fico sem saber.

- Ok, era sobre aquele tal de... Como é mesmo? ... Harold... Não espera... Harry... Harry Styles.

- O QUE ACONTECEU? ME CONTA AGORA, VADIA. - Ele gritou e eu não pude deixar de cair na gargalhada.

- Você não quer saber, deixa.

- LOUIS WILLIAM TOMLINSON, ME CONTA A-G-O-R-A.

- Ele está trabalhando na escola. - Falei indiferente.

- O QUE? - Contei tudo sobre o suposto emprego de Harry na escola, Niall quase caiu duro e depois logo mudamos de assunto. Ele me  disse que no dia seguinte iria a escola e não me deixaria sozinho e blá blá blá. Desliguei o telefone e fui comer novamente.

Meu pai me ligou dizendo que iria voltar mais tarde aquela noite, como sempre e Cindy viajou para ver os supostos parentes dela. Visitando parentes? Certeza que ela estava pulando a cerca, isso sim. Espero que um dia meu pai acorde e veja que ela não é o tipo de mulher para ele.

Aproveitei minha solidão e fui para o pátio de casa, sentando-me nos degraus da pequena escadinha que dava em direção a porta da mesma. Fiquei ali perdido em meus pensamentos, pensando em todas as merdas que haviam acontecido em um só dia. Lembrei-me de mim caindo das escadas e comecei a rir do meu próprio desastre, até eu pensar em Harry e meu sorriso cessar.

- Louis... - Ouvi alguém chamar meu nome no portão, eu estava de frente para ele, mas com a cabeça baixa.

- Ah... Você... - Falei levantando minha cabeça e ficando descontente ao ver que não era algum artista famoso e gostosão.

- Posso falar com você?

- Se o portão estiver aberto sim. - E para a minha má sorte, ele estava, eu tinha esquecido de fechar...

Possessive - Larry StylinsonDonde viven las historias. Descúbrelo ahora